III TROIS

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                                                           "Priusquam mactaveris, excorias."

– Não tem muita coisa nessa ficha, não é? – Ten sorriu ao me ver sentar desengonçada na cadeira a sua frente. – Você é formada em Psicologia?

– Psicologia? – sorri. – Pareço uma psicóloga?

– Você parece ser inteligente. – Ten não tirava o sorriso do rosto. – Eu queria me formar também, mas preciso me recuperar antes.

Ouvia atentamente o que dizia, peguei a prancheta e coloquei sua ficha em primeiro lugar.

PERSONALIDADE: Ten Chittaphon

NASCIMENTO: 27/02/1996

NACIONALIDADE: Tailandês

APARIÇÃO: -

Tailandês;

Simpático;

Alegre;

Gentil;

DANÇA.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS: X

Apoiei a prancheta sobre as minhas pernas e o encarei, precisava mostrar ao Ten que não estava com medo dele – mesmo que estivesse – e fazer com que ele se sentisse confortável comigo.

– O que gostaria de cursar? – perguntei encantada com o sorriso que formava no canto dos seus lábios.

– Algo relacionado a dança. – ficou sério por 1 segundo, logo voltando a sorrir – Dançar é minha vida. Eu expresso meus sentimentos na dança.

– Espero um dia poder apreciar.

– Eu ou a dança? – sorriu tampando o rosto com as mãos.

– Então essa é a verdadeira face de Ten Chittaphon. Um pouco dos dois. – sorri.

Ele estava tímido, mas se esforçava ao máximo para conversar comigo. Sorria o tempo inteiro, chegando a me levar a sorrir por conta do seu lindo sorriso.

– Pode me contar um pouco sobre você?

– Se continuar sorrindo assim eu te passo até o meu endereço. – pisquei para ele. – O que posso dizer?

– Posso te perguntar? – mostrou todos os dentes.

– Claro.

– Você tem irmãos?

– Tenho um mais novo, tem apenas 1 ano. – perdi o olhar ao lembrar do Brian.

– Você o ama e cuida dele? – disse sério.

– Às vezes, me esforço ao máximo para demonstrar meu amor a ele.

– Isso é muito legal. Eu tenho irmãos também, eles são legais. Mas as vezes discutimos e isso não é legal, é difícil conviver com eles. Eles são... – Ten fez uma careta e se endireitou na cadeira, a postura estava incrível, algo surreal, seu olhar simpático e sorridente mudou em questão de segundos. A pessoa mais simpática não estava mais ali. Os olhos pareciam mais atentos e a expressão era séria. – São interessantes. – disse com a voz mais grave.

O meu corpo tremeu, minhas pernas balançaram por conta do nervosismo. Endireitei minha postura para ficar à altura. Encarei cada canto daquela sala, inclusive percebi que havia uma pintura com a assinatura em nome de Lee Taeyong. "O número 7?"

– Onde está o Ten? – perguntei séria.

– Eu sou o Ten. – forçou um sorriso.

– Sou nova, mas não burra. Não tente me enganar, eu quero falar com o Ten.

FRAGMENTADO [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora