30. GEOVANA (II)

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∞Ж∞

— Geovana! — Minha mãe gritava do andar de baixo. — Vai se atrasar, o Jamie já chegou!

— Cinco minutos! — Gritei em resposta. — Estou descendo.

— Você disse isso quinze minutos atrás, baixinha! — Provocou Albert, parado à soleira com um sorriso matreiro.

— Cale a boca, Al!

Terminei de colocar a maquiagem e conferi na minha bolsa se estava tudo em ordem e se o dinheiro e o cartão de crédito estavam na carteira. Passei pelo meu irmão mais velho recebendo um leve cascudo e corri escada abaixo para encontrar Jamie me esperando na sala de estar. Ele levantou e correu na minha direção, levitando-me pela cintura como fazia sempre que nos encontrávamos.

— Desculpe fazê-lo esperar, amor! — Pedi.

— Sempre vale a pena esperar por você. — Sorriu beijando-me com delicadeza. — Está linda!

— Obrigada, você como sempre um doce. — Dei-lhe um selinho. — Mas vamos depressa antes que a Vic surte! Ela já me telefonou três vezes.

Despedi-me da minha mãe e saímos. Nosso destino era a Eastman Street, para a Spirit Halloween uma loja de fantasias. O tema da minha festa de aniversário daquele ano. Apesar da minha melhor amiga dizer que era bem infantil, quisera fazer algo diferente de uma reunião com amigos com conversas constrangedoras e algumas cervejas. Minha mãe havia alugado um clube da cidade para realização do que seria o melhor aniversário da minha vida. De alguma forma, também era uma despedida, Jamie entraria na UCLA no ano seguinte.

— Animada? — Jamie me perguntou enquanto dirigia pela Pkwy.

— Muito! — Sorri, ansiosa. — Impossível não estar. Para ser melhor só faltava meu pai.

— Ele está com você, meu amor. Sempre. — Acariciou meu braço. — Tenho certeza que ele está orgulhoso da mulher maravilhosa que você está se tornando. E por que o Albert não veio com a gente, ele não vai usar fantasia?

— Disse que está velho demais pra isso. — Revirei os olhos. — Sabe como ele é, os trabalhos da faculdade têm de sair impecáveis ou o cérebro dele dá pane.

— Você não fica muito atrás dele e sabe disso! — Revidou.

— Pelo menos eu sou uma pessoa normal, uso algo chamado agenda para estudar e viver como um ser humano e não uma máquina de decorar livros.

Jamie riu e, alguns minutos depois, paramos em frente ao shopping onde uma Victória impaciente nos aguardava falando furiosa com alguém no celular.

— Não quero saber, não foi o que combinamos, faça o seu trabalho que é para isso que estou te pagando! — Gritou.

Ela desligou quando estacionamos e entrou no carro, largando-se no banco de trás e nos cumprimentando um pouco ácida pela demora. Como sempre, atribuiu a culpa a minha mania de demorar a escolher roupa e ao esmero com a maquiagem. Quando lhe questionara sobre o problema no telefone, me dissera ter sido algo com uma compra que fizera ao contratar um serviço para casa. Notei um clima estranho entre ela e Jamie, ele a cumprimentou num tom frio quase de desprezo.

Jamie estacionou em frente à loja e entramos, a hora do almoço se aproximava por isso não queria demorar, para que pudéssemos comer juntos em algum lugar. A loja estava quase lotada quando entramos, apesar de ainda faltar muito até o halloween, muita gente queria antecipar a fantasia dos filhos. Os corredores de roupas e máscaras eram os mais cheios de modo que tivemos dificuldades em conseguir um espaço no ambiente disputado.

Um Novo Começo (2ª Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora