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     [No vilarejo]

    Quando se aproximavam do terraço, Des viu mais um edifício comercial impregnado de cartazes com os dizeres "o amor é igual", "não podemos mudar" ou "o amor é o que é". Ele precisava acabar com aquilo, ele precisava de Harry de volta e iria conseguir. Obviamente, com seu filho retornando ao berço, provaria que por mais que quisessem, quem estava no controle era Des, mais ninguém. Ele tinha o plano perfeito, ele tinha os fantoches perfeitos. Um de seus espiões havera lhe contado sobre Harry estar realmente vivendo um romance com Louis Tomlinson. Des não entendia o por quê de tamanha provocação vinda da parte do filho, mas quando o recuperasse não iria colocar o braço a torcer. Não demonstraria mágoa, rancor, ódio, repuna ou qualquer outra coisa que realmente estivera sentindo, ele só precisava de Harry para retomar o controle do caos de Noham. E Louis? Bem, Louis Tomlinson arcaria com todo o fardo da revolução indesejada. 

-Eu quero que vá lá, surja quando tudo estiver desabando sobre ele. — Exigiu Des, estendendo um saco preto desbotado com algumas moedas de ouro. 

-Sim, senhor. Só retornarei para o vilarejo com Harry Styles em mãos. — Garantiu o mais novo funcionário.

-Mas não quero que toque em Louis Tomlinson, lembre-se de nosso objetivo. — Suspirou pesadamente. — Ele é o vilão, não eu. 

-Não tocarei nele, ele provavelmente nem me verá. Estará muito ocupado. — O  funcionário sorriu ganancioso guardando o pequeno saco no bolso da calça. 

-Retorne com meu filho e a segunda parte lhe será bem destribuída. O conselho não perde por esperar. — Des gargalhou maléficamente, entregando um pedaço de papel vistoso com um envolope dourado, arrancando um arrepio do jovem homem. — E não permita que ela faça nenhuma besteira. 

***

     Anne costurava o fundo das calças do marido enquanto Gemma revirava os olhos entediada ao escrevia uma pequena carta  sobre o quão sentia falta de Harry e queria o irmão de volta. Ela e o irmão viviam em tanta harmonia, que qualquer outro jovem poderia se espantar com a afinidade. Mas ela não podia mais o ver.  Gemma não havera nascido para ser dona de casa, ela tinha o mundo todo para conquistar mas Des insistia que ela deveria se preparar para algum tipo de "casamento futuro". Desde que seu irmão caçula havia sido "raptado" por Louis Tomlinson, ela se sentiu necessitada de encontrá-lo conversar e lhe perguntar como ele se sentia em relação as mudanças tão repentinas que haviam acontecido. Queria saber como ele estava encarando o fardo de seu primeiro beijo sozinho. Gemma não conseguia imaginar Harry levando tudo isso numa boa, o irmão era inocente demais e deveria estar fazendo milhões de perguntas para si mesmo. Gemma só queria poder abraçá-lo novamente e dizer que estava muito orgulhosa, por que realmente estava.
   A garota levantou-se da poltrona em que estava acomodada e foi em direção a cozinha, ela precisava forrar o estômago. Pôde ouvir vozes vindas da sacada. Era seu pai e outro homem. Gemma rapidamente se escondeu atrás da fina parede de concreto para ouvir melhor a conversa. Se ela havia entendido bem, o rapaz com quem seu pai conversava, além de ser bem bonito, era um algum tipo de mensageiro (?).  Quando Des finalizou a conversa com o rapaz, Gemma estava a espreita no corredor escuro. O rapaz passou reto por não tê-la notado e então, Gemma o puxou para perto de si. 

-Shhh. — Ela colocou o dedo indicador nos lábios do rapaz para acalmá-lo, ele estava apavorado e prestes a gritar.

-P-Perdão? — O jovem se afastou.

-Sou Gemma Anne Styles. — Estendeu a mão para que o rapaz pudesse beijá-la, então ele o fez.
-Em que posso lhe ajudar, senhorita?

-Eu sei de tudo. Eu sei tudo o que planeja juntamente com meu pai. — Gemma Suspirou tirando uma pequena carta de dentro do sutiã. — Quero que entregue isso a Harry Edward Styles assim que o encontrar.

-Lamento, trabalho para seu pai, doce... Não para você. — Respondeu o jovem, se afastando e revirando os olhos.

-Eu não estou lhe pedindo um favor, estou lhe dando uma ordem. — Gemma contorceu-se enfiando a mão direita dentro do sutiã novamente e retirando um saquinho de moedas de dentro. — Você agora trabalha para mim também.

-Gemma, querida! — Ouviu Anne chamar.

-M-Mas... — O rapaz chocou-se.

-Agorá vá. — Gemma o empurrou para fora e lhe deu um chute na bunda com suas botas surradas quando chegou a porta. — Boa viagem.

-Onde você estava? — Anne perguntou, acendendo o lustre do corredor escuro.
-Estava apenas conferindo, ouvi um barulho na porta e pensei que alguém estava invadindo. — Gemma inventou, batendo a porta.

-Oh, querida... Não precisa ter medo. Harry está com o Tomlinson, aposto que não vai permitir que ele faça algo contra nós. — Anne acariciou o rosto da filha, que a abraçou e se pôs a chorar falsamente. 

guerrilla; l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora