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CAPÍTULO 12
JENNIFER

Meu pai apesar da idade continuava um homem lindo, mesmo seus olhos estando pesados e o rosto cansado pelo tempo ele ainda era lindo. Seus olhos focam e mim e por um rápido momento eu pensei ter visto um sorriso brotar em seus lábios.

No fundo eu queria poder me perder em seus braços, mas eu sabia que isso não seria uma boa atitude a se tomar. Eu dou dois passos para trás ficando ao lado de Verne que age normalmente entregando um copo de whisky para meu pai que entra de vez na sala.

- Quanto tempo menina. – Meu pai fala voltando sua atenção para mim me analisando de cima a baixo. – Está tão linda é exatamente igual sua mãe. – Ele fala tranquilo em surpreendendo com isso, mas eu não estenderia o assunto falar da minha mãe sempre acabava em brigas.

- Como o senhor está? – Pergunto realmente curiosa.

- Ótimo, Lorene está esperando um filho homem meu. – Ele se gaba todo orgulhoso.

Meus olhos caem sobre ele incrédula, eu odiava lembrar que Lorene Martinez estava casada com meu pai, eu odiava saber que ele tiraria dela os sorrisos leves da doce menina que ela sempre foi.

- Espero que saiba o que está fazendo, pai. – Digo e ele me encara sério.

- Eu sempre sei o que estou fazendo Jennifer. – Ele grunhe. – Fico feliz em poder vê-la hoje. – Ele diz e isso me pega de surpresa.

- Está feliz por me ver? – Começo a pensar aonde ele iria chegar com tudo isso.

- Tenho uma proposta para você minha filha. – Ouvi-lo me chamar de filha fez algo dentro de mim desabrochar, uma felicidade momentânea.

- Acho que não tenho opção a não ser ouvir, certo? – Falo sabendo que provavelmente não irei gostar nada do que ele tem a me dizer.

- Está esperta, isso é bom. – Ele diz e olho para Verne tentando achar alguma explicação para tudo isso.

Verne chega mais perto de mim e se concentra em meu pai.

- Pai acredito que isso não seja necessário. – Verne diz cauteloso.

Olho para meu pai que encara Verne sério e então eu tive a certeza que não viria nada bom pela frente.

- Verne não se meta nisso. Jennifer tem que ser útil para alguma coisa e não somente torrar meu dinheiro. – Golsh diz sarcástico e isso me fere como um corte tão profundo que entra para a coleção de todos que meu pai conseguia abrir em mim.

- Seja lá o que for eu não quero saber... – Falo querendo me retirar dali. Eu sentia meu peito se apertando dentro de mim.

- Jennifer estou te oferecendo a oportunidade de ser reconhecida por mim. Eu a aceitarei e...

- Não! – Eu o interrompo não suportando mais ouvi-lo.

- Escute criança tola. – Golsh rosna. – Já deve estar ciente que Dimitre nos deixou responsável pelo Norte da Itália. É claro que com isso eu preciso de aliados fortes e bem, oferecer você é um começo para isso.

Eu rapidamente entendo aonde ele quer chegar e isso é absurdo. Golsh nunca ligou para mim, nunca deu a mínima importância para minha vida, ele me largou no mundo e deixou que eu aprendesse com a vida.

Minha infância foi marcada por seus surtos quando bêbado de jogar na minha cara o quão eu era desnecessário, o quanto olhar para mim o lembrava da prostituta que ele dizia ter amado e o que o destino os condenou. Ele era tão egoísta que matou minha mãe depois de me dar à luz por não poder ficar com ela.

Cattiveria I Spin Off - Série ObscurosOnde histórias criam vida. Descubra agora