Capítulo 20

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— Isso é incrível! — Sabrina disse ao telefone. — Karen adorou a publicidade gratuita da livraria, ela está feliz e sorrindo, por incrível que pareça.

Gargalhei do outro lado da linha.

Fazia alguns dias que eu não via mais a Eloah — meu fantasma pessoal.
Eu estava bem e torcia para ela não aparecer tão cedo.

— Posso imaginar essa cena — falei. — , uma pena que eu não esteja ai.

— Sabe Dylan, eu gostaria de sair hoje — ela começou. — , eu estou monótona nos últimos dias.

Parei um pouco para pensar.

Ela estava me chamando para fazer algo?

— Podemos ir à uma pizzaria. — sugeri, um pouco indeciso.

— Claro. Eu adoraria. — disse com animação.

Combinamos que nos veríamos depois que ela saísse do trabalho.
Eu disse que passaria na casa dela — agora com o meu próprio carro — , ela aceitou sem  muitas perguntas.

Eu tinha optado por uma camiseta preta, um jeans e uma jaqueta. Eu não estava lá muito atraente, mas não iria me dar ao trabalho para ficar.

Por que eu pensei isso?

Balancei a cabeça para afastar aquele pensamento ridículo.

Desliguei o motor do carro, analisei a casa, ela estava escura.

Vi Sabrina abrir a porta e caminhar até o carro. Ela abriu a porta e deu um largo sorriso.

— Uau, você está linda! — disse antes de depositar um beijo em sua bochecha, mas acabei escorregando para o canto de sua boca. Sabrina ficou sem jeito, ela não esperava por isso e não era o que eu queria de fato fazer.

Ela estava com uma blusa branca de alça, uma calça jeans com um rasgo na coxa e no joelho, usava um tênis. Ela estava perfeita.
Seu cabelo estava solto e liso, e eu poderia dizer com uma certeza absoluta que ela ficava linda de todas as formas.

— Você está bem? — ela perguntou, tentando achar a abertura para travar o cinto. Estava escuro dentro do carro.

— Uhum. — respondi  tocando sua mão para tomar o cinto dela e o encaixar.

Chegamos na pizzaria, ela estava com poucas pessoas, o que me deixou feliz. Eu não gostava de lugares com muitas pessoas.

— O que achou do livro? — perguntei e ela mordeu uma fatia de pizza.

— Além de incrível? — juntou os lábios. — Qual outra palavra eu poderia utilizar? — ela sorriu e eu gargalhei.

— Sabe, eu poderia ficar a noite inteira assim. — disse e ela me olhou confusa.

— Como?

— Você me traz uma paz, eu não conseguiria descrever se tentasse. — ela corou.

— Poderíamos ir ver as estrelas. — ela pegou um copo que continha suco e virou em sua boca. — , eu adoro fazer isso, olhar para o céu e pensar na imensidão que existe.

— Podemos ir.

Fomos para o ponto mais alto da  cidade. Eu o conhecia muito bem.

Em momentos que eu me sentia frustrado, vinha até aqui

Sabrina estava com frio quando se desceu do carro. Tirei meu casaco e estendi para ela.

— O que? — perguntou sem entender.

— Pegue, você está com frio. — ela negou com a cabeça. Revirei meus olhos. Fui até ela, seus olhos estavam saltados, coloquei o casaco sobre seus ombros, peguei em seus cabelos — que eram sedosos — e os tirei debaixo da jaqueta.

Ela caminhou mais três passos e se sentou na grama, segui o que ela fez.

— Já pensou que podemos ser feitos de poeira estelar? — ela me perguntou e eu concordei. — , às vezes eu sou como aquela estrela — ela apontou para uma que era pequena e estava separada das outras. — , eu sou sozinha, mas mesmo assim preciso fazer minhas funções. — ela deu de ombros e se deitou.

Me aproximei dela, apoiando meu  corpo na grama com o braço, acariciei seu rosto e ela fechou os olhos com o meu toque.

Seu rosto era sereno, suas maçãs tinham uma leve cor avermelhada e seus lábios pareciam suculentos, por um segundo fiquei tentado.

— Você tem à mim. — ela olhou em meus olhos. — Eu sempre estarei aqui.

Ela se levantou o dorso e pegou em meu rosto, suas mãos eram macias.

Ela passou a língua pelo seus lábios, meu cérebro parou de tentar entender.

Lentamente Sabrina foi aproximando seu rosto. Ela toco meus lábios, sua língua pedia passagem e eu permiti.

O beijo era lento e singelo.

Eu forcei minha boca contra a dela, segurei sua cabeça e enrolei meus dedos em seu cabelo.

O beijo ficou rápido e eu  acabei me dando conta do estava fazendo.

Avastei-me e ela abriu os olhos.

— Sabrina , isso.... — passei a mão no meu rosto. — , somos amigos, droga!

— Eu não posso ser sua amiga. — ela falou com a voz rouca. — Não percebe que estou apaixonada? — ela brandou.

— Eu, não posso fazer isso. — disse me levantando e ela fez o mesmo.

— Me leve para casa. — ela jogou o casaco para mim.

— Sabrina...

— Por favor, só me leve para casa. — ela pediu com os olhos brilhando por causa das lágrimas.

    Eu acabei de magoar a pessoa que era o meu raio de sol particular.

Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora