Cap. 33

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Tobias

- Obrigada pelo jantar. Foi maravilhoso. - Digo, em parte é verdade, mas foi  bem diferente de todos os encontro que já tive.
Desço do carro ansioso para contar todos os detalhes para Samantha, que já deve ter chegado em casa. Caio desce do carro também, trancando-o, não entendo o por que ele esta fazendo isso, lanço  um olhar arregalado, ele sorri.
- Vou deixa-lo na porta. - Caio pega minha mão, como se fosse um casal, guio-o até a porta, torcendo para ele não querer entrar.
- Você é tão diferente do que eu imaginei, consegue ser grosso e ao mesmo tempo meigo, o jeito como me beijou foi tão intenso. - Ele diz ao entrarmos no elevador. Nosso beijo havia sido tão normal, chocho eu diria, porém se ele acha que foi intenso, é por que ele sentiu a ligação que eu não senti.

Toco a campainha, Samantha não aparece para abrir a porta, deve ter dormido, penso. Pego a chave em meu bolso, destrancando-a cuidadosamente, tentando não fazer barulho algum. Caio entra logo atrás, eu não posso simplesmente manda-lo ir embora, então digo para ele se sentir a vontade. Dirijo-me até o quarto, esperando encontrar Samantha e seu brilho angelical, mas tudo que encontro é uma cama vazia e algumas peças de roupas espalhadas pelo chão.
Troco de roupo sem muita preocupação, pois ela deve estar chegando. Coloco uma blusa branca sem manga, de linha fina, uma samba canção cinza, mesmo estando com visita, sinto-me confortável em aparecer assim na frente do Caio, que faz uma cara de safado ao me ver.
- Que gracinha... - Talvez se eu fosse uma menina, minhas bochechas se corariam, mas como não sou, dou um sorrisinho envergonhado. - Sente-se aqui. - Fala ele, colocando as mão no colo.


Dou de ombro, sento ao seu lado. O clima fica pesado, tenso, então ele me beija, com força, vindo com muita sede ao pote, em parte eu não ligo, apenas curto o momento. Ele passa a mão sobre minha barriga, descendo um pouco, quando tenta colocar sua mão dentro da samba canção, interrompo-o.
- Calma, calma. - Sorrio. - Um passo de cada vez. - Consigo encher o desejo em seus olhos, estou há um bom tempo sem transar, mas não sinto o mínimo desejo, tesão ou vontade  de fazer isso agora. -  Vamos com calma. - Digo finalmente.
- Claro, você esta certo. - Ele passa a mão sobre os meus cabelos, voltando a me beijar.
Minha respiração esta acelerada, olho a hora  no celular, já é mais de meia noite.
- Acho que já esta na minha hora. - Diz Caio, acho que ele achou que eu estava olhando as horas por ele ainda esta aqui, não peço para ele ficar, simplesmente o deixo ir, acompanho-o até a porta. Ele me beija de um modo ardente, e sai andando pelo corredor, sem olhar para trás.
***
Meia hora depois.
Estou sentado no sofá, sozinho, o tedio esta tomando conta de mim. Samantha ainda não chegou, e a preocupação esta surgindo. Pego meu celular, que esta jogado a meu lado, disco rapidamente  seu número, levo o aparelho até a orelha, a ligação cai na caixa postal, meu coração se aperta. Tento não pensar em nada ruim.

Por que não tenho o numero da Marcelle?
Reviro os olhos, estou agoniado demais para ficar sentado, levanto e sem perceber começo a andar de um lado para o outro. Um pensamento surge em minha mente "ela pode está na casa da Marcelle". Saio do apartamento como um furação.
Toco a campainha, espero um tempo, deve ter sido apenas três segundos, que pareceram mais uma eternidade, volto a tocar a campainha. Então escuto a porta ser destrancada.
- Tobias? - A expressão da Marcelle é de espanto.
- Cadê a Sam?
- Ela não esta em casa? - Marcelle fica ainda mais espantada, seus olhos se arregalam.
- Não, ela não tinha saído para jantar com você?
- Sim. Mas voltamos a muito tempo. Ela recebeu uma ligação, achei que fosse você, então pediu para vir embora.
- Hã? - Tento digerir o que ela disse. - Onde você a deixou?
- Eu a acompanhei até sua porta, certificando-me de que ela entraria, e só depois vim embora. - Solto o ar com força pela boca, fazendo barulho, estou desapontado, não sei o que pensar.

- Entre, aceita um copo d'água? - A voz dela esta longe, é como se eu estivesse em um sonho, minha pressão cai, fico um pouco tonto. Volto para casa, deixando Marcelle falando sozinha.
Sento no sofá, onde estará Samantha? Tento ligar para ela novamente, caixa postal. E se ela estiver sofrendo? E se ela estiver ferida? E se ela estiver morta? E se? E se? E se....
O tempo passou, mas não fui capaz de acompanha-lo.

***

A porta se abre, meu coração para por um segundo. Meus olhos estão ardendo, talvez por eu ter passado a noite sem dormir, talvez por que eu esteja piscando pouco. Olho em direção a porta, vejo-a linda e radiante, com um grande sorriso no rosto, onde quer que tenha estado, a fez muito bem. Ando em sua direção.
- Oi. - Diz ela quase vomitando arco-íris.
- Onde você esteve? - Minha voz sai roca e alta, tomada pela fúria.
- Eu estive com Rebeca. - Ouvi isso é o mesmo que cair em um mar de fogo.
- Tinha que ser. Não podia ter avisado? Eu passei a noite inteira preocupado com você, imaginei mil atrocidades. - Bufo.
- Desculpa.
- Não me vem com desculpa. Você é tão ingênua, não percebe que ela é um monstro?!
- Cala sua boca. Tu não sabes de nada, nunca mais fale dela desse jeito. - Samantha grita, gesticulando com as mãos.

- Não grite. - Tento parecer calmo, mas acabo sendo autoritário. - Eu sei que ela usa você, não seja boba.
- O único bobo aqui é você, seu mal amado.
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Você deveria ter me avisado, é para isso você tem celular. - O ar ficou tenso, respirar ficou difícil.
- Não devo satisfação da minha vida a você.
- Enquanto estiver morando aqui, deve sim. E eu não sou um estranho, um qualquer da rua, sou seu amigo, a pessoa que mais te da apoio, e o pai do filho que você esta esperando. Tenho direito de saber tudo que acontece com você.

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