32. BERNARDO

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[Oi, meninas! Primeiramente desculpas pela demora. Eu passei por uma cirurgia na sexta passada e ainda estou me recuperando. O processo não tá sendo muito bom e esses últimos três dias foram bem complicados, por isso não tive como atualizar a história, em especial porque não conseguia ficar muito tempo em frente ao computador. Eu vou precisar ser submetida a uma segunda cirurgia em breve e, por isso, talvez atrase um pouco novamente, peço paciência a vocês. Obrigada por todos os comentários e o apoio, vocês são demais!]

 Obrigada por todos os comentários e o apoio, vocês são demais!]

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Seis meses depois...

Uma artéria rompeu. A tensão na sala aumentava enquanto a hemorragia fazia um rio de sangue crescer na barriga do paciente sobre a mesa cirúrgica, os sinais vitais começavam a cair, minhas mãos trabalhavam o mais ágeis que meu pensamento conseguia processar cada passo. Conter o sangramento. Cauterizar a artéria. Fazer a sucção do sangue em excesso. Continuar retirada do tumor. Mesmo concentrado em meu trabalho, podia sentir o olhar pesado de Alice sobre mim, mas não deixei que me intimidasse, fingi que não me afetava como todos os conselhos que ela e Brígida tinham me dado quando retornara ao trabalho após a alta do hospital. Sucesso. Coloquei o tumor sobre a bandeja. O paciente estava estável. Ordenei que os médicos residentes o fechassem como era o procedimento padrão. A cirurgia findou e precisava me preparar para outra em uma hora.

Era meu quinto plantão naquela semana. Sempre que ia em casa em alguns raros momentos tomar banho, as reclamações de Gina soavam como bombas na minha cabeça dolorida pelas poucas horas de sono. Mas não havia outra maneira de manter minha sanidade se não me entregasse ao meu único objetivo de existência até então: salvar vidas. Fora por aquele propósito que me tornara médico oncologista e um ativo pesquisador da área. Além do trabalho no hospital ainda estava trabalhando em conjunto com dois grupos de pesquisadores a respeito das células tronco na reconstrução de órgãos e tecidos afetados por câncer e outra sobre a detecção das células cancerígenas antes de seu "despertar" no corpo pelos fatores em cadeia.

As ligações de Brígida acumulavam no celular que não atendia. Chegara em tal nível de ausência que conseguira um estado mental para evitar tudo aquilo que me remetia a Geovana. Mal tinha me dado conta de que, pela primeira vez em dois anos, a data da morte de Vanessa passara sem que percebesse ou fosse visitar seu túmulo vazio em Albuquerque. Os dias transcorriam de modo que me mantinha ocupado demais para pensar em qualquer coisa que não fosse o trabalho até me sentir exausto o bastante para dormir de maneira imediata, sem tempo de devanear sobre sua partida. Sabia que as pessoas próximas à mim, mesmo Clark, estavam preocupadas comigo, evitava Emily há semanas porque já sabia que ela ia dizer coisas que não queria ouvir. Sentia que se não me libertasse de vez daquele sentimento opressor acabaria caindo em um buraco do qual não conseguiria sair nunca mais.

∞Ж∞

Seis meses atrás...

"Ela foi embora." As palavras pronunciadas pela voz de Alice ecoavam como sussurros tenebrosos nas paredes da minha mente. Havia pedido a Clark para impedi-la de ir embora até que eu recebesse alta, mas ele se recusara, ético como só ele sabia ser, dera-me um sermão sobre profissionalismo e sobre o martírio que a família dela havia passado durante todo aquele tempo. Não podia censurá-lo por agir daquela forma, por me desencorajar a ser um idiota egoísta como estava sendo quando nem sequer coragem de verbalizar que a amava eu tinha.

Um Novo Começo (2ª Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora