O sol estava escondido atrás de uma novem densa.
Eu conseguia ver que hoje seria um bom dia, tirando tudo que havia acontecido nos dias anteriores.
Hoje seria a divulgação do meu livro.
Poderia me ver diante das pessoas, que olhavam por cima dos ombros para julgarem sobre o autor ser "novo" ou "inexperiente".
Senti meu celular vibrar, deslizei a tela de bloqueio.
"Boa sorte hoje! Estarei lá ansiosa."
Sabrina.Era Sabrina.
Sorri.
"Espero mesmo que você esteja. Estou tão nervoso que poderia sumir neste mesmo momento!"
Dylan.Demorou alguns segundos para a mensagem ser entregue. Ela ficou algum tempo digitando.
Eu odiava a espera. Ela era torturante, mesmo que não estivéssemos falando sobre algo sério.
"Bobagem! Tenho certeza que se sairá bem."
Sabrina.Vamos lá Dylan.
Caminhei até a portaria, senhor Durval estava lendo atentamente seu jornal. Ele estava com uma ruga de dúvida na testa, parecia intrigado com alguma coisa que acabara de ler.
Ao perceber a minha aproximação, o senhor ergueu o olhar e abriu um grande sorriso.— Hoje é o grande dia, não é? — fala e eu tentei sorrir, estava nervoso demais para fazer aquele ato.
— Sim, é hoje. — falei por fim.
Senhor Durval sempre procurava um jeito de alegrar o dia dos moradores, eu diria que ele tem o céu garantido. Eu não teria essa animação e essa força de vontade.
— Se importa de assinar o meu livro? — ele perguntou acanhado, logo vi que na sua mão estava o meu livro.
— Claro que não. — peguei a caneta que ele me ofereceu.
Rabisquei um agradecimento e assinei.
Durval pareceu satisfeito ao ler.
— Boa sorte! — pude ouvir antes de cruzar pelas portas de vidro grosso.
Ao sair o ar gélido entrou pela minha narina, ainda estava fresco como da última vez que sai. Constatei que o sol não iria aparecer tão cedo como tinha visto da janela do meu apartamento.
Meu carro já estava estacionado na porta do edifício.
O meu último automóvel foi vendido para cobrir alguns custos que eu tive no caminho. Então fiquei apé ou emprestando o carro de Sam. Acabei desistindo de pedir o carro dela, ele tinha cheiro de vômito de criança, ela com toda certeza precisava de um carro novo e um perfume para disfarçar aquele cheiro.
Ao entrar na livraria fui bombardeado por olhares curiosos.
Sorri ao ver o que as pessoas estavam carregando, elas pareciam cuidar daquele livro como se fosse ouro.— Que bom que você chegou! — a dona da livraria me puxou para uma mesa. — Podemos iniciar a fila. — ela disse em voz alta.
Uma fila se formou e eu pedi ajuda à todos os seres superiores.
Foram quarenta e quatro livros, minha mão estava tremendo de ter assinado e feito tantas dedicatórias. Acho que hoje iria adquirir a síndrome de Tourette.
— Oi. — levantei meu olhar sorrindo. Meu sorriso se desfez na mesma hora. — Como está o meu escritor favorito? — ela estendeu o livro.
— Bem Eloah — poupei os detalhes. — , você sabe que não poderia vir , não é? — questionei, entregando o livro.
Ela leu o que eu escrevi e fez uma careta frustrada.
— Você deveria ter colocado coisas mais românticas. — comentou ignorando a minha atitude.
— Acredito que você não esteja na posição de impor algo.
— Dylan! — escutei uma voz doce me chamar.
Impulsivamente sai do meu lugar e fui em direção abraçando a garota dos olhos claros.
— Eu senti sua falta. — disse em seu ouvido, senti ela sorrir.
Me afastei um pouco e pude notar que ela estava vermelha.
— E você, quem é queridinha? —Eloah cruzou os braços , tomando um ar firme.
Sabrina olhou para mim confusa e eu tombei a cabeça.
Droga!
— Essa é Eloah. — disse para Sabrina. A menina deu um passo para trás e soltou um "ah!".
— Sou a Sabrina. — ela se esforçou para dar um sorriso. Eu poderia ver que ela estava confusa.
Eu também ficaria, quer dizer, eu estou.— Meu amor, ela é sua priminha? — Eloah tocou meu ombro, apoiou seu corpo no meu.
Aquilo não era uma atitude peculiar dela.
E eu detestava este tipo de conduta.
— Trouxe seu livro? — perguntei tirando o braço de Eloah de mim.
Ela me esticou seu livro.
Escrevi algo, algo que ela iria gostar de ler. Eu queria poder dizer o quanto ela era importante em minha vida, mas as palavras não seriam capazes de exprimir tal sentimento.— Sabe Sabrina, nós voltamos. — pude ouvir a Eloah dizer.
Antes que ela soltasse mais uma mentira, eu intervi na conversa.
— Não distorça a realidade Eloah. — avisei.
Pude sentir o olhar dela me fuzilando. Não me importei com aquele gesto, ela sabia que não estava em uma posição favorável. E o comportamento dela não iria fazer com que minha mágoa evaporasse tão fácil.
— Talvez você ainda não tenha percebido, mas eu voltei por você. — ela saiu da livraria rapidamente. Pude ver que Sabrina me olhava estranho, talvez ela estivesse achando aquilo tudo uma loucura, assim como eu também estava acreditando que era.
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Meu Querido Amor - Completo
RomanceDylan acreditava amar sua ex, ele escrevia cartas para ela quase todos os dias. Ele ainda a amava mesmo se negando. E aquilo machucava o rapaz. As cartas que Dylan escreveu não foram lidas por Eloah - sua ex - mas sim por Sabrina. Sabrina se tornou...