Capítulo 8

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Oi, meus amores. Só passando pra avisar que amanhã e, provavelmente depois de amanhã, NÃO TERÃO CAPÍTULOS. O único motivo é o Enem, que eu irei fazer! 

Me desejem sorte nos chutes, porque amanhã eu chutarei mais do que o Neymar. 

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ADRIANO

- Vamos comigo, por favor! – Peço pela milésima vez naquele dia à Karan, que, por sua vez, nega pela milésima vez.

- Eu já disse que não poderei ir com você, tenho meu trabalho e meu irmão para cuidar. – Ele diz passando a mão por todo meu rosto e eu lhe dou um abraço, buscando mais contato com o mesmo. – Não é porque eu namoro com você, que eu deixarei minhas responsabilidades para trás... ainda mais agora, que estou em um processo de aceitação da morte dos meus pais. – Ele diz e eu posso ver a sinceridade em seus olhos.

- Você tem razão, mas eu vou ficar com muita saudade de você. – Ele dá uma gargalhada gostosa de se ouvir e eu o acompanho. – Eu falo sério.

- Eu também, ué. Mas você terá de ir, resolva o que tiver de resolver, e depois você voltará são e salvo para que você vá dormir lá em casa. – Abro um sorriso gigante ao escuta-lo falando isso. – Mas eu já vou avisando que não tem ar-condicionado no quarto, tem apenas um banheiro e mora uma família de trinta gerações dentro do mesmo. – Confirmo com a cabeça e ele me dá uma mordida em minha bochecha.

- Isso dói! – Digo passando a mão no local que ele mordeu. – Você tem o maxilar muito forte, parece até um tubarão... um bem gostoso, mas ainda sim, um tubarão.

- Você não presta..., mas eu já vou voltar para o meu serviço. Quando for pegar o avião, vai lá me chamar pra gente se despedir mais um pouquinho! – Aceno positivamente com a cabeça e ele me dá um beijo em minha bochecha e vai saindo.

Depois que ele sai do meu quarto, eu volto para a cama. Estou morrendo de preguiça de ter de colocar meus eletrônicos dentro da mochila. Tudo bem, eu confesso que eu sou uma pessoa bastante bagunceira e que odeia arrumar as próprias coisas, mas o que eu posso fazer? Eu sempre fui desse jeito, e eu nunca tentei mudar. Mas eu acho que isso, agora, será necessário. No minuto em que Karan entrou dentro do meu quarto, já foi logo dizendo que parecia um chiqueiro, fiz minha melhor cara de ofendido, mas, claro que com ele, ela não funcionou...

Ele foi capaz de me levar a repensar o meu comportamento mais antigo, quando disse que não daria de casarmos um dia se eu continuasse assim. Logo em seguida, ele disse que casar, era morar juntos, porque ele não sairia de casa para ir casar em um cartório civil. Uma pessoa bem doida? Sim, uma pessoa bem doida. Mas eu confesso que ele é a pessoa que conseguiu preencher um buraco dentro do meu peito. Não que fosse um buraco emocional, mas eu sempre desejei uma pessoa que gostasse de mim de verdade, e não apenas do meu dinheiro, e foi bem difícil encontra-lo aqui.

- Ai, Karan, você é demais! – Digo sozinho, ainda deitado em minha cama. Entretanto, agora com um sorriso bem besta no rosto.

Resolvi colocar tudo dentro da mochila, pois quando chegasse mais perto da hora, seria fácil que eu esquecesse de algo. Eu não fiz e nem farei uma mala de roupas, apenas coloquei uma muda dentro da minha mochila, pois na minha casa tinha um closet lotadíssimo de roupas, inclusive umas que eu nunca iria usar em minha vida, mas minha mãe fez questão de colocar ali dentro apenas para preencher um espaço desnecessário.

Minha mãe é uma pessoa bem despirocada da cabeça. Tudo o que ela vê, ela quer comprar, e se você for uma pessoa que ela gosta, se prepare... ainda lembro quando meu tio avisou sobre o meu primo. Ela ficou tão feliz com a notícia, que saiu de casa e foi direto ao shopping comprar coisas para o Jeff, junto de minha vó... para vocês terem noção de como elas não tem noção de nada, elas compraram tantas coisas, que precisaram ALUGAR um avião para trazer tudo...

Desde eletrodomésticos até roupas, foi o que colocaram lá. E só não colocaram mais coisas, pois não coube! Jefferson até hoje não usou tudo o que elas trouxeram... umas roupas ele doou para uma igreja do centro, que fazia caridade doando as coisas para pessoas em situação de rua, ou que não tinham condição de comprar roupas para seus filhos e passavam para frente, para que outras pessoas doassem. Eletrônicos que elas trouxeram, ele ficou com todos, pois parece que agora ele está começando a se envolver nesse mundo.

- Você já ficou pronto? – Ele coloca a cabeça na porta e eu acordo dos meus pensamentos e olho para o mesmo com uma expressão de puro susto no rosto.

- Caramba, já são três da tarde? – Ele acena positivamente e eu me desespero, pois chegou a hora de eu sair de casa para ir para o aeroporto. Vou no jatinho do meu tio, pois eu não gosto de ir em voos comuns, pois tenho medo de me dar uma dor de barriga e eu sair do banheiro, deixando o lugar o puro fedor de esgoto. Não que eu tenha cheirado um esgoto... longe de mim!

- Vai ver o Karan, que eu levo tuas malas para o carro e digo para o motorista que já está indo. – Levando o polegar para ele e, logo após o mesmo sair com minha mochila, eu corro indo em direção à cozinha. Ao chegar lá, vejo ele sentado na cadeira e cortando algumas frutas dentro de uma vasilha.

- Ei, eu já estou indo. – Digo após sentar na cadeira ao seu lado...

- Vai e faz uma boa viagem. E, principalmente, se divirta muito! – Ele diz com um sorriso e eu dou-lhe um abraço e em seguida um beijo, que não foi nada mais do que um selinho, pois tinham várias outras pessoas dentro da cozinha.

- Eu vou me divertir, pode ter certeza. – Digo a ele que sorri. – Mas eu queria que você e o Wesley tivessem indo junto de mim. – Suspiro em um tom inconformado.

- Você parece uma criança que nunca foi contrariado.

- Mas eu nunca fui contrariado até hoje... – Digo e ele revira os olhos. Dou um sorriso sem graça e dou de ombros.

- Pois vai ter que aprender a ser bem pianinho, porque quando você tiver errado, eu irei te dizer e nem vai adiantar se ficar com esse bico no rosto, igual a este. – Ele diz e me dá outro selinho. Instantaneamente relaxo e abro mais a boca, dando passagem para a língua dele, que, agora percebo ser bem safadinha. Não sou normal, por ver safadeza em uma língua! – Agora vai, ou você vai perder seu voo, e eu não quero isso!

- Então isso quer dizer que você quer se livrar de mim? Que malvado! – Digo e ele me empurra para fora da cozinha.

- Vai lá com ele, Karan, que eu termino de cortar as frutas. – Fala Maluzinha e eu dou um sorriso e jogo um beijo no ar para ela, que nem liga. – E não brinque apontando essa faca para ninguém, o diabo pode te atentar, menino!

- Tudo bem, Malu, não farei mais isso. – Diz ele corado por ter recebido uma pequena bronca dela.

Saímos em direção a saída, onde o carro estavame esperando para irmos até o aeroporto, e ali, depois de namorarmos umpouquinho mais, foi onde nos despedimos por duas semanas que eu tenho quasecerteza que serão as duas semanas mais longas que eu já vivi!    

O destino de um amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora