XXXI - MARK ESTAVA DE VOLTA

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– Passe livre? – respirei fundo e sorri. – Acha mesmo que sou idiota ao ponto de aceitar?

Ele forçou um sorriso que escondia um grande nervosismo, talvez estivesse acontecendo algo ali que eu não fui capaz de descobrir.

– Não quer se despedir antes de ir?

– Eu prometi que não voltaria, não é? – disse convicta. – A despedida só seria mais dolorosa.

– Então é isso? Agora irá embora?

– Ah... só mais uma coisa...

Ele suspirou e assentiu.

– Conseguiu concluir sua pesquisa? – perguntei.

Hesitou e depois disse calmamente.

– Estou perto do fim.

Eu estava satisfeita com as informações que tinha. Não havia muito para ser feito naquele momento, precisava cumprir o combinado. Agora era a minha vez de partir e não voltar.

– Sendo assim, Dr. Song... Meu retorno chegou ao fim.

Me levantei e me afastei dele.

– Você me prometeu que ficaria longe disto!

– Eu lhe dei as minhas palavras e estou cumprindo-as.

(...)

As malas já estavam no portão principal, estava apenas esperando o carro chegar. Não havia muitas pessoas por ali, apenas o porteiro e dois seguranças, nem um sinal de médicos.

Jaehyun não estava quando saí, então deixei uma pequena carta indicando que eu realmente estava indo. Esperei que ele visse quando eu já estivesse bem longe.

As montanhas ao longe pareciam cada vez mais sozinhas, o lado de fora parecia tão assustador sem a segurança daquele local.

Me assustei quando os braços finos me envolveram, o perfume doce e suave de flores preencheram o local. Me virei lentamente os afastando e parei em frente ao corpo visivelmente fraco.

– Ei...?

O chamei tomando cuidado para não errar. Ele estava vestindo um moletom azul escuro e usando um boné preto que prendia seus cabelos para trás. A cabeça abaixada mostrava o quão fraco ele estava.

– Por favor... – o soluço seguido de algumas lágrimas fez com que as palavras não saíssem perfeitamente. – Não vá, por favor... Eu prometo fazer o que quiser!

Me senti tão pequena perto dele e tão vazia ao ouvir seu choro. Meu coração estava partido em mil pedaços.

– Eu...

Ele levantou a cabeça, o rosto que estava tampado pelo boné trazia um tom vermelho. O choro não era repentino.

– Ten?

Meu mundo caiu quando a boca dele se contraiu ao prender o choro, seu corpo – por mais grande que fosse. – parecia pequeno e inofensivo. Eu nunca havia o visto chorar.

– Eu te imploro! – ele insistia. – Não me deixe...

Meus sentidos já havia sumido naquele momento, nem ao menos me perguntei como ele havia chego ali. Só ousei em pensar em tudo que ele passaria sem ao menos ter a quem o aconselhar.

– Calma... por favor, não chore. – segurei o choro ao máximo, uma recaída faria com que nossas mentes explodissem. – Respire fundo... – me aproximei dele e passei as mãos em seu rosto limpando as lágrimas, por mais que ele não me olhasse, apenas seu rosto foi capaz de me destruir. – Podemos conversar, mas você precisa se acalmar.

FRAGMENTADO [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora