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CAPÍTULO 06
JENNIFER

O vento bate forte em meu rosto, respiro fundo, meus cabelos são bagunçados pelo vento e a neblina me impede de enxerga passos a minha frente.

Um calafrio percorre meu corpo e tomo coragem de dar o primeiro passo. Não vejo nada a minha frente, mas algo dentro de mim gritava para eu me mover e eu caminhei com passos cautelosos. Cada passo que eu dava a neblina se dissipava e eu então conseguia ver tudo ao meu redor.

Eu estava em um campo bem no meio de uma plantação de girassol, o sol forte deixava as cores mais fortes, sorrio sentindo uma calmaria me invadir. No meio dos girassóis vejo uma menininha, com seus cabelos negros esvoaçantes e seus olhos azuis como um diamante, ela sorria para mim.

Dei um passo em sua direção e ela saiu correndo e como se algo nos ligasse eu corri atrás dela, eu sentia minhas pernas ganharem vida e eu corri, até que quanto mais perto eu chegava da doce menina as cores iam se perdendo. O céu antes ensolarado, agora estava cinza e chovia forte.

Os girassóis estavam sem vida e a doce menina estava ajoelhada de costas para mim. Mesmo que eu não pudesse enxergar seu rosto eu sabia que ela chorava e um buraco se abriu em meu peito, eu podia sentir a quão ferida a doce menina estava.

Corri até ela e toquei seus ombros e senti algo se quebrar dentro de mim e eu a abracei forte, para tentar tirar toda aquela dor dela, mas quanto mais forte eu a abraçava mais forte a dor ficava e mesmo assim eu não conseguia solta-la, eu não queria solta-la.

O choro forte agora saia de mim, a doce menina então olha para cima e vejo ela movendo a boca falando algo que eu não podia escutar, eu só podia ouvir a dor e agonia gritando dentro do meu peito, uma solidão me inundou e reunindo todas minhas forças eu olhei para o mesmo lugar que a doce menina dos olhos de diamantes estava olhando.

Sigo seu olhar e encontro meu pai nos olhando, ele estava em seu terno preto alinhado nos olhando com um pesar no olhar, ele balançava a cabeça negativamente e então a doce voz da menina invadiu meus ouvidos.

- Me perdoe, me perdoe, me perdoe. – Ela repetia freneticamente.

Meu pai continuava a balançar a cabeça negativamente e então sinto meus lábios se moverem e minha romper por minha garganta.

- Me perdoe, me perdoe, me perdoe. – Eu repetia para mim mesma e não para ele.

Sinto alguém segurar minha mão, a doce menina me olha com uma admiração que me enche de esperança.

- Se perdoe por seus erros. – Ela sussurra.

Olho novamente para meu pai que agora está ajoelhado de frente para mim e vejo seu peito sangrando um sangue negro e gosmento. Suas mãos estão sujas por seu sangue e ele começa a passar o liquido preto em mim e um grito rompe minha garganta desesperada.

- Sempre seremos iguais, filha. – Ele diz beijando minha testa.

A doce menina agora não possuía o brilho de antes, ela está toda suja com algo que parecia graxa preta, seus olhos não brilhavam mais, seus cabelos agora estavam grudados ao corpo e um sorriso maldoso reinava em seu rosto.

- É o que sempre seremos. – Ela fala com uma voz cortante e eu sinto o ar sendo expulso de meus pulmões.

Eu me sentia sufocada, eu não podia respirar e eu estava tão assustada.

Cattiveria I Spin Off - Série ObscurosOnde histórias criam vida. Descubra agora