FRAGMENTADO [Revisando]

XXVIII - O SILÊNCIO DOS INOCENTES

E os meses se passaram e com ele mais um ano. O inverno chegou sem piedade, a neve não hesitou em cair em grande quantia. O que me rendeu três grandes bonecos de neve no quintal, Lucas e Taeil acharam injusto haver apenas um e com o nome de Brazil com Z, para eles era necessário existir um Coreia e outro China. Tana apenas ria e concordava enquanto segurava Brian e assistia os dois meninos.

O Natal foi animado e farto, nunca havia visto tanta comida em minha frente, mas a metade sumiu antes das 0h quando Lucas decretou que estava morto de fome. Sebastian nos contou algumas histórias de terror, o que nos levou a dormir juntos em um cômodo – o menor –.

Estávamos em Fevereiro quando as coisas começaram a ficar confusas. Jae e Jack visitavam Brian sempre que possível, – todo final de semana – o que me permitia a não ficar sozinha. Durante esses meses distante do TCN foquei nas aulas e em encontrar Kora – ex namorada de Kim Doyoung – ainda tínhamos muito o que conversar. Mas não foi ela quem encontrei, em uma tarde de Sábado pude jurar ter visto Mark Tuan, o homem que foi preso por me agredir e deixar Sebastian internado. Jack cogitou que eu estivesse louca e a visão foi apenas meu cérebro com saudades do Hospital.

Em uma das ligações mensais Song disse que era possível que Mark estivesse solto e que uma boa fiança não segura nem o diabo, mas garantiu que poderia fazer com que ele fosse proibido de se aproximar de mim. O Mark eu não vi, mas isso não significa que ele não pôde se comunicar.

Quando a primeira carta chegou pensei em denunciá-lo, mas as outras fizeram com que o "segredo" fosse nossa melhor opção. Sim, Mark me machucou e estava com a intenção de matar os meus meninos e ainda machucou o Sebastian, mas ele estava certo de uma coisa: Ele tinha respostas para as perguntas que a minha mente fazia.

Nas cartas ele parecia certo das escolhas que eu tomaria e estava ditando todas as ações que eu faria a seguir. Não podia negar, ele era um médico inteligente. Com Jack sempre em minha volta, escondi cada carta enviada por Mark. Nunca as respondi e mesmo assim ele continuava as enviando, como se soubesse a minha pergunta para todas elas.

E no dia 27 daquele mesmo ano, li a última carta do mês em casa enquanto Jack e Jae levavam Brian para o Norte da cidade.

DE: Mark.

PARA: Você, obviamente.

Faz um tempo desde que nos vimos pela última vez. Pela terceira vez peço para que não pense que estou te seguindo ou algo do tipo. Só quero abrir seus pequenos olhos.

Peter Song mente para você... Como posso dizer isso sem que pareça que estou tentando te manipular?

Sei que é inteligente, descobri no momento que te vi cuidando do seu amigo. Você juntou todas as peças e conseguiu me pegar. Porém, não sou a quem deve se preocupar agora.

Deve estar pensando em esconder as cartas e não contar a ninguém, certo? Caso contrário já estaria preso. A minha licença terminará logo e então estarei novamente naquela sala reservada da prisão a qual me levou. Não a culpo, você não era meu alvo, apenas uma vítima criada por Peter (não se ofenda).

Gostaria de fazer um jogo com você, meu bem. Presumo que não goste de jogar e foi por isso que decidi ir direto ao ponto.

Quando chegou no TCN a história do pequeno assassino não havia passado, em certo ponto. Bem, Peter Song a fez pensar que os monstrinhos estavam presos ali por bastante tempo, mas se eu te disser que eles saiam? Você acreditaria em mim?