cap. 24

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Rebeca

 Minha cabeça esta estourando de dor, mesmo assim me arrasto até a sala do segundo ano, onde sou recebida com gritos e conversas paralelas, como se ninguém tivesse entrando na sala, coloco meu material sobre mesa, tiro o casaco que estou usando a manha toda, odeio ter que dar a ultima aula em plena sexta-feira, as pessoas sempre estão muito agitadas, acabam não prestando muita atenção na aula, com a cabeça doendo tudo se torna muito pior.
- Bom dia alunos. Como podem ver já estou presente, gostaria que calassem a boca. - Inalo profundamente. - Vou fazer a chamada, quem não responder irá receber falta.
Começo a chamar os nomes, como sempre faço.
- Samantha? - Levanto os olhos e não a vejo.
- Faltou. - Algumas pessoas gritam em coro.
Menos uma para atrapalhar minha aula, penso comigo.
- Será que ela esta bem? - Alguém pergunta.
- Ouvi dizer que ela esta com câncer no estomago. - Diz outra pessoa.
Assusto-me com esse comentário.
- Ela esta faltando desde quando? - Pergunto, mesmo não gostando dela, fiquei preocupada, o que mostra que não sou incrédula.
- Desde sua ultima aula, quando ela passou mal.

Essa menina vai acabar reprovando se continuar a faltar tanto assim. Pego a lista que passei para os alunos, são pouco os que fizeram, começo a fazer algumas perguntas, direcionadas a pessoas especificas, a grande maioria não sabe responder nada.

- Quero ver como vocês iram na prova, se não sabem responder isso aqui, que é bem mais fácil que as questões da prova, imagina nela.
- Quero ver eu ir mal nesse caralho. - Sussurra alguém.
- Quem disse isso? - Pergunto com os olhos arregalados. Ninguém fala nada. - Acho isso ridículo, se você falou uma coisa, deveria assumir. E se não quisesse ir mal, teria prestado atenção as minhas aulas, ou estudado em casa. Não posso fazer nada se você não passa de um moleque ou moleca. E tenha um pouco mais de educação ao se dirigir a mim.
Vou a fazer minhas perguntas, com respostas cada vez piores. Conto os segundo para a aula acabar.

A aula acaba, minha cabeça esta melhor, o que é uma benção. Entro no carro e fico pensando onde poderei almoçar, já que Bianca esta com o namorado, e Marlon almoçará com os amigos. Decido fazer uma coisa que normalmente não faria.

Dirijo até o restaurante que Marlon costuma almoçar com os amigos, torcendo para que eles ainda estejam aqui. Pelo horario ele acabou de chegar.
Retoco a maquiagem, querendo estar apresentável para os amigos do meu marido, desço do carro me sentindo maravilhosa. Vou até a porta do restaurante.
- Boa tarde senhora, tem reserva? - Pergunta a recepcionista.
- Boa. Não, quero encontrar uns amigos que possam estar aqui. - Ela sorri, abrindo a porta para mim passar.

Não me lembro qual foi a ultima vez que vim aqui, mas o restaurante esta do mesmo jeito, o cheiro de picanha toma conta do ambiente, as pinturas abstratas ainda estão penduradas na parede, algumas estão tortas, mas isso não deixa a decoração menos bela.
Olho para os lado a procura dos amigos e do próprio Marlon. Vejo um casal apaixonado, uma mulher com a cara fechada almoçando sozinha, com certeza não esta feliz por isso, dois homens bebendo um vinho e no canto escondido vejo um cara de costas, acompanhado de uma loira, com um cabelo estonteante, que é muito familiar.Não me lembro qual foi a ultima vez que vim aqui, mas o restaurante esta do mesmo jeito, o cheiro de picanha toma conta do ambiente, as pinturas abstratas ainda estão penduradas na parede, algumas estão tortas, mas isso não deixa a decoração menos bela.
Olho para os lado a procura dos amigos e do próprio Marlon. Vejo um casal apaixonado, uma mulher com a cara fechada almoçando sozinha, com certeza não esta feliz por isso, dois homens bebendo um vinho e no canto escondido vejo um cara de costas, acompanhado de uma loira, com um cabelo estonteante, que é muito familiar.


Eduardo passa na minha frente, mas não me percebe, puxo-o pelo braço, fazendo ele se virar para mim, ele se espanta ao me ver.
- Oi Eduardo, quanto tempo. Estava mesmo a procura de vocês.
- Oii. - Gagueja. Franzo a testa, não compreendo por que ele esta tão espantado.
- Você esta bem? Parece que viu um fantasma. 
- Ótimo, eu diria. - Ele força um sorriso. - Porque estava a nossa procura?
- Vim fazer uma surpresa para o Marlon. - Sorriso, sendo simpática.
- Ah... - Ele olha para os lados. - Ele teve que arrumar umas papeladas e não pode vir almoçar. - Não entendo o que ele quis dizer.
- Ele não vai almoçar hoje? - Pergunto.
- Provavelmente só mais tarde.
- Será que posso ir ate lá?
- Nãão. - Ele nem teve tempo de pensar. Isso esta muito estranho.
- Por que?
- Nosso chefe esta com ele, não seria agradável você aparecer por lá.
- Entendo. Então vou almoçar com vocês... - Deixo a frase no ar.
- Eu estou enjoado da comida daqui, que tal irmos almoçar em um restaurante melhor. - Ele esta tentando ser legal, ou esta me cantado?
- Hm... - Penso. Não quero almoçar sozinha, não fara mal almoçar com ele.


Ele me empurra rapidamente para fora do restaurante, pega o celular e começa a digitar.
- Então vou no meu carro. Você vai no meu, ou eu te sigo? - Ele não ouviu o que eu pergunte, esta realmente conversando com alguém muito importante. - Eduardo. - Chamo mais alto, ele se assusta.
- Que?
- Sigo você, okay?
- Perfeito.

***
Chego em casa super cansada, odeio os dias que tenho que dá aula no período da tarde, não existe nada mais cansativo. Tiro meus sapatos, jogando-os ao lado da porta de entrada. Respiro o cheiro de camomila no ambiente, esta tudo tão impecável, foi muito bom ter contratado uma empregada.
O almoço com o Eduardo foi muito estranho, ele ficou muito longe, depois ficou fazendo perguntas sobre  o casamento e quanto eu amo o Marlon, ele com certeza esta interessado em mim, como se eu fosse voltar a trair o Marlon algum dia, isso é impossível, Samantha me mostrou o quanto ele é importante para mim, não viveria sem ele.

Vou direto para o banheiro, tiro a roupa, jogando-me debaixo da água. Meus músculos se relaxam, para ficar mais relaxada só faltou uma massagem em meus pés.

Saio do banheiro cantarolando um Reggae, entro no quarto toda despercebida, tiro a toalha, secando meu cabelo. Uma tosse, assusta-me. Olho para trás e vejo o Marlon deitado na cama, com um sorriso no rosto.
- Feliz?
- Estaria mais se você estivesse se alimentando direito. - O clima fica carregado.
-Não se preocupe comigo, meu bem.
- Claro que  me preocupo, eu te amo. - Havia muito tempo que não dizia isso em voz alta, foi bom. Aproximo dele, jogando-me em seus braços.
Beijando-o, ele não retribui muito bem o beijo, afasto e o encaro. O que esta acontecendo?
- Só estou muito cansado. - Responde como se tivesse lido minha mente.
- Eu entendo, também estou. - Faço uma pausa. - Entretanto um sexo selvagem cairia bem. Seria relaxante.
- Acho melhor não. Realmente estou cansado.  

Tento esconder o desapontamento, mas não consigo muito bem, ele me olha com pena, fico ainda mais triste com esse olhar. Estou solitária, meus desejos estão a flor da pele, preciso dele dentro de mim, preciso de sexo. Não entendo o que esta acontecendo com Marlon, ele nunca foi de dispensar sexo.

Levanto e volto para perto do guarda roupa, a procura do meu pijama.

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