XIII - JISUNG I

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– Será apenas por alguns segundos, eu prometo nunca mais voltar aqui.  

Ali estava eu novamente, em pé de frente ao Dr. Johnny e o insistindo para visitar Sebastian. Para ser franca, desde que tudo aconteceu com Mark, eu não havia o visto durante muito tempo e as únicas respostas que recebia ao perguntar sobre ele eram: “está internado.” “ficará bem.”. E essas frases não sustentavam ninguém. Quem se satisfazia com apenas duas notícias? 

Johnny me olhava sério, ele era um cavalheiro e muito gentil, sua voz grave me tranquiliza. Poderia ter a certeza de que bastava olhar para ele para que seu dia melhorasse em 70%, os outros 30% seria completo pelo seu sorriso.  

– 1 minuto. – ele disse ao abrir a porta. – Apenas isso! – comentou ao fechá-la.  

Ali estava ele, não tão pálido como antes e nem tão cheio de hematomas, mas ainda sim machucado. O príncipe Sebastian ainda de olhos fechados estava com um tubo em suas narinas e com algumas agulhas em seu corpo. Estava totalmente nu, tampado apenas por um simples lençol branco. Seu rosto sereno e despreocupado me fez arrepiar. O que será que se passa nesta cabecinha?  

 – Ei, sou eu. – disse baixinho para não o incomodar. – Não sei com o que está sonhando agora, mas espero que seja com anjos e bichinhos fofos... Queria te dizer que estou torcendo por sua recuperação e espero te ver fora desta cama e sorrindo como sempre fez... Ah! Não se preocupe quando a Mark Tuan, a polícia já está cuidando dele e de sua enfermeirazinha. Ele não irá lhe machucar mais uma vez. Quero pedir desculpas por não voltar para o dormitório com você ou por não insistir que permanecesse ao meu lado. – suspirei e o observei de longe. – O dormitório está vazio sem você, se estiver me escutando, por favor, volte logo. 

 Eu não tive uma resposta naquele instante, na verdade, nem no instante seguinte. O observei durando um tempo esperando sua resposta, mas nem os batimentos cardíacos fora alternado. Pensei no que havia feito de errado, afinal, não era assim que acontecia nos filmes? Talvez eu só precise esperar pelo final.  

Após matar a saudade que estava me matando, agradeci de coração ao Johnny por me deixar ver Sebastian. Ainda pelo corredor do hospital de longe vi Dr. Henry e Song discutirem aos sussurros sobre algo sério.  

E no longo corredor eles brigavam como homens em busca de missão.  

– Você está atrasando isso. É uma coisa séria demais para se adiar! – Dr. Henry parecia muito preocupado ao dizer aquelas palavras. – Você precisa se cuidar, Peter!  

Peter, então era esse o primeiro nome do Dr. Song. Dr. Peter Song. 

– Eu cuido da minha saúde, não se preocupe. – Dr. Song mantinha sua postura incrível. – Parece até que o doente é você. 

Ainda de longe me senti mal, parecia que estava prestando atenção na conversa deles, mas a culpa não era minha de dois homens estavam discutindo a minha frente. 

– Se parece de ser tão egoísta perceberia que isso não envolve somente você.  

– Eu disse para não se preocupar, Henry. Eu sou um médico, posso cuidar da minha própria saúde. 

Dr. Henry abaixou a cabeça e concordou, ele parecia muito chateado e triste por estar brigando com Dr. Song. Não o julgo, também estaria se estivesse no seu lugar. 

– Não irei insistir nisto. – Dr. Henry comentou. – Já insisti em bastante coisas aqui. 

– Não diga isto, Henry! Sabe o quanto dói te ouvir dizer isso.  

– Tenho que organizar alguns papéis, apenas tire o dia de folga. – Dr. Henry o disse ainda sem olhá-lo e prosseguiu pelo corredor.  

Fiquei imóvel, não sabia o que fazer. Correr para trás e ser vista como um fofoqueira ou correr para a frente e ser vista como um fofoqueira. Mas nada como uma boa improvisação, enquanto eu pensava no que fazer Dr. Song foi mais rápido. 

FRAGMENTADO [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora