fim

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KIM JUNGWOO - PEQUIM

- Olha aquilo!

Ele apontava para o nada na expectativa de me animar, estávamos andando havia 2h e nada da grande muralha terminar.

- Sinto que estou perdendo os sentidos. - respirei fundo.

- Você está bem? Quer mais água? Parar um pouquinho? Se quiser podemos voltar imediatamente. - me olhava assustado e ainda assim prendendo o riso. - Eu te carrego!

- Jung, você é um anjo! - endireitei a postura. - Eu consigo terminar isso.

E foi caminhando com os anjos de Deus me empurrando e a gravidade me ajudando que consegui chegar ao objetivo de Jungwoo. As pernas tremiam mais que tudo, a respiração saía apenas pela boca e a imagem era perturbadora, o importante é que conseguimos.

- O que quer fazer agora?

Não sabia de onde ele tirava tanta energia, mas a minha estava esgotada.

- Hotel!

Sentamos um pouco para respirar, Jungwoo me contou sobre seu passado, das vezes que fugia de casa para observar o Sol, não importava o quão a vista dele doía, ele se empenhava porque era um ato único. Me emocionei quando falou da primeira vez que Taeyong apareceu e de como se falavam frente ao espelho, Jungwoo falava dele com admiração e carinho. Ele me disse tudo sobre o pai, das vezes que o machucava por causa da Igreja e o escondia do vizinho. O Kim disse nunca perder a fé, ele sabia que Deus não era culpado por aquilo e que os humanos são capazes de fazer ruindade por si só.

Jungwoo não é um santo, mas tinha a imagem pura de um. Conversar com ele me trazia calma e paz, além do desejo de querer descobrir mais. Ele contava suas histórias com entusiasmo e desejo, e eu passaria horas ouvindo o som daquela voz.

E chegou a vez do TCN, ele contou sobre Kora primeiro, de como ela foi essencial em sua vida e que ela o ajudou na criação de Doyoung, a sua parte mais viva e colorida. Jungwoo não tinha raiva dela e nem de nenhum deles, mas não era grato também. Ao Mark que o fez um grande bem quando chegou e ao fim quis matar seu corpo e o Song que achando o fazer mais forte estava o matando aos poucos. Sumir, para ele, foi a melhor opção, se continuasse sendo tão puro como Jungwoo provavelmente estaria em uma cela sendo tratado como um animal. Doyoung o fez criar coragem e desejo que nenhuma outra personalidade tinha, poderia fazer coisas ruins, porém estava ali por ele e para eles.

- Não importa os experimentos que sofri, agora são o meu passado e nada daquela época me afetará.

Os relatos sobre Madalena me deixaram triste, ele sempre soube que tinha uma mãe, só não sabia se a encontraria em vida ou morte. Eles se encontravam recentemente em casa, ele a pediu para manter segredo e disse que ela gostou da parte sensível dele.

Jungwoo é excepcional e estará sempre ali para dividir o seu espaço com Kim Doyoung.

- Nunca pensei em conhecer a China! - ele disse enquanto caminhávamos de volta. - Na verdade, nunca pensei em conhecer lugar algum.

- Agora que está aqui. - sorri ao ver o ponto de táxis. - Quais lugares gostaria de conhecer?

- Noruega, Japão, Coréia do Sul e a Tailândia.

- Podemos conhecer juntos. Faremos assim, nas férias de inverno vamos para o Japão, o Yuta fala japonês e pode nos ajudar, no verão iremos para a Coréia do Sul...

- Seria incrível! - sorriu. - Não vai atrapalhar seu trabalho?

- Na verdade, não... Estou pensando em algo e preciso viajar para que isso aconteça. - segurei sua mão e andei mais rápido. - Vamos, estou morrendo de fome.

FRAGMENTADO [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora