14º Capítulo

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POV Sam

Não notei a hora que caí no sono, estava exausto por tudo o que tinha acontecido, não tinha sido apenas os efeitos colaterais da medicação, mas a presença da Cait ali tinha provocado coisas em mim que não estava preparado para sentir. Sempre tive a certeza de que não a queria ali, não queria que ela me visse daquela maneira, por isso tinha me afastado dela desde o começo, claro, não tínhamos nos afastado apenas por causa da minha doença, mas por causa dela não tinha procurado por Cait, sabia que a queria de volta, soube desde o momento que a deixei.

Só que quando descobri que não estava bem decidi não a colocar no meio disso tudo, mas deveria saber que ela nunca iria ficar de fora, ela era tão ou mais teimosa do que eu. Mas não estava mesmo preparado para ver seu olhar ao me ver naquele estado, já tinha visto o olhar de Marina e mesmo ela sendo uma pessoa querida pra mim, ela não era a Cait. Tentei a deixar de fora, queria ficar sozinho, queria manter o pouco de dignidade que me restava trancada naquele banheiro comigo. Só que fui ingênuo em pensar que ela deixaria, ela não me abandonou, não me deixou passar por tudo sozinho e no fundo estava agradecido por isso, sentir suas mãos em mim me acalmou, me trouxe um sentimento de paz que há meses não sentia.

E assim adormeci, dormi tão bem que não percebi que não estava sozinho na cama. Acordei sentindo uma coceira em meu nariz, abri os olhos e vi o cabelo de Cait espalhado pelo meu peito. Ela tinha dormido nos meus braços e eu sequer me lembrava disso ter acontecido, mas agora conseguia entender o porque do meu sono tão tranquilo, como sentia falta daquele corpo colado ao meu, aquele sentimento de segurança e conforto, mas melhor ainda, aquele sentimento de ser amado. Não queria acordá-la, mas sabia que em breve a enfermeira entraria no quarto para checar se eu estava bem para ser liberado, não queria que Cait se sentisse constrangida por estar deitada comigo.

Bem devagar fui passando a mão pelo seu braço e seu rosto. Ela se mexeu, mas não abriu os olhos, ouvi ela murmurar algo, sorri ao me lembrar como ela era uma pessoa difícil de acordar pela manhã, raramente acordava antes que eu e sempre tive que brigar para a tirar da cama logo cedo. Insisti mais um pouco, a chamando baixo. Ela se mexeu mais um pouco e sabia que estava acordando, mas antes que pudesse fazer mais alguma coisa, a porta do quarto abriu de forma abrupta e Cait abriu os olhos assustada, dando um pulo da cama quando viu onde estava:

- Bom dia sr. Roland! – a enfermeira falou sorrindo. – Vamos fazer a checagem de rotina e logo estará liberado para ir embora!

Eu apenas concordei com a cabeça, rindo ao ver o olhar ainda assustado de Cait no canto do quarto. Ela estava descabelada, com as roupas amassadas e descalça. Notei que a enfermeira a olhou de cima a baixo e sorriu, deixando Cait mais sem graça ainda. Passado alguns minutos, estava liberado para ir embora:

- Como sempre você continua nos surpreendendo com a sua força! – a enfermeira falou sorrindo. – Nos vemos mês que vem! E fico feliz por não estar mais sozinho! – ela falou piscando para Cait.

Sem me dar chance de responder, ela saiu do quarto nos deixando a sós novamente. Olhei para Cait que agora estava tentando arrumar o cabelo numa forma de evitar me olhar:

- Bom dia flor do dia! – falei sorrindo, estava me divertindo vendo a Cait sem graça, era uma situação tão rara que não tinha como não tirar proveito disso.

- Você está adorando isso, né? Por que não me acordou antes dela entrar no quarto? – ela perguntou cruzando os braços, claramente irritada.

- E você acha que não tentei? Lembre-se que você não é a pessoa mais fácil de se acordar! Mas não se preocupe, Dawson é discreta, ela não vai comentar sobre o que viu aqui, não que temos algo para esconder! – sorri.

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