Capítulo 12

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      Eu estava animado hoje. Não era algo muito estupendo que havia me deixado assim, bom talvez sim.

  Olhei ao meu redor, eu estava sozinho naquela casa enorme  e aquilo iria ser bom para tentar organizar a bagunça que estava a minha mente, que nem eu mesmo fazia ideia de como organizar.

Caminhei até o meu armário, ele era azul escuro, ornava com as paredes que era de um azul claríssimo. Lembro-me que na época que o decorei estava fascinado pela ideia de combinar todas as cores e suas tonalidades, eu mudei de ideia sobre isso alguns meses depois, mas não tinha muito o que ser feito e daria um trabalho mudar tudo novamente.

Empurrei a porta que correu até eu ouvir "trec", significava que ela tinha abrido o seu máximo e que eu não poderia mais a forçar.
Analisei cuidadosamente todas as roupas, um vestido vermelho, um casaco bege, uma calça jeans surrada. Aquelas roupas eram de Eloah, ela saiu com tamanha pressa que deixou para trás as roupas que ela mais amava usar, lembro de que ela usou aquele vestido no natal em que ficamos juntos, foi uma noite tão especial para mim, possivelmente só para mim.

Suspirei. 

Eu estava decidido com o que iria fazer, só não sabia com que coragem eu o faria, precisava ser rápido antes que me arrependesse.

Peguei o vestido vermelho e o joguei na cama, fiz o mesmo com todas as suas roupas. Peguei uma mala e as joguei dentro dela. A deixei próximo da minha cama ainda aberta, eu teria que fazer algo para me despedir de tudo aquilo, fui até a minha mesa e comecei a escrever .

"Querida Eloah — talvez não tão querida assim — se você por acaso chegar a ler isso, quero que sabia que tomei a decisão, a maior de todas que eu já tomei em toda a minha vida.
Decidi hoje parar de sofrer por você!
Chega , cansei disso tudo. Eu passo a maior parte do tempo pensando onde foi que errei, e isso não está me fazendo bem.
Espero que onde quer que esteja, possa encontrar alguém que lhe mereça. Não irei mais te esperar.
   Eu sempre fazia um café, me sentava na sala e ficava olhando para o relógio, torcendo para você passar por aquela bendita porta sorrindo, você viria até mim daria um beijo na minha bochecha e diria que me amava e que tinha sentindo saudades. Eu realmente torci para isso acontecer todos os dias, mas as horas foram passando e você não apareceu, as semanas se foram e eu não te encontrei, os meses voaram e você não voltou.

   Nunca vou saber se realmente parei te amar ou não. Na verdade, acredito que tenha apenas aprendido a conviver com sua ausência, por mais dolorosa que seja. As coisas ficaram diferentes, eu fiquei diferente. O Dylan que você conheceu  naquela noite não teria coragem de te colocar pra fora da minha vida, mas este Dylan que está escrevendo isso, ele está lhe dizendo um "Adeus!" para poder voltar à vida.

Toppsom, Dylan".

Coloquei o papel dentro da mala e a carreguei até o quarto que deixei para ser uma espécie de dispensa. Coloquei com muito cuidado ela em cima da prateleira de madeira, bem no alto, com mais tempo eu iria pensar se deveria ou não colocar suas roupas para a doação.

Voltei para o meu quarto, eu teria que me arrumar para um jantar na casa da Sabrina, ela me fez o convite dizendo que precisava se desculpar de alguma forma comigo.

Depois de um banho demorado, me arrumei. Dei alguns passos até o espelho.
Dobrei a gola da minha camisa cinza , tentei arrumar meus cabelos, constatei que teria que cortá -los, alguns fios estavam caindo sobre meus olhos, escondendo o castanho escuro que eram a sua cor.
Eu nunca fui um rapaz que se importasse muito com a aparência, acredito que é algo superficial. Se uma pessoa se interessar por você, ela estaria interessada em sua essência e sua alma, não por um rostinho bonito.

Sai de casa, tentando deixar todos os meus pensamentos sobre o que eu havia feito lá.
A casa de Sabrina não era muito longe, resolvi ir andando, avistei de longe uma casa marrom, ao me aproximar percebi que haviam rosas vermelhas perto da porta, dei exatos sete passos até a porta.

Eu estava tão assustado, não sabia o porquê de estar me sentindo daquela forma.

Levantei o punho para bater na porta. Mas, parei.

Eu deveria mesmo estar ali?

Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora