Capítulo 17

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Eu não disse que viria em alguns minutos? Eu vim mesmo! uhauhsausu

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KARAN

Minha preocupação com o Wesley está em um nível que supera qualquer nível de sanidade humana que alguém já conseguiu imaginar. Tudo bem, eu entendo que uma criança possa brincar e comer terra e essas coisas, mas ele não consegue entender que está com o braço quebrado e que não pode fazer este tipo de coisas...

É, eu estou sendo uma pessoa muito idiota de achar que uma criança que não tem nem dois anos, nem sabe falar direito, conseguiria entender o quão complexo era a situação dele, mas eu não posso ficar calmo, não é? O senhor Damien está me ajudando muito com meu irmão, mais até do que eu já imaginei, mas ele não pode fazer tudo sozinho e eu, é claro, não irei jogar meu irmão para cima de uma pessoa que está nos ajudando apenas por caridade... eu não sou assim e, pelo menos, para mim, nunca serei assim.

- Tá pensando demais, menino, e pensar demais explode sua linda cabecinha. – Malu diz e eu a olho, admirando-a por sua paciência, pois para aturar Wesley e Adriano em uma mesma casa não era para qualquer um. E o pior é que ninguém consegue diferenciar qual das duas pessoas que é a mais criança das duas!

- Wesley ainda irá me matar... – Ela apenas acena em negação para mim e se vira, voltando a fazer suas atividades.

- Ele é criança e crianças tem dessas coisas... gostam de correr, brincar, quando caem e se machucam elas choram, mas quando se passam 2 minutos elas estão brincando da mesma forma, novamente. – Solto um som que demonstra concordância com ela. – Se você ficar tão preocupado desse jeito, irá sufoca-lo, e se você o sufocar, ele terá cada vez mais e mais vontade de fazer o que você fala que é errado.

- Eu sei, mas eu não gosto de ver aquele maluquinho sentindo dor. Eu sinto como se fosse em mim!

- Karan, deixa eu te explicar uma coisa... – Ela se vira, limpa suas mãos em seu avental florido, que foi um presente comprado exclusivamente por alguma pessoa da família do senhor Damien. – Isso é uma coisa que todas as pessoas que são pais ou tem responsabilidade com outra pessoa passa. Não é algo exclusivo seu, você não foi e nem irá ser a primeira pessoa que sofrerá com isso, mas você tem que aprender a se controlar. Isso não é bom para você e muito menos para ele, entenda isso! – Escuto seu sermão sem falar nada e, quando ia falar alguma coisa, a mesma levanta sua mão, como um sinal claro para que eu não abra a minha preciosa boquinha. – Ele quebrou o braço? Quebrou, mas você o viu com medo de correr e cair depois disso? Não, porque ele quer continuar se divertindo, e ele se diverte correndo. Uma criança, mesmo que ame passar o tempo inteiro na frente de algo tecnológico, alguma hora irá querer sair e fazer outra coisa, porque isso as deixa entediadas com o passar do tempo.

- É, mas você não acha que é uma coisa muito recente para ele correr igual a um maluco? – Ela revira os olhos e dá uma bufada.

- Karan, você não entendeu nada... ele não quer saber se é muito recente. Ele quer correr! Se ele cair e o braço dele doer, ele vai para de correr por enquanto e é isso, logo após ele irá começar a correr outra vez e não tem o que ninguém possa fazer.

- Você só esqueceu de mencionar que, quando ele cair, ele irá chorar demais e que meu coração é fraco demais para presenciar uma cena como aquelas novamente... sabe, não é muito fácil você ver uma pessoa quebrar o braço, menos ainda um bebê e muito menos ainda quando o bebê é seu irmão.

- Você tem toda razão, mas ele vai continuar correndo e, se você prestar bem atenção, com qualquer coisa ele pode se machucar. Não adiante você ficar correndo atrás dele e fazendo com que ele fique apenas trancado dentro de um quarto assistindo televisão, como se isso não representasse algum perigo para ele. – Ela diz me olhando como se eu fosse a pessoa mais idiota que já chegou a pisar na face da terra. Tudo bem que eu nunca fui uma pessoa muito inteligente, mas eu aprendo rápido. – Ele pode levantar bem calmamente e sem fazer nenhum barulho, como ele sempre faz e tentar subir em cima do lugar que fica a televisão e a mesma pode cair em cima dele. Ele pode achar o fogão uma coisa atrativa e, quando tiver alguma panela, ele pode ir lá e mexer, caindo em cima do mesmo. São tantas coisas que representam e apresentam perigos não apenas para as crianças, mas para nós também, que não consigo contar para você agora..., mas fique calmo e veja, toda vez que ele passa perto de uma área molhada ele para e anda bem devagar. Foi uma coisa terrível, mas ele aprendeu com ela!

O destino de um amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora