Aquela era a milésima vez que Harry tentava fechar os olhos para finalmente repousar em um sono profundo depois de uma noite maravilhosa com o homem que ele amava. Mas porque era tão difícil? Se Louis estivesse acordado provavelmente ouviria o coração de Harry batendo acelerado, como se pudesse pressentir algo de ruim acontecendo futuramente por conta de uma noite -entre aspas- inocente de amor. Harry fez beicinho. O garoto dos cachos queria chorar mas tinha que ser forte, sentiu uma leve ardência nos olhos e não soube diferir lágrimas de sono então fechou os olhos com força esperando que aquela sensação passasse. Não passou. Seu coração parecia estar se afogando, sua garganta fechou e ele puxou o ar desesperado. Harry definitivamente não se sentia bem, ele se sentia o oposto de bem. Não era para ser assim. Louis dormia mais que tranquilamente e um sorriso lindo e notável se apossava de sua face, ele era tão belo. Por qual razão tinha que ser um mau caráter e quebrar o coração de seu gatinho em mil pedaços? "Se ele realmente me amasse não teria me traído" - Harry repetiu por pensamento.
-Louis... — Harry choramingou baixinho, chamando o namorado e o cutucando suavemente nas costelas, enquanto fungava.
-Gatinho? — Louis sorriu genuíno, abrindo os olhos com dificuldade e esfregando os mesmos com as costas da mão, enquanto bocejava. — Então não foi um sonho... Tudo aconteceu mesmo, eu não te perdi.
-Louis, quero que vá embora. — Pediu Harry, sentando-se na beirada da cama e se afastando apressado do toque de Louis.
-Mas...
-Eu te disse, eu te disse que seria a última vez que me teria entregue a você. Pronto. Acabou. Agora vá embora e nunca mais volte. — Harry ordenou com o tom mais duro que conseguiu, isso não queria dizer que ele havia sido intimidador. Na verdade, soou patético e infantil, Harry era muito infantil, infantil de um jeito lindo.
-Oh, sim. — Louis suspirou, fingindo desapontamento. — Não precisa me humilhar, eu vou, Harry! Eu vou embora.
-Espera! — Harry pediu, impedindo Louis de se levantar e o empurrando de volta para a cama. — Eu não quis te humilhar... Perdão?
-Tarde demais, Styles. — Louis fez um beicinho trêmulo e fingiu limpar lágrimas dos olhos. — Nunca fui tão humilhado em toda minha vida.
-Mas eu só pedi para ir embora! — Harry assustou-se, abraçando Louis de forma apressada e desajeitada. — Não me interprete mal.
Louis sorriu genuíno. Nem em um milhão de anos ele encontraria palavras para descrever como Harry era belo e inocente. Harry era tão doce que se você parasse para observar, provavelmente notaria uma pequena linhagem de formigas o seguindo para onde quer que ele fosse.
-Eu vou embora para sua segurança. — Louis afagou os cachinhos de Harry que fugiam da ordem e plantou um beijo no canto de seus lábios. — Mas isso não quer dizer que eu não vá voltar.
-Não? — Harry ofegou. Ele pediu para Louis ir embora e ele sabia que não era realmente isso o que queria, era disso que ele precisava. Sabe-se quando é criança e está doente? Você é obrigado a tomar aquele maldito xarope com um gosto amargo, você não quer, mas sabe que se não tomar, não terá sua cura jamais. O xarope amargo de Harry era manter distância de Louis. — Louis, não volte mais.
-Como eu disse, volto em breve. — Louis sorriu, vitorioso, levantando-se e recolhendo suas roupas do chão, seu corpo nu tremendo de frio.
-Mas não é para voltar! — Harry rebateu, se levantando e empurrando Louis pelo peitoral. Sua intenção era empurrá-lo para longe mas Harry mal conseguiu tirá-lo do lugar.
-Você não me dá ordens! — Louis revirou os olhos, enfiando a perna dentro de sua calça.
-Eu não quero mais te ver, vá embora e não volte. — Harry implorou.
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guerrilla; l.s
RomanceAlgo havia mudado em seu rosto e, sob a luz fraca da lamparina, Louis não conseguia decifrar o que significava. Era quase como se ele já soubesse suas razões mas quisesse ouvir da boca de Harry, que sim, ele era o motivo de sua chateação.