EXTRA II

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E todas as vezes que Jung ousou em contar ao pai sobre o psicólogo era visto como um completo mentiroso. Ele passou por esse sofrimento diversas vezes e a única salvação era ele mesmo.

Jungwoo aprendeu a conviver com os pecados do mundo, aprendeu a sofrer em silêncio. Na verdade, ele foi obrigado, pois a única pessoa em que conhecia e confiava não acreditava nele.

Ele se negou a odiar o pai, mas precisava de algo a mais. Como viveria em meio as manipulações? E foi durante uma missa na Igreja que seu pai pediu para que ele não dissesse aos outros que é seu filho. Kim sabia que o pai o escondia, mas não imaginava que tinha vergonha.

Um dos vizinhos viu Jungwoo quando o mesmo correu para o segundo andar, isso provocou ao Padre uma série de perguntas. Jung esperava tudo do pai, mas se surpreendeu ao ouvir dizer que era apenas uma criança sem teto.

Depois que foi visto passou a frequentar a escola. Foi difícil no começo, ele era apenas um menino em meio as multidões. Com a ajuda de Yuta, Jung conseguiu se enturmar e aos poucos conheceu outras pessoas além de seu pai e o psicólogo.

Com a vida escolar as manipulações aumentaram, era muita informação para o pequeno Jisung. O que deixava Taeyong irritado, porque Jisung era o único deles que ainda escutava o Padre quando Jungwoo não estava.

Jung se sentiu perdido e confuso, não sabia se acreditava no que o mundo lhe dizia ou nas palavras frias de seu pai. Ele estava vivendo o próprio inferno de opiniões.

Em meio a confusão do seu cérebro chegou Doyoung, responsável, com a mente aberta e ar de liderança. Doyoung deixava o Padre louco, ele conseguia o que queria apenas na conversa e foi desse jeito que transformou “Jungwoo” na pessoa mais sábia da cidade.

De todas as 5 personalidades incluindo a real, Doyoung foi o único a ter um relacionamento e por conta deste que a personalidade recém formada se tornou o maior manipulador que alguém poderia conhecer.

O fim do relacionamento deixou Doyoung irritado e logo após o choque assumiu o corpo em uma das consultas e justamente quando o corpo infantil estava sendo abusado em silêncio. Ele ainda não conseguia se controlar, sua raiva se misturou a de anos de Jungwoo, ao Taeyong que sempre apanhou, a Yuta que passou a odiar a verdade e a Jisung que se perdeu nas palavras que o Padre enfiou em sua mente.

E foi necessário uma morte para que o Padre percebesse que seu filho estava doente. Foi difícil para o Kim aceitar que a sua criança havia matado um homem, a criança em que espancou várias vezes na esperança de um mundo melhor fez o que era visto por si como um pecado mortal.

Senhor Kim, conhecido como Padre na pequena cidade se sentiu sem chão ao buscar o filho no psicólogo e encontrar polícias em volta da criança ensanguentada. Ele observou bem o filho antes de fazer qualquer ação. Era tão pequeno para se banhar no sangue alheio, por que diabos havia ocorrido aquilo?

Ao ver o pai Jungwoo chorou como nunca, ele não fazia ideia do que estava acontecendo, nem reconhecia o próprio corpo coberto por um líquido vermelho. O pequeno se levantou e correu até o pai para abraçá-lo, o homem nem ao menos se mexeu. Evitou olhar para a criança o abraçando desesperada e chorando implorando por ajuda. Kim era orgulhoso demais para admitir que o próprio filho cometesse tal ato.

Um dos policiais observou do que se tratava e afastou a pequena criança de perto do pai. O homem desconhecido deu mais afeto a Jungwoo naquele momento do que seu pai em sua vida inteira.

Após todo o processo de vistoria, laudos e conclusões, apenas algumas pessoas sabiam do que se tratava. O Padre ignorou qualquer palavra que dissesse a respeito de Jungwoo, sendo assim, nunca soube que o filho apenas matou um homem para se proteger. Ah, se ele deixasse o orgulho de lado, saberia que a pequena criança sofreu tanto abuso em silêncio que explodiu sem ao menos perceber.

FRAGMENTADO [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora