Olha só quem voltou... foto do capítulo é o Karan.
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KARAN
Hoje faziam exatamente sete dias desde a morte dos meus pais e eu me sinto como se estivesse vazio, com algum pedaço dentro de mim faltando. O que tem mais preenchido este vazio é olhar para o rostinho do meu irmão. Este que é o que está mais sofrendo com a morte deles, pois era ele quem passava o dia todo com minha mãe e dormia no quarto junto dela e do meu pai. Ele ainda não sabe falar, mas do nada ele começa a chorar e a fazer alguns barulhos com a boca de madrugada e eu percebo que é sentindo falta deles.
Eu já vi muitas pessoas dizendo que os bebês não sabem muito bem das coisas e tudo que aprendem é por verem as outras pessoas fazendo. Mas eu já acho muito o contrário, eles são os seres mais inteligentes que existem e os mais puros também. Eles aprendem sim, vendo os outros fazendo e falando as coisas, mas eles também entendem tudo o que se passa ao redor deles e conseguem capturar bem todo momento. Se isso que digo não fosse verdade, eles não aprenderiam com quem ficavam quietinhos e essas coisas.
- Oh, meu pequeno... não chora que eu estou aqui, tudo bem? – Falo com ele e o pego em meus braços, levando-o sem seguida para a cozinha, que é onde eu iria preparar a comidinha dele. Como ele tinha uma cadeirinha daquelas de comer e ela é bastante segura, deixei o mesmo lá e fui em direção ao fogão.
Começo colocando o leite no papeiro e depois coloco para começar a abrir fervura, adicionando, em seguida uma massinha de fazer mingau com sabor de morango. Fico ali mexendo para que não grudasse e quando fica pronto, coloco em cima da pia para que esfriasse. Como eu nunca fui responsável de dar comida para meu irmão, não sabia como faria as coisas, mas eu pesquisei na internet e coloquei em prática o que eu via minha mãe fazendo quando estava o alimentando.
- Quem é o bebê mazi fofo do mundo? Quem é? Quem? É voxê! É voxê xim! – Falo aquelas palavras me sentindo a pessoa mais idiota do mundo. E o pior é que ele gostou e começou a sorrir que se babava. Comecei a sorrir dele, pois com aquela cara gordinha, e a boca com poucos dentinhos e toda babada estava o deixando fofo por demais.
Deixo-o na cadeirinha e pego o papeiro para dar seu mingau. Observo aquele negócio rosa e cheirando a morango com vontade de comê-lo, mas me controlo, porque ele quem tinha prioridade para comer aquela coisa que estava com uma aparência tão gostosa e... parei, acho que já estou babando em cima da comida da criança.
Vou colocando na boquinha dele de pouquinho em pouquinho e sempre esfriando, para ter certeza que ele não se queimasse. Olha só gente, eu já estou sendo um ótimo pai, não é? Já até sei como fazer a comida dele! Eu só não entendo como ele consegue gostar tanto disso e derramar quase tudo pra fora, porque eu coloco na boca dele e ao invés dele engolir de uma vez ele fica mascando isso e cai tudo.
Quando terminei de dar a comidinha dele, dei seu banho e vesti seu pijama da doutora brinquedos, o seu desenho preferido. Por baixo do pijama, ele estava com uma fralda descartável e muito talco, porque oh criança que gosta de ficar toda assada... coloco-o dentro do berço, o cubro e fico ali balançando o berço enquanto ele pega no sono. Assim que ele dorme eu vou para a minha cama e adormeço.
Acordo no outro dia com um choro muito alto e olho para o lado, o vendo ali, com os cabelinhos bagunçados e em pé dentro do berço. Coço meus olhos e me levanto dando um bocejo, o que faz sair um barulho alto da minha boca e o cara lambida começa a sorrir de mim, mesmo sendo ele que me acordou. Vejam só, até uma criança está tirando onda de mim, acreditam nisso?
- O que foi, meu amor? – Pergunto a ele, mesmo sabendo que não obteria uma resposta. – Você está com fome? Ou você fez xixi? – Pergunto começando a abrir seu pijama e quando começo a desabotoar a fralda, sobe um fedor de esgoto que só Jesus Cristo tem poder. – Eu te dei mingau vencido, criança?
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O destino de um amor (Romance Gay)
RomansaLIVRO 3 Karan e Adriano se conheceram e rapidamente já engataram um romance. São do tipo de pessoas rápidas e que não pensam muito na hora de fazer, só pensam depois que fazem. Gente, esse livro é baseado em uma história real. Menos a parte da mort...