Capítulo 6

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Oi, meus amores... Vocês estão bem? 

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ADRIANO

Na volta para casa ninguém ficou conversando. Jefferson foi mexendo no celular; o motorista, é claro, ficou prestando atenção na rua; Karan foi limpando o irmão dele que estava todo sujo de chocolate e eu, por minha vez, fui o observando enquanto ele fazia sua "tarefa". Quando eu digo que o bebê estava lotado de chocolate, eu não estou brincando... como ele ainda tem poucos dentes, o que ele mais faz é se babar. Aí junta ele com meu primo e dá uma bagunça das grandes.

O pior é que ele se alegrou comigo e não parava de ficar pegando em mim, me deixando todo sujo de chocolate e baba. Eu amo crianças, e essa daqui, agora principalmente por ser irmão do meu namorado...

Isso tudo foi tão rápido para mim. Em um momento nós estávamos apenas nos beijando, no outro eu já estava pedindo-o em namoro... não sei o que me deu naquele momento, mas eu apenas senti que era o momento. Não me perguntem como, pois, a única resposta coerente, mas não tão coerente que eu posso dar à vocês, é essa: No íntimo de cada um, tem um foguinho que te ajuda a fazer as coisas certas e te diz para fazer aquilo, naquela hora... e foi o que fiz. Amém!

A viagem de volta foi bem mais cansativa, já que pegamos um congestionamento imenso e passamos ali mais de uma hora esperando que pudéssemos passar. Naquelas uma hora Jefferson quase fica doido, pois não estava com paciência de ficar sentando e já queria ir embora; o Wesley começou a chorar e o Karan estava com ele nos braços, para tentar acalma-lo, eu era a pessoa mais tranquila daquele carro, não mentirei.

- Vocês gostaram do filme? – Jefferson pergunta e olha para nós com um olhar divertido.

- Sim, foi muito bom. – Responde Karan com um sorriso gentil e eu apenas confirmo com a cabeça.

- O nosso também, não é, bebezinho? – Jefferson diz apertando as bochechas de Wesley, que de uma hora para outra desengata uma gargalhada que fez com que todos do carro começássemos a sorrir junto. – Ele gosta muito de chocolate, não é? A todo instante ele pegava e só não comia com o plástico porque eu não deixava...

- OH! Você não viu nada, ainda. Você começa a dar essas coisas pra ele, e quando ele não conseguir o que quer, você vai ver o inferno em forma de bebê fofo.

- Ele é muito amorzinho para fazer isso. – Ele diz e Karan sorri, como se aquilo que Jefferson tivesse falado fosse uma piada muito engraçada.

- Eu já te deixei avisado. Só que agora quem vai ficar avisado sou eu, porque quando ele come doce, ele fica podre, se é que me entendem... – Ele fala e em seguida aperta o nariz e fica passando a mão em frente ao rosto, como se estivesse fedendo.

- Ainda bem que eu não vou trocar a fralda dele. Ele tá quase explodindo de tanta comida!

- É, eu estou vendo... – Digo e Wesley olha para mim e começa a sorrir puxando minha camisa.

- Seu fosse você eu não fazia o que ele está te obrigando com esse rostinho fofo não...

- Ele é só uma criança, não faz nada de ruim com ninguém. – Jefferson diz e ele dá de ombros. Quando cheguei perto do rosto dele, ele me deu um tapa que deu um estralo. – MEU DEUS! Jesus, apaga a luz!

Enquanto Jefferson sorria que chorava, o bebê olhava para mim com um rostinho fofo, Karan me pedia desculpas, mas estava sorrindo. O motorista, coitado, estava tão vermelho que eu pensei que ele estava fazendo cosplay de um tomate madurinho.

- Deixa eu ver o estrago que fez... caramba, está ardendo demais. – Digo pegando meu celular e colocando na aplicativa câmera, e ao olhar para o local, quase, eu disse quase, pensei que tinha queimado o rosto no fogão. – Esse garotinho pode ser um lutador de boxe quando ele crescer, porque ele quase me nocauteou só com um tapa.

- Ai Jesus, perdoa meus pecados, senhor, porque eu não sei o que faço. – Jefferson diz ainda gargalhando. Ao chegarmos na porta de casa, começamos a entrar casa adentro e, na sala, estava meu tio.

- Oi meninos, como foi o passeio?

- Você não tem noção de como foi bom, pai. Eu comi e assisti um filme junto do Wesley, e ele quase se entupiu de tanto chocolate que comeu. Os outros dois foram assistir outro filme e fazer outras coisas que eu não tive maturidade o suficiente para perguntar, pois sou puro.

- Só isso? – Todos nós, menos o Wesley, balançamos a cabeça em afirmação e ele direciona o olhar para meu rosto. – E isso vermelho no seu rosto, o que foi?

- Isso foi o melhor da tarde inteirinha. – Jefferson me interrompe quando ia falar. – O Wesley puxou a camisa do Adriano e o Adriano desceu o rosto até o Wesley, que desceu um belo de um tapão no rosto dele.

- Sério?

- Sim, e ainda fez um barulho assim: PÁ!

Todos começaram a sorrir de novo, inclusive o meu tio. O único de todo o bando que ficou calado foi o que cometeu este crime contra minha pessoa, pois o mesmo estava alheio a tudo o que aconteceu agora, já que estava olhando com entusiasmo um vaso de planta que tinha do outro lado. Ele começou a espernear para descer e, como Karan não o deixou sair, ele abriu o bocão e começou a chorar.

Choro de criança pequena é tão engraçado, não é? Eu sempre fico com vontade de sorrir.

- Deixe que ele desça e vá andar, ele ainda é criança e crianças têm muita energia para gastar. – Ele coloca Wesley no chão sentado, mas o mesmo começa a se segurar no sofá e, depois de umas quatro quedas no chão, ele consegue ficar equilibrado de pé.

- Ele vai já praquele vaso de planta ali. – Digo e os mesmo ficam olhando ele ir diretamente para onde eu disse que iria.

- Ei, Wesley, não pode mexer em nada, me ouviu? – Karan diz e meu tio começa a sorrir dele, pois Wesley nem ligou e continuou indo. E o pior, o pestinha foi GARGALHANDO!

- Vocês querem apostar comigo que ele cai antes de chegar até a planta? – Pergunto e todos me olham como se eu fosse um assassino de unicórnios fofinhos. – Ué, gente, ele ainda é bebê, mas pode me render uma graninha... Eu aposto cinco contos de que ele cai.

Karan foi o único que apostou que ele conseguiria ir até a planta sem cair, o resto de nós, em peso, apostamos que ele cairia. Mas, para nossa surpresa, ele conseguiu ir até lá sem cair e ainda voltou quase correndo.

- Passem a grana para cá. – Karan estende suas mãos e nós damos o dinheiro pra ele. Escutamos um barulho seguido de um choro e, quando olhamos na direção que vinha, a criança estava ali espatifada no chão, depois da queda.

- Vem, cá meu amorzinho! – Meu tio vai lá pegar Wesley e nós apenas esperamos que ele o trouxesse.

Meu tio anda em um amor tão grande com essa criança, que ninguém nunca pensou que seria possível ver o todo poderoso Damien, sendo uma pessoa muito fofa. Ele já começou a ensinar que ele o chamasse de vovô, pois passava o tempo livre com o Wesley a tira colo. Jefferson não ficou com ciúmes, pois estava no mesmo barco do pai, com os pneus arriados por ele. Quem diria que uma criança fizesse uma mudança tão drástica em duas pessoas que parecem que vão te matar apenas por olhar para ti...

Se bem que eles ainda são desse jeito com todo mundo, menos com o bebê. É como dizem: filho de peixe, peixinho é. 

O destino de um amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora