XVI - DOYOUNG I

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– Aonde está o Ten?

Por mais estranho que a situação estivesse, eu estava sentindo a presença dele.  

– Ele voltará logo. Posso te pedir uma coisa? – sua voz estava fraca, não tinha toda a potência que havia antes. – Sei que se afastou e está nervosa, estou sentindo seu nervosismo. Não sei ao certo como te pedir desculpas...

Me aproximei da porta, sentei apoiando a cabeça sobre a mesma. A respiração de Doyoung estava tão alta que pude escutá-la.

– Obrigado por se aproximar. – ele continuou. – Não pude me controlar, eu estava triste e irritado. Você não deveria se aproximar, sempre resolvo as coisas sozinho, iria passar logo. A raiva é passageira... Senti sua falta e muito, mas também senti raiva e a quis bem longe. De todas as situações de que saí, essa está sendo a mais complicada... – sua voz falhou, ele suspirou e ouvi seu choro soando baixinho. – Não consigo me convencer de que a culpa não é minha, não consigo parar de pensar na visão em que eu te enforco sem forças para parar. Eu sinto muito.

Fechei os olhos e imaginei Doyoung chorando ao se desculpar, meus olhos ardiam e minha cabeça estava prestes a explodir.

– Está tudo bem... – tentei o acalmar. – A culpa não é sua.

Me assustei com o barulho do trovão, nem ao menos percebi que estava nublado.

– Começou a chover. – Doyoung comentou. – O corredor não está frio?

Realmente estava, deveria ser 5:40h ainda e o corredor estava esfriando aos poucos.

– Não... – menti.

– Está mentindo, ainda não sei porque mente tanto.

Em meio as lágrimas que ainda caíam, sorri. Doyoung me dava uma sensação de paz, ele era uma boa personalidade.

– Não se preocupe, estou bem.

– Ainda está sentada no chão? – me assustei quando ele fungou o nariz. – Não pode ficar doente... – fez uma longa pausa. – Irei abrir a porta.

Me assustei com a sua afirmação.

– Não precisa me ver, apenas te passarei a minha jaqueta. Não quero que fique doente, por favor, aceite. – sua voz estava calma e baixa.

Respirei fundo e levantei.

– Tudo bem. – respondi a ele.

O barulho de trincos se fez presente. Me assustei, pensei que apenas a senha abriria a porta.

– Doyoung? Que barulho é esse?

– É para o nosso bem.

Uma parte da porta se abriu, os dedos brancos e longos se fez presente. A vontade de segurá-los estava forte, mas algo me impedia. Ele recuou, logo passando a jaqueta pela porta. A segurei tocando levemente seus dedos.

Doyoung estava frio, sua pele estava gelada demais. O choque percorreu o meu corpo quando o toquei sem querer. Uma onde de nervosismo passou sobre mim.

– Me desculpe. – ele sussurrou do outro lado da porta, a única visão que tive era da sua mão tocando a minha. – Só permaneça ai, por favor. – ele retirou sua mão e fechou a porta a trincando.

– Obrigada!

Coloquei sua jaqueta por cima do jaleco e sentei novamente no chão do corredor.

– Doyoung? – sussurrei perto da porta.

– Estou aqui.

– Eu sinto muito por Jisung, não foi minha intenção o deixar desconfortável...

FRAGMENTADO [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora