guerrilla; l.s

13

     Liam já estava olhando para ele como se quisesse matá-lo, e talvez seria isso mesmo o que ele fosse fazer. As coisas não melhoraram quando Eleanor simplesmente apareceu ao lado de Louis para consolá-lo. Com isso, Louis conseguiu mais dois inimigos: Zayn e Jay. Eles jamais iriam entender o que se passava pela cabeça de Louis e o motivo pelo qual ele não afastou Eleanor de si. Ele não poderia fazer isso, havia passado a noite com ela, um homem de verdade não destrataria uma mulher em nenhuma ocasião, muito menos nessa. Mas um homem de verdade não trairia a pessoa pela qual havia doado todo seu coração e vice-versa. Louis queria apenas se compreender e ser compreendido. Queria que seu gatinho retornasse sorrindo e expondo a covinha esquerda e simplesmente o ouvisse explicar que não, não se lembrava de nada mas estava muito arrependido e o queria de volta. Em silêncio, Louis se levantou. 

    O passado de Louis pode ter sido incompreensível para ele antes, mas Louis podia sentir isso se avolumando contra a superfície, esperando para ser liberado. Ele era um fraco, sempre foi. Ele fechou os olhos e juntou as mãos. Lá, sozinho, mesmo com algumas pessoas a sua volta, com seu coração batendo tão forte quanto a dor que sentia, ele pediu em pensamento para que seu gatinho voltasse. Convidou ao Deus que nunca realmente havia acreditado ou respeitado, apenas lhe pediu, lhe questionou. Se acaso Deus realmente existisse, ele poderia fazer a proeza de trazer Harry novamente, mesmo que a paixão deles fosse algo que o todo poderoso não aprovasse. Louis queria ouvir toda a verdade de Harry, se tudo havia realmente acabado assim, do nada. 

  Mesmo que a verdade fosse partir seu coração.

-Você não o merece. — A voz de Liam ecoou, tirando Louis de seus pensamentos. — Nem mesmo suas lágrimas são dignas de alguém como o Harry.

  Talvez fosse verdade, talvez chorar parecesse banal perto de toda a dor que havia causado em "alguém como o Harry". Por que o Harry era a melhor pessoa do mundo, a mais pura pessoa, o rapaz mais inteligente que Louis já tinha conhecido mas ao mesmo tempo mais ingênuo, doce, puro e atencioso. Ele era tudo o que Louis nunca conseguiu ser em toda sua vida. Ele completava Louis como um quebra-cabeça mais que perfeito. Então, Louis não poderia simplesmente deixar que levassem Harry de si, ele lutaria até que ouvisse da boca de Harry, que não, ele não voltaria para ele. 

-Para onde ele foi? — Louis perguntou, fungando e se encolhendo no próprio corpo. 

-Você não vai atrás dele, filho. — Jay suspirou, exasperada. — É perigoso demais. 

-Eu perguntei para onde ele foi! — Louis se enfureceu, endurecendo o tom de voz. 

-Ele foi embora. — Zayn sorriu ironicamente, aproximando-se de Louis vagaroso. — Ele voltou para casa, Louis. Ele voltou para onde ele pertence. Ou achou mesmo que Harry era alguém como os que você está acostumado a se envolver? Você o destruiu e ele se foi, Deixe-o em paz! 

-Ele voltou para o vilarejo? — Louis virou-se nervoso na direção de Zayn. Ele e Harry eram parceiros rebeldes, Harry não poderia simplesmente retornar ao vilarejo. 

-Um tratado foi deixado... — Jay contou, colocando a mão no ombro do filho. — Se Harry fosse, nos daria imunidade. Estamos livres agora! 

    Ninguém jamais entenderia que Louis pouco se importava com a liberdade. Ele poderia ser morto mas não se importaria se fosse ao lado de Harry. 

-E-Ele... Está voltando para morar com Des? — Louis questionou, indignado.

-É o pai dele, querendo ou não. — Jay murmurou, se afastando. — Aliás, você se importa?

-Claro que me importo, mãe! — Louis bufou com lágrimas inundando seus olhos azulados e segurando a própria cauda. — É o Harry.

-Não vá atrás do Harry, meu filho... Você o magoou demais! — Jay protestou, olhando enojada na direção de Eleanor. — Além do mais, se você se importasse realmente, não teria feito o que fez. Harry está nos garantindo paz, seja grato por isso e dê paz a ele também.