Cap. 13

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Rebeca

"Minha história com o Marlon é bem engraçada, digna a virar filme. Tudo começou quando eu ainda era pequena, minha irmã tinha acabado de se casar com ele, eu amava ficar na casa dela. Todo dia quando Marlon chegava e eu estava lá, ele mandava minha irmã me levar embora, eu ficava muito chateada. Sim, eu era pequena e barulhenta, mas lá era a casa da minha irmã também.
Virei adolescente, minha irmã se separou dele, e eu nunca mais tinha tido notícias dele. Um belo dia, eu estava andando da parada para casa, eram cinco quarteirões, estava quase chegando no segundo. Usava um vestidinho que quase mostrava o útero. Tinha começado a chover, uma tempestade, eu estava morrendo de frio, tremia muito.
Um carro parou, a porta se abriu, eu não entraria, não era nem doida. Antes mesmo de ver quem era, mostrei o dedo médio e continuei andando.
- Deixe de drama, moça, entre nessa porra de carro. - Aquela voz era familiar, o que fez com que eu parasse. Girei a cabeça e olhei para dentro do carro, vendo Marlon, achei meio estranho. Acabei cedendo e entrando no carro. - Como esse mundo é pequeno, não?
- Não vai me mandar ir embora agora, não? - Foi a única coisa que consegui responder.
- Depois de tantos anos, você ainda se lembra disso?
- Como esquecer algo que acabou com minha felicidade na infância? - Ele fica pensativo.
Ficamos calados o resto do caminho. No dia seguinte, estava fazendo o mesmo caminho, quando vi o carro dele parado enfrente a uma casa bem pequena, achei que estivesse fazendo uma visita, ou algo do tipo. A semana se passou e tornei a vê-lo várias vezes, percebi então que ele estava morando ali.
Algumas vezes conversávamos, outras ele dava encima de mim, mas não o suportava, cada vez que olhava para ele, só conseguia lembrar da minha infância infeliz por causa dele, sim eu estava sendo dramática, mas não podia fazer outra coisa. Eu o achava um troglodita.
Quando completei dezesseis anos, sai para comemorar com as amigas, em uma festa que estava tendo no nossa bairro. Estava dançando como se o mundo fosse acabar, quando senti um par de mão segurar minha cintura, uma de cada lado, segurando com força, pegando de jeito. Meu coração acelerou. Verei-me para ver quem era, meu queixo caiu ao ver Marlon. Ele colou seu corpo ao meu, um arrepio percorre-se meu corpo, nós beijamos.
Não foi um beijo qualquer, foi caloroso, firme, faltei ver estrelas. Ninguém nunca tinha beijado-me daquele jeito, eu adorei. No final da festa, Marlon quis me levar para casa, mas eu tinha combinado que dormiria na casa da Esperança.
Esperança, na época minha melhor amiga, crescemos juntas, mas o tempo nos separou.
- Não precisa, até por que irei... - Antes que eu terminasse de falar, Esperança puxou-me.
- Deixa de ser besta, você pode dormir lá em casa outro dia, e não é sempre que um cara gostoso te oferece carona. - Gritou ela em meu ouvido, de uma forma que só eu conseguisse ouvir.
- Então... É... Meu pai não poderá me buscar...
Marlon foi cavalheiro, abriu a porta do carro para mim. Perguntou se eu estava com fome e queria parar para comer, eu estava morrendo de fome, então aceitei.
Mas acabamos parando em um motel, e eu acabei sendo a comida. Eu era virgem, fiquei bem nervosa, não sabia o que fazer, lembro-me do medo, tinha medo de não fazer direito.
- Apenas relaxe. - Ele sussurra em meu ouvido, beijando meu pescoço.
Aquela noite foi magnifica, nunca me esqueci do jeito como ele fez carinho por todo meu corpo, como nossas virilhas se encaixavam perfeitamente, o jeito como ele gemeu meu nome várias e várias vezes, sem contar as safadezas que dizia, e o jeito como ficamos abraçados depois do orgasmos.
Começamos a ter um lance, que durou um ano, achei que nunca passaria de transas, mas no meu aniversário de dezessete ele me pediu em namoro, no início meus pais eram contra, por Marlon ser dez anos mais velho e por já ter sido casado com minha irmã. Porém quando eles perceberam que eu não ia terminar com Marlon, decidiram aceitar.
Meses depois, veio o casamento. Anos depois veio a Bianca, alegria da minha vida, não seria nada sem ela. Na verdade, não seria nada sem vocês dois. "
Foi difícil essa gravação, tive que me preparar a semana toda, e o pior de tudo relembrar de muitas coisas. Mas isso tudo foi muito bom, pois abriu meus olhos, eu amo o Marlon, temos uma história juntos, não posso deixá-lo para ficar com uma pirralha, mimada.
- Bibi, você tem certeza que quer passar isso na sua festa?
- Sim. - Fala ela toda orgulhosa.
- Por mim não passaria, é o seu momento de brilhar, não de mostrar meu romance com seu pai.
- Mas esse romance faz parte da minha história. - Essas palavras deixaram-me toda orgulhosa, meus olhos se enxergam de lágrimas.

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