Capítulo 10

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      Eu estava nesse exato momento pensando no que havia me levado à cogitar a ideia de encontrar Sabrina. É, eu gostaria de desfazer um possível mal entendido, mas também estava com receio do que ela poderia falar e o quanto isso iria me afetar.

   Balançava o meu corpo, estava com as mãos no bolso da calça e olhava impacientemente para a calçada. Não havia entrado. Se ela fosse brigar comigo, seria melhor que acontecesse do lado de fora. Outra razão para eu ainda estar do lado de fora, é pelo fato de aquela cafeteria ser a que nós — eu e Eloah — frenquentavamos.

"Estávamos na frente da Rose's, era a época do inverno. Eloah estava vestida com um sobretudo preto, seu cabelo vermelho estava coberto por uma touca cor beje. Ela me fez parar para admirar a vista, segundo ela, o inverno era uma das estações mais lindas, que para mim era a estação que eu mais adquiria resfriado e dor de garganta.
Ela ficou em silêncio observando meu rosto, seus olhos castanho escuro vagam por cada detalhe do meu rosto, ela roçou a luva na minha bochecha e sorriu.

— Eu amo esse lugar! — ela disse olhando para a placa do lugar e sorrindo.
— Então à partir desse momento será o nosso lugar. — falei e ela sorriu animada.
— Promete que só vai vir comigo?

— Você sabe que é a única pessoa que amo e sempre amarei."

— Dylan? — Sabrina me chamava.

A olhei assustado.

Eu estava sonhando?

    Olhei para a garota que estava à minha frente, dessa vez não era um sonho, mas sim a realidade.
Ela estava de jeans, como de costume. Usava uma blusa branca de manga longa, por conta do tempo fresco que estava fazendo naquele dia.
Eu poderia ficar descrevendo-a o dia inteiro. Ela era perfeita para qualquer cara.

— Oi. — disse por fim , desviando meu olhar para meus pés.

— Vamos entrar? — sugeriu.

Eu apenas acenti, agora estava no meu modo automático.

   Sabrina conseguiu encontrar uma mesa com facilidade, ela ficava próxima a janela.
Algumas mesas depois, eu consegui enxergar o fantasma que me acompanhava, ela parecia sorrir para mim, não sabia se era real ou era minha mente que estava produzindo aquilo.

— Você está bem? — Sabrina perguntou tocando meu braço.

— Sim. — voltei minha atenção para ela. — Então , — me ajeitei na cadeira. — sobre o que quer conversar?

— Eu quero me desculpar, Dylan... — ela parecia se sentir culpada e ao mesmo tempo envergonhada.

— Pelo o que? — indaguei. — Por ter me chamado de pervertido ou por ter acabado comigo?

— Não lhe chamei de pervertido! — se exaltou. — Eu só... Ouvi coisas sobre você e não sabia se acreditava ou não.

— Que coisas, Sabrina? — perguntei.

  Ela se encolheu na cadeira.
Olhei novamente para a mesa e ela estava com dois jovens.

   Uma moça ruiva ria e tocava o braço do rapaz que estava com ela. Com um pequeno esforço eu conseguia me ver naquele casal. Agora não era o rapaz loiro, era eu, Dylan.
Eloah ria e com um pequeno esforço eu poderia tocá-la. Sentir a sua pele quente contra a minha. Poderia sentir seu perfume. Olhar em seus olhos castanho escuro tão profundos como o breu. Sua pele branca ficara corada com o meu olhar sobre o seu. Ah!

— Eu estou gostando de você! — Sabrina quase grita e eu a olho assustado.

— O que? Como? Gost... — ela não me deixou terminar e se levantou.

— Não Dylan, eu só disse isso para chamar a sua atenção. — pegou sua bolsa e jogou em seu ombro. — Pelo visto você não prestou atenção em sequer uma palavra que eu disse, não é mesmo? — ela falou irritada.

Antes que conseguisse pensar em uma resposta, ela saiu praticamente correndo.
Se o momento permitisse, eu poderia fazer alguma piada de como nossos encontros sempre terminavam com o pobre Dylan indo atrás da garota mais encantadora que ele já conhecera.

— Sabrina, espera! — gritei e ela se virou para me encarar.

— Não quero ouvir suas desculpas, muito menos ver como se lamenta por ter sido abandonado. — ela falou e jogou a cabeça para trás. — Droga! Você é tão idiota. Até quando vai ficar se martirizando? — ela caminhou e alguns pingos de chuva começaram a cair.

Eu a olhava e não conseguia ter nenhuma reação.

— Vai, fale algo. Vamos lá, é fácil Dylan. — eu não sabia se ela estava me encorajando ou afrontando.

— Quer que eu fale o que? — por fim elevei a voz. — Eu não tenho culpa se você está apaixonada por mim.

Ela abriu a boca e a fechou. Colocou as mãos no rosto e riu. Ela riu tão alto que todos que passavam pararam para olhar.

— Eu não estou apaixonada por você. — ela deu um sorriso irônico. — E agora eu entendo o porquê de Eloah ter lhe deixado, você é um idiota!

Ela saiu como da última vez, correndo e esbarrando em algumas pessoas.

E eu?

Estava mais uma vez sozinho e me sentindo um lixo.

Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora