36. BERNARDO

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Geovana, Brígida e eu paramos em um restaurante no centro. Contei a Geovana que Gina estava de folga àquele dia porque um dos seus netos havia adoecido. Mesmo sabendo que estava sendo muito óbvio, não podia deixar de olhar para ela como uma forma de me fazer acreditar que estava mesmo ali, diante de mim. Aquém de todas as coisas que aconteceram, no fim ela ainda havia me escolhido. Por um momento, enquanto os dias corriam em Albuquerque sem qualquer notícia, cheguei a duvidar do nosso final feliz, pesava-me no coração a dúvida se ela seria capaz de perdoar meu comportamento e acreditar que seria capaz de recomeçar ao meu lado. Não obstante, era impossível não perceber certa hesitação no seu comportamento, e era natural que fosse ainda afetada por dúvidas uma vez que estava mudando toda a sua vida — de novo! — por minha causa.

— Não posso nem pôr em palavras como estou feliz com o seu retorno, Gê! — Animou-se Brígida. — Sou até capaz de perdoá-la por não ter me telefonado esse tempo todo.

— Eu tinha muita coisa na cabeça, parecia que, de uma hora para outra, minha vida inteira era tão desconhecida quanto a minha outra sem memória aqui.

— Sou capaz de imaginar o que você passou.

— Eu imagino mesmo que seja, Bri. — Alfinetei. — Você soube tudo em primeira mão, não foi?

— Aquiete-se, Bergatim! — Ralhou ela. — Se não fosse pela sua própria teimosia ela nem teria ido embora pra começo de conversa.

— Não estou me isentando da minha culpa. — Ergui as mãos em sinal de rendição. — Estou relembrando fatos. Uma pena que, ao contrário de Albert, você não seja tão óbvia quanto a senha do computador.

— Do que está falando? — Brígida lançou um olhar confuso para nós dois.

— Al usa guardiões da galáxia como senha. — Informou Geovana. — Eu sei, bem maduro.

— Quando o conheci ele parecia... não sei, tão sério. — Deu uma risadinha baixa.

— Mais uma prova de que aparências não são confiáveis. — Apontei.

— Você vai ficar na casa do Bê, Geovana? — Quis saber Brígida. — Afinal é o lugar onde está mais familiarizada, mas acho justo ter mais opções e eu moro numa casa bem grande para uma mulher solteira.

— Pode parar de tentar roubar a minha noiva. — Reclamei antes que Geovana tivesse a chance de responder. — Ela acaba de voltar e você já quer que eu passe mais tempo longe dela? Esqueça. Isso não é negociável, a menos que ela mesma deseje viver em um apartamento na rua 25, fica comigo.

— Bebê, sua rua é a 25 e lá não tem apartamentos. — Observou Brígida com sarcasmo.

— Exatamente. — Anuí.

Geovana deu uma risada baixa e, nesse instante, percebi que sua postura soltara-se um pouco mais o que me deixou aliviado. Ainda fez-me algumas perguntas acerca do neto de Gina e de como minha ama estava.

Um Novo Começo (2ª Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora