Capítulo 11

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        Talvez Sabrina estivesse certa.

       Talvez eu realmente estivesse provocando essa dor, mas o que eu faria? Eu não estava conseguindo fazer nada de útil, não conseguia raciocinar, eu estava assistindo tudo como um telespectador assiste à um filme. Mas, isso não era o pior. O pior era saber que havia magoado alguém, havia provocado a dor em uma pessoa que estava apenas querendo me ajudar.

"Eu poderia dizer para você que estou bem, só que estaria apenas mentindo.
Eu conheci uma garota legal, sabe Eloah? Mas, tenho certeza que a feri, machuquei ela. O mais interessante disso tudo é que ela foi a única que estava se importando comigo. Eu estraguei tudo.
Não vou dizer que estou atraído por ela, até porquê ela merece um cara que a ama e não um idiota como eu. Talvez, se eu à tivesse conhecido antes de me envolver com você... Esqueça essa parte, isso não vem ao caso.
Eu só gostaria de saber como faço para voltar? Eu preciso voltar a ser o mesmo Dylan de antes. Não aguento mais magoar tantas pessoas. Primeiro foi Sam, que estava certa o tempo todo, mas você sabe o quanto eu odeio quando estou errado e não tive vontade de adimitir isso. Depois foi Sabrina, ela estava tentando se desculpar, só que eu não deixei, estava mais preocupado comigo mesmo.
Seu fantasma ainda me persegue, por quê? Droga, o que eu fiz para merecer isso?
Se pudesse voltaria atrás e me impediria de ter saído aquele maldito dia para lhe entrevistar.
Eu preciso voltar, preciso!

Toppsom, Dylan".

   Se fosse para escolher, eu estaria em casa naquele momento, sabe quando a única coisa que você quer é ficar deitado na cama? Esse era o meu desejo.

Estava novamente na sala de reunião, mas dessa vez estávamos discutindo sobre o lançamento do meu livro.

Ela também estava lá, sentada à minha frente. Eu tentava chamar sua atenção, às vezes ela me encarava com um olhar de desprezo ou algo do tipo.

Scott esperou que Karen saísse para se levantar e dizer algumas besteiras, como  sempre fazia. Ele parecia um ratinho que só esperava o gato sair pata fazer a festa, como dizem por aí.

Ele saiu de seu lugar à passos lentos, caminhou até parar ao meu lado. Scott deu dois tapinhas no meu ombro, que quem visse pensaria que ele tinha alguma estima por mim, coisa que não acontecia. Então soltou um riso, de quem estava prestes à soltar o seu veneno, voltou ao seu lugar e verificou se todos estavam prestando atenção em sua pessoa.

— Então, eu estava lendo o seu livro aqui Dylan — ele deu uma pausa. — , e achei interessante uma passagem dele.

Eu me remexi na cadeira. Sabia o que ele estava prestes a fazer, mas não iria sair de lá tão cedo.
Ele pegou o livro e abriu com facilidade na página que havia marcado.

— Aqui está! — sorriu e pigarreou — "Se o amor for  verdadeiro,  ele voltará, ele sempre volta". — ele leu com uma voz afeminada e deu uma risada no final. — Me diga Dylan, a Eloah voltou?

Todos começaram a rir e eu não sabia o que fazer. Olhei para Sabrina e ela estava de cabeça baixa, parecia mais  que eu.

Scott esbanjava um enorme sorriso, se vangloriando do seu feito. Alguns que estavam na mesa riam baixinho, outros murmuravam um "coitado" ou "ele foi abandonado mesmo?"

Eu fechei os olhos, poderia me ver dando vários socos no rosto perfeitamente inglês de Scott.

Sai da sala tonto, precisei me afastar antes que realizasse o meu desejo e fosse demitido, aí sim estaria perdido.

Me arrastei até o terraço, olhei para o céu. Ele estava tão azul, o sol estava radiante. Respirei a brisa fria, abaixei minha cabeça. Já estava chorando!
Nunca pensei que seria tão fraco à esse ponto. Droga!

— Scott não deveria ter dito aquilo. — ouvi sua voz doce, mas não me virei.

Não deixaria que ela me visse naquele estado novamente, não queria que ela tivesse pena ou dissesse mais uma vez que sou um idiota.

— Ele é um estúpido, não fique chateado Dylan. — sua voz foi se aproximando. — Ei, me perdoe por aquele dia. — ela pegou em meu ombro, eu não falei nada , fiquei em silêncio. — Ok, eu mereço o seu silêncio.

Suspirei, ainda de cabeça baixa. Ela tocou meu rosto e o ergueu. Sua boca se abriu e fechou, enquanto ela me puxou para um abraço.

Era a segunda vez que ela me abraçava. Eu me sentia tão bem, seguro e longe de tudo que estava me causando tristeza, pelo menos momentaneamente.

— Eloah não merecia um cara tão incrível como você, Dylan. — ela disse em meu ouvido. — Me perdoe, eu fui uma tola. — concluiu antes de se afastar.

— Está tudo bem.

— Não Dylan, não está! — ela levou às mãos até o bolso de sua calça. — Eu ouvi Scott dizendo que você era mulherengo e que estava querendo brincar comigo, eu não deveria ter acreditado nisso...

— Ele disse o que? — meu tom de voz subiu, já não estava mais chorando. — Eu vou matar aquele imbecil. — afirmei, tentei sair, mas Sabrina segurou meu braço.

— Por favor, não. — ela sussurrou.

Por um segundo, toda aquela raiva que eu sentia se foi. Eu só queria abraçar Sabrina mais uma vez e torcer para que esse dia fosse apenas um sonho ruim.

Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora