Capítulo 28

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     Quando somos obrigados a esperar que algo aconteça começamos a ficar apreensivos. Eu odeio esperar, a espera e a incerteza me matam. Gosto que tudo aconteça do meu jeito e da forma que vejo em minha mente. É claro que na vida real não acontece bem assim e devemos aprender com os imprevistos. Mas, como eu posso lidar com algo dessa imensidão?
Era difícil demais para mim. Era difícil de um jeito que eu não poderia nem descrever com palavras.

Era como se eu tivesse voltado à ter 15 anos, senti minha boca secar, minha barriga doer como se eu fosse desmaiar, estava suando demais, e  possivelmente estava gelado, meu coração parecia querer sair pela boca ou iria explodir à qualquer momento. Minha perna começou a balançar, numa tentativa de tentar esvaziar a energia que meu corpo estava armazenando.

Eu estava parado na calçada, fazia algum tempo que eu havia ligado para Sam, a garota me disse que chegaria em menos de três minutos, mas até agora nada.
Quando olhei para o lado pude ver seu carro virar a esquina. Uma onda de alegria tomou conta do meu ser. Sorri instintivamente.  Arrumei minha postura, que estava desanimada.

Ela parou o carro e destravou a porta, antes mesmo de dizer "oi" eu já estava dentro do carro colocando o sinto. Ela olhou pelo retrovisor e deu partida. Eu fiquei em silêncio, até decidir dizer algo para não parecer que eu só estava querendo uma carona, poderia ferir os sentimentos dela.

— Então, você vai me levar lá? — falei sentindo a palma da minha mão ficar fria. Eu poderia estar tremendo? Oh céus, eu parecia um adolescente idiota.

— Ela está no trabalho, já liguei para ela. — a menina sorriu para mim e piscou. Fiquei estático.

— Você disse que estou indo para lá? — o tom da minha voz subiu de raiva.

Sam estalou a língua e gargalhou.

— Claro que não, Dylan. — fez uma careta ainda rindo. — Eu só queria saber se ela estaria mesmo lá. — deu de ombros. — E outra, eu não gostaria de ter que ficar te carregando por ai atrás da sua princesa.

Era típico de Sam me dar esses sustos, eu detestava essa atitude que ela tinha, era irritante. Pode ser que no momento que eu esteja as coisas pareçam ser maiores do que realmente são.
Eu me contorci no banco.

O que eu diria para Sabrina?
Ela iria me aceitar?
Ela me perdoaria por ter demorado tanto?

Talvez aquilo não fosse uma boa ideia, eu poderia sair mais ferido, mais quebrado e sem esperanças. Talvez eu devesse esquecer essa loucura, talvez fosse um erro aquilo. Eu estava louco, poderia ser isso.

Sam estacionou na frente da editora e eu me encolhi.

Poderia ver Sabrina saindo de pela aquela porta com um grande sorriso, seus cabelos estariam soltos — como de costume — , ela estaria usando um jeans, seus olhos claros iriam ficar lindos quando ela olhasse para o sol. Eu poderia ver ela em minha mente.

— Vamos lá! — Sam me encorajou dando um tapa no meu ombro. Eu suspirei.

— E se eu magoar ela?

— Somos seres humanos, sempre iremos nos ferir e ferir o outro. — ela deu um pequeno sorriso. — O que fará a diferença será como você fará para amenizar a dor que causou.

Era isso, eu estava disposto a tentar. Eu merecia ser feliz e queria poder fazer Sabrina feliz também.

Desci do carro e entrei no prédio. Antes que eu desse mais alguns passos pude ver ela saindo do elevador. Seus cabelos estavam caindo sobre o ombro, ela estava como eu imaginei. Mas não sorria, isso me intrigou. Quando seu olhar cruzou-se com o meu pude ver ela recuar, então eu insisti e caminhei até ficar de frente para a menina. Ela era pouco centímetros menor que eu.

— Dylan. — ela balançou a cabeça. — Aconteceu algo? — perguntou com certeza por educação.

Aconteceu Sabrina!
Aconteceu que eu te amo tanto que não consigo nem me controlar.

— Eu precisava te ver. — seus olhos ficaram escuros e ela deu um sorriso de lado.

— Para que? — sua voz estava carrega de sarcasmo. — Para se lamentar ou algo assim?

— Eu entendo o seu rancor, mas acredito que se você me ouvisse... — ela me interrompeu.

— Não, eu não tenho tempo. — ela passou por mim e saiu.

Eu fiquei parado  olhando ela partir, como sempre acontecia.

— Vai ficar parado ai? — Karen apareceu. — Ela é a menina que você sempre sonhou, não seja tão idiota, Dylan.

Eu olhei pata Karen e sorri como forma de agradecimento. Sai correndo, pude ver que Sabrina estava parada conversando com Sam. Anotei mentalmente que deveria dizer obrigada para a minha irmã mais nova depois disso.
Respirei fundo pegando tomando todo o ar e coragem que precisava.

— Sabrina? — chamei ela. — Eu te amo, droga! — gritei alto o suficiente para chamar sua atenção. Quando ela se virou eu continuei falando. — Eu amo o fato de você existir, amo como você sorri, amo o jeito que me olha, como é sensível e como você ficou, ninguém nunca ficou por mim. Eu amo isso, amo ver que você é diferente de todas. — percebi que estava com um sorriso bobo nos lábios. E eu não me importei, eu estava feliz.

— Dylan....

— Eu sei que te fiz sofrer, mas se serve de consolo eu me quebrei ainda mais quando vi o que tinha feito. — senti minha garganta se fechar. — Eu só preciso que você me dê mais uma chance, eu só preciso de mais uma chance para mostrar o quanto eu te amo.

Tudo ficou em câmera lenta, Sam estava sorrindo e batendo palminhas enquanto limpava as lágrimas.

Percebi que Sabrina não estava mais ao lado da minha irmã, e sim na minha frente, seus olhos estavam marejados e ela sorria.

— Está dizendo a verdade, Dylan? — ela sorriu.

— Eu nunca fui tão feliz e tive tanta certeza na minha vida. — falei.

Sabrina puxou meu rosto para perto , e eu finalmente pude sentir seus lábios doces.

Eu não tinha certeza se iria sair magoado, só sabia  que eu não iria deixar Sabrina ir, eu passei tanto tempo só e sofrendo, que agora que encontrei alguém não iria deixar ir.

Quando você encontra alguém que te faz feliz, não deixe essa pessoa escapar.

Não precisamos sair procurando pelo amor, ele pode estar bem diante dos nossos olhos e nós só não conseguimos enxergar porque não queremos.

— Eu esperei tanto tempo — ela sussurrou no meu ouvida. —, eu gosto muito de você. — ela me abraçou.

Juro que não me importaria se o mundo acabasse naquele mesmo segundo. Eu estava com a mulher mais incrível que um dia eu pude conhecer e nada mais importava para mim.

🌙

Oi pessoa!

Estamos no penúltimo capítulo do livro — lágrimas— , espero que vocês tenham gostado desse capítulo.

Não sei quando postarei o outro, mas espero que logo.

Um beijo da tia Vitória sz



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Meu Querido Amor - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora