POV Sam
Ainda estava rindo quando voltei pra casa para pegar as minhas coisas, mas enquanto separava algumas roupas comecei a pensar em tudo o que estava acontecendo. Estava feliz? Sim, isso eu não podia negar, não conseguia me lembrar a última vez que tinha rido de verdade e com vontade, bom, na verdade eu me lembrava, tinha sido quando estava com Cait, em nossa casa, em um fim de semana qualquer que costumávamos passar assistindo Netflix o dia todo sem compromisso de hora ou qualquer outra coisa. Isso tudo não tinha sido há tanto tempo assim, mas parecia séculos quando pensava em tudo o que tinha vivido nesses últimos meses.
Minha vida tinha ido do céu ao inferno em questão de semanas, tinha terminado o relacionamento mais importante da minha vida e ao mesmo tempo recebido a notícia mais devastadora que qualquer pessoa poderia receber. Estava perdido, não tinha a quem recorrer, minha família estava longe e suportei tudo sozinho, na verdade se não fosse a Marina, não teria conseguido seguir em frente. Mas agora tudo isso parecia distante, minhas crises, minha ansiedade, tristeza e solidão parecia pertencer a uma realidade que não era mais a minha. Cait estava de volta ao meu lado e tudo parecia se encaixar perfeitamente. Só que ela não estava ao meu lado do jeito que esperava, fomos levados a ficar juntos meramente por questões de trabalho, minhas questões no caso e isso me incomodava.
Mas por que estava assim? Eu tinha a afastado, eu tinha falado que não queria mais um relacionamento e insisti nisso desde que nos reencontramos. Não tinha o direito de a arrastar para todo esse rolo que era minha vida agora, cheia de incertezas e tristezas, não era justo pra ela. Só que todo o esforço que fiz foi em vão, cá estava eu pegando minhas roupas para levar para a casa da Cait, no caso, a nossa casa, voltaria para o que era meu desde o início, voltaria pra ela...
Agora já era tarde pra tirar Cait da minha vida novamente, estávamos presos nisso juntos e não era nenhum sacrifício, pelo contrário, estava feliz e ansioso por sua companhia, ela conseguia me deixar num estado em que não me lembrava dessa maldita doença que insistia em tomar conta da minha vida, do meu corpo. E por que estava tão resistente em tê-la por completo? Não só como uma amiga, como um apoio, mas sim como minha parceira, minha namorada, minha amante...
Enquanto terminava de jogar minhas roupas numa mala decidi que não iria resistir mais, se a oportunidade surgisse iria me entregar por completo, sim, eu precisava dela e precisava em todas as formas e maneiras. Voltei rapidamente para a nossa casa, estava num estado de ansiedade que não conseguia me conter, parecia um adolescente e estava muito feliz com isso. Quando entrei na casa, dei de cara com Cait na cozinha, superconcentrada em algo que não fazia ideia o que era:
- Estou delirando ou você está tentando cozinhar algo? – perguntei cruzando os braços e apoiando no balcão da cozinha.
- Besta! Você sabe que sei cozinhar, só não gosto de fazer com frequência, apenas em ocasiões especiais... – ela respondeu enquanto mexia algo.
- Ah, e qual seria a ocasião especial? – falei me aproximando dela.
- Sua volta pra casa! – ela falou com um sorriso no rosto.
- Humm, assim vou ficar mal-acostumado! – apoiei meu queixo em seu ombro, tentando espiar o que ela estava fazendo.
Senti o corpo dela ficar tenso com a minha aproximação, sabia que estava avançando um sinal que ela não esperava, mas antes que pudesse me distanciar, ela saiu em direção do outro lado do balcão:
- Vamos brindar! – ela falou alto, sabia que ela fazia isso quando estava nervosa, e ergueu duas taças de vinho. – A sua é essa, não se preocupe, é suco de uva! – e piscou me entregando a taça.
- Nossa, isso é tão animador! – ri ao pegar a taça de sua mão. – Tenho certeza que a sua não tem esse mesmo liquido saboroso, não?
- Sorry, mas precisava de algo um pouco mais forte! – ela sorriu sem graça.
A olhei sério, eu realmente a estava incomodando?
- Cait...se minha presença aqui te deixa nervosa ou incomodada, pode falar, volto pra minha casa e a gente dá um jeito de sempre estarmos juntos quando saímos...
- Não Sam, é que eu...- ela parou de falar e se aproximou de mim. – Estou muito feliz de você estar aqui, mesmo, mas é que ter você tão perto e... – ela respirou fundo e olhou pra baixo.
Sabia o que ela queria dizer, a entendia completamente. Estarmos tão perto, mas sem podermos estar perto de fato, sem poder nos entregar ao que sentíamos um pelo outro. Eu a amava? Claro, muito. A queria? Isso não restava dúvidas. Sabia que ela me queria também. Levantei seu rosto para poder a olhar nos olhos, ela estava com o olhar que conhecia muito bem, o olhar de desejo, de amor, que tantas vezes havia visto pra mim, só pra mim. Passava a mão pelo seu rosto enquanto a sentia suspirar, sua respiração estava rápida e parecia conseguir ouvir seu coração batendo disparado.
- Sam... – ela sussurrou enquanto colocava a mão no meu rosto também.
Fuck! Aquilo tudo era demais pra mim, não iria conseguir, não queria conseguir. Num movimento rápido, enrosquei a minha mão em seus cabelos e a puxei pra perto de mim, a beijando profundamente, desesperadamente. Não conseguia ser gentil, e ela não parecia se importar, fui a colocando contra o balcão, sem deixar qualquer espaço livre entre nossos corpos. Como havia sentido falta de tudo isso, como era bom estar em casa novamente, em todos os sentidos.
Não conseguimos chegar até o quarto, o máximo alcançado foi o chão da sala e o maldito tapete. Tinha que me lembrar que não tinha mais 20 anos para fazer essas aventuras fora da cama, mas na hora tudo o que me importava era estar com ela, estar nela e tudo foi perfeito e indolor:
- 3 horas! – falei enquanto a abraçava, a colocando sobre meu peito.
- Ahn? – ela perguntou me olhando confusa.
- Esse foi o tempo que conseguimos ficar como "amigos" morando juntos.
- Ah, e a culpa é de quem? – ela falou rindo.
- Não ouvi ou vi qualquer resistência da sua parte... – falei a beijando.
- Humm...é, tenho que admitir que sou um pouco fácil quando se trata de você!
- Eu sei! Ai! – reclamei enquanto ela me batia.
- Convencido!
- Você sabe que é maldade bater em alguém debilitado? – brinquei, mas vi que ela mudou sua feição na hora que soltei essas palavras.
- Sam! Isso não é engraçado! E me esqueci completamente disso, a gente aqui nesse chão...você tá bem? Não é melhor ir pro quarto? Ah meu Deus, o almoço!! Ou jantar, nem sei mais! – ela falou afobada enquanto tentava pegar suas roupas que estavam jogadas pela sala.
- Hey! Onde você vai? – falei tentando a puxar de volta.
- Eu vou terminar nossa comida, ou o que restou dela, e você vai tomar um banho e esperar lá no quarto enquanto faço tudo aqui, precisa descansar!
- Não preciso não! – a puxei com força, fazendo ela cair em meu colo.
- Humm...não... – ela se afastou de mim enquanto a beijava. – Sam, tô falando sério! Não é pra você abusar da sua saúde e estou faminta! - a olhei maliciosamente. – E não é disso!
Ela se levantou do meu colo e começou a se vestir, eu apenas bufei e me levantei também, mas não perdi tempo pegando minhas roupas:
- Não sabia que tinha uma enfermeira particular... – falei enquanto ia pro quarto.
- E uma bem exigente! – ela gritou.
Eu ri e fui tomar um banho. Sim, estava em casa e era maravilhoso.
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Only You
FanfictionSam e Cait tinham um relacionamento firme. Mas será que essa união que começou nos bastidores de Outlander irá resistir aos avanços de suas carreiras pós-série?