Only You

26º Capítulo

POV Cait

Estava admirada com a força do Sam, sempre soube que ele se esforçava em tudo o que fazia, mas claro que nunca esperava ele ficar doente e passar por provações que ele nem poderia imaginar. As sessões de quimioterapia já estavam acabando, mas elas eram intensas e o deixava acabado.

O que me surpreendia era ver sempre um sorriso no rosto quando me via todo dia no quarto. Eu não conseguia sair do lado dele, mesmo estando alguns dias esgotada por não dormir bem e sempre preocupada com ele estar passando mal durante a madrugada, não, eu não podia me dar esse luxo de ir para casa quando sabia que ele iria se sentir sozinho. O médico me deixou orientações que tinha que seguir à risca para evitar qualquer problema, tinha que sempre lavar minhas mãos antes de tocar o Sam, assim como evitar muito contato, como abraços e beijos. Essa parte era a mais difícil, como era horrível não poder o confortar quando não estava se sentindo bem, mas não poderia colocar em risco o objetivo maior

O dia que mais ansiávamos finalmente chegou, o dia do transplante. E era um processo rápido, duraria no máximo duas horas, era como uma transfusão de sangue, a medula após coletada da doadora, era conservada em bolsas como de sangue e assim inserida no Sam. O problema é que o líquido usado para conservar a medula poderia causar alguns sintomas como náuseas, desconforto na garganta e alguns outros que sabia que Sam estava acostumado, infelizmente. Pude ficar com ele durante todo o processo e ao mesmo tempo que era um alivio ver que ele estava finalmente recebendo o que faria ele ficar bem, era angustiante ver ele não se sentindo bem e não poder fazer muita coisa além de segurar sua mão.

Mas podia vem em seu olhar, ele estava aliviado, o processo ainda estava longe de acabar, só que o pior havia passado, ele tinha conseguido e não podia estar mais orgulhosa do meu pequeno grande guerreiro escocês. Após o transplante, ainda ficaríamos mais um tempo internados no hospital, sim, no plural, não iria sair do lado dele:

- Cait, eu estou bem e sei que você tem seus compromissos, não pode colocar sua carreira de lado por minha causa. – Sam falou uma noite no hospital, já tinha passado duas semanas do transplante.

- Eu sei que você está bem, e eu sei muito bem dos meus compromissos, nunca deixei de trabalhar, só não estou marcando minha presença em eventos e posso garantir que não sinto a menor falta, ficar aqui com você é muito melhor! – sorri pra ele.

- Não quero ser um fardo pra você, eu não posso sair daqui, mas nada impede de você ver um pouco a luz do sol...

- Sam! Para com isso! Já cansei de falar que estamos nisso juntos e isso inclui todos os momentos, tanto os bons quanto os ruins, sei que agora não é o melhor momento, mas logo vamos poder aproveitar a luz do sol juntos! – falei segurando sua mão.

Como queria o abraçar e beijar, para mostrar como o amava e como estava tudo bem, mas não podia. Essa fase pós-transplante era muito importante, Sam agora era como um bebê, não tinha imunidade para nada e tinha que evitar ao máximo contato com outras pessoas, assim como frequentar lugares com muitas pessoas. A alta dele estava próxima e teria que passar pelo menos seis meses em casa, com acompanhamento médico semanal no começo e após algum tempo, se tudo corresse bem, as consultas seriam mensais até ele estar totalmente recuperado.

Era um processo longo e tínhamos que ter muita paciência. Como previsto, o médico nos liberou para ir pra casa na semana seguinte, com milhões de recomendações e mais centenas de remédios que Sam teria que tomar rigorosamente. Mas a melhor coisa era que ele estava em casa, mesmo sem poder sair, poderia ter a liberdade de andar pelos cômodos, tomar um pouco de sol e trabalhar. Era por isso que ele estava ansioso, sabia que Sam nunca conseguiria ficar parado, ele não era assim e nunca seria.