My Angel (Romance Lésbico)

O beijo.

  Rooney's Point of View

  Estava no carro de Joaquim, tudo muito silencioso, mas o próprio parecia inquieto com alguma coisa.

  - Tá tudo bem, Joaquim?

  - Ah... Sim. - Sorri amarelo.

  - Certeza? Tá tão inquieto... Fiz algo de errado?

  - Não! Claro que não, amor. - Tocou minha coxa. - É que... Você sabe, sou colega de Andrew Upton e ele me contou umas coisas sobre você... - Deu de ombros. - Estou meio preocupado.

  - Que?! Preocupado com o que? - Já elevava o meu tom de voz.

  - Com o seu comportamento, amor... - Suspirou. - Ele me disse sobre você estar insinuando algumas coisas pra Cate e o casamento deles estar ruim... Te culpou e tudo. Eu parei pra perceber algumas coisas e sabe, talvez ele até tenha razão. Quero o seu bem e as gravações desse filme talvez estejam te fazendo mal, essa mulher tem uma família e um marido, Rooney!

  Suspirei, contava de um até dez mentalmente e minha mente isolava qualquer ruído de dentro daquele carro, ignorava completamente o que Joaquim falava ou eu ficaria irada de tanta, TANTA raiva! Olhava para o lado e lá estava o homem gesticulando, apontando o dedo na minha cara, não parecia querer me bater, ele me humilhava sem nem se quer perceber.

  - Quer estragar o casamento deles? Rooney, essa mulher te faz mal!

  Eu simplesmente olhava pro nada, minha mente sabia que eu estava praticamente desmoronando, não deixava eu me concentrar nas palavras de Joaquim, mas infelizmente algumas vinham em cheio. Quanto mais eu ignorava, mais irritado ele ficava.

  - Andrew é um bom homem! Sempre fez Cate feliz!

  Mentira.

  - É a porra de uma fantasia isso? Acorda! Você não está mais atuando! Você não gosta de mulheres!

  Mentira.

  - Olhe pra mim! Eu sou quem você quer, não ela! - Suas mãos brutas seguraram em meu maxilar e me conduziram até seu rosto, seus lábios selavam de forma bruta contra os meus, não sentia nada de bom vindo daquele beijo. Segurei suas mãos e me desvencilhei do homem.

  - Me leva de volta pra porra do estúdio. - Disse fria, sem emoção, decepcionada. O homem abria e fechava a boca várias vezes, ameaçava falar algo, mas o silêncio continuava.

  Então assim ele fez, nos levou de volta ao estúdio. Destravei meu cinto de segurança com pressa, queria distância dele.

  - Rooney... - Senti sua mão segurando na minha e rapidamente a soltei, fui correndo de volta pro nosso camarim, abri e fechei a porta, minha respiração estava rápida, meu corpo estava em alerta, meus olhos perdidos. Até que meu corpo escorado na porta foi caindo aos poucos, até eu sentar no chão e as lágrimas escaparem.

  - Meu Deus, Rooney! O que houve?! - Sarah estava o tempo todo no camarim, eu não tinha percebido. A mulher me levantou e me levou ao sofá, eu só sabia chorar, estava desesperada, assustada. - Respira, aqui, toma uma água. - Assim fiz.

...

  Depois de ter me acalmado, contei tudo o que aconteceu pra Sarah, já estava deitada no sofá descansando.

  A mulher andava de um lado pro outro, nervosa e irritada.

  - Pelo amor de Deus, como ele pôde?! - Esbravejava resmungando.