Reencarnada (Completa)

Capítulo 92

Quando sai da biblioteca, a primeira coisa que eu fiz ao ver Vlad foi abraça-lo com força escondendo o meu rosto em seu pescoço, tive que ficar nas pontas dos pés para conseguir isso.

- "O que aconteceu?" - perguntou para depois beijar a minha testa.

Eu não respondi.

Neste momento eu não queria que ninguém soubesse o que Azlin havia me contado, eu não podia fazer nada sem deixar derramar algumas lágrimas; hoje eu teria que desfrutar o que restava do dia.

Tanta informação que é dolorosa, surpreendente e angustiante... Porque ela disse somente para mim?

Eu perguntei e ela respondeu tudo o que estava no livro que ela acabou de me dar.

- "Querida, você está bem?" - Vlad perguntou se separando de mim para olhar nos meus olhos e me obrigar fazer o mesmo.

- "Sim."

- "Gabriele..."

- "Eu te amo." - eu sussurrei e o abracei novamente. - "Eu só...tenho medo. Quero que isso acabe logo."

- "Shhh." - ele me beijou lentamente. - "Eu também te amo, Gabriele..." - nos separamos lentamente. - "Estou ao seu lado e não penso em te deixar, e te juro que farei isso acabar logo." - ele pegou a minha mão entre a sua e caminhamos até onde os outros estavam.

Eles estavam conversando, rindo e totalmente alheios do que iria acontecer logo. Será horrível fingir estar feliz quando tinha uma revolução dentro de mim.

Agora entendia porque Azlin algumas vezes se comportava de maneira estranha; saber o que os outros não sabem e esconder...era uma tarefa complicada.

Ela havia guardado alguns detalhes e eu agradecia isso, não queria pensar ou imaginar que mais alguém com quem eu me importo poderia morrer. Nem que algo poderia sair bastante mal para me quebrar.

- "Meu amor." - minha mãe me abraçou no momento que soltei a mão de Vlad.-  "Você estava chorando? Está tudo bem? O que aconteceu?" - ela perguntou preocupada.

- "Oh, mamãe..." - eu sorri ligeiramente. - "É só emoção de alguns segredos que Azlin me contou." - eu murmurei.

- "São coisas boas...não é?"

- "A maioria." - eu menti. Uma meia verdade; perguntei sobre o futuro, O Caído, os Petrov...bem, nem tudo foi ruim de saber.

Começando pelo fato que poderia ficar grávida a qualquer momento...ou talvez já esteja, sem contar que seria uma gravidez muito diferente e isso me dava medo.

- "Bem." - ela beijou minha bochecha rompendo o abraço. - "Eu e o seu pai temos uma notícia, Marcos." - ela o chamou, e ele ficou ao seu lado sorrindo e segurou a sua mão. - "Você conta ou eu conto?" - ela perguntou.

- "Os dois juntos."

- "Bom, um...dois..."

- "Nossos pais vão se casar outra vez, Irmãzinha!" - meu irmão gritou me abraçando, me pegando de surpresa.

Soltei um grito de surpresa e bati no seu ombro.

- "Liam!" - eu disse em um tom de queixa. Um segundo depois analisei o que ele falou e voltei a gritar para abraçar meu irmão. - "Vão se casar! Vão ficar juntos outra vez!" - gritei soltando o meu irmão para ir abraçar o meu pai e depois puxei a minha mãe para o abraço.

Teria a minha família unida novamente.

- "Sim, princesa." - meu pai disse beijando a minha cabeça.

- "E a melhor parte é quando vamos nos casar." - minha mãe murmurou divertida.

- "Quando?" - perguntei no momento em que desfizemos o abraço.

- "Justamente hoje!" - ela gritou me abraçando novamente.

Abri a boca de surpresa e busquei Azlin com o olhar até notar que se aproximava do pátio do castelo onde todos estávamos.

Ela não tinha dito que os meus pais ficariam juntos, eu também não perguntei; mas eu consideraria uma boa notícia. Uma excelente notícia.

O fato de não ter me contado sobre isso...me fazia duvidar, me preocupar e mudar minha perspectiva de não dizer nada hoje.

Fechei os olhos me lembrando de nossa conversa.

- "As coisas algumas vezes podem mudar." - Azlin disse.

- "A...A tua mo-morte...podem s-ser uma elas?" - perguntei temendo sua resposta.

Ela ficou calada por uns segundos.

- "Outras só se atrasam, e eu...já fui salva uma voz, querida. Não haverá outra."

- "Então eu tenho algo melhor do que premonições." - eu sussurrei sentindo os meus olhos arder. - "Esperança."

Eu devia relaxar e ser positiva. Desfrutar desse dia...o dia do casamento dos meus pais. Eles vão se casar, pela segunda vez, e ficar juntos por muito mais tempo; talvez uma eternidade se eles quiserem.

- "Justo hoje?" - eu perguntei com a boca semiaberta por causa da surpresa.

- "Sim, por que esperar?" - minha mãe perguntou rindo e mostrando um anel de noivado; simples mas bastante bonito. - "Não temos porque perder tempo, já que queremos ficar juntos."

Vinte minutos depois, Stephany e Camilla estava arrumando o enorme e bem cuidado jardim do castelo, enquanto Alec e Caio traziam o que as irmãs pediam. Por outro lado meu irmão e Vlad estariam com o noivo; meu pai, e eu e Azlin com a noiva; minha mãe.

O vestido era de Paris. De mangás longas e de cor branco pérola, com um decote em V, corte princesa até os joelhos. Os saltos eram de oito centímetros da mesma cor do vestido. E as flores...lindas rosas vermelhas e rosas. As favoritas da minha mãe.

- "Tinha tudo planejado." - eu murmurei terminando de fazer o laço do buquê.

- "Seu pai havia pensado em se declarar em Paris. Por causa de todos os acontecimentos que aconteceram não pareceu ser o mais sensato e mandou fazer tudo, para ter tudo pronto...e a única coisa que faltava para decidir era o dia que eu quisesse..." - ela suspirou. - "E eu decidi o dia de hoje. Por que esperar?" - ela encolheu os ombros.

Sorri olhando para Azlin que abraçou a minha mãe, dizendo que ela estava tão bonita com a maquiagem que estava fazendo.

[...]

A única coisa que todas coincidimos foi o preto. Azlin não era de usar vestido e mesmo assim insistiu de usar uma cor mais alegre, mas nós negamos.

Por outro lado os homens estavam vestindo um terno azul marinho, com exceção do meu pai que estava usando um terno da mesma cor do vestido da minha mãe.

Minha mãe estava linda. talvez todos os meios de comunicação esperavam que os Bexter fizeram uma extravagante festa...mas o mais importante era que ambos não deixavam de sorrir; demonstrando sua felicidade.

Sem câmeras, entrevistas e sem estresse.

O juiz era um amigo de Vlad e Alec, a papelada foi fácil de conseguir e recebi como resposta do meu noivo para o meu comentário foi: "Sou Vlad Tepes, seu pai Marcos Bexter. Simples."

Minha mãe assinou, meu pai também. O juiz disse mais algumas palavras por uns minutos...e eles estavam casados. Eles se beijaram e todos aplaudiram.

Eu dei um beijo em Vlad.

- "Você gostaria que fôssemos os próximos?" - ele perguntou no meu ouvido.

Abri minha boca de surpresa, eu não esperava a sua pergunta.

- "Vlad..." - justo quando eu ia responder, um grito desolador rompeu a felicidade é minha ideia de um dia bom.