Capítulo 26

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Capítulo para que vocês tenham - muito mais - raiva do dito cujo que estava junto de Lúcia e também para saber, resumidamente, o que ela passou com ele quando se mudou para a rua de Karan.

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KARAN

Nunca passei tanta raiva quanto naquele momento em que vi um par de injustiças sendo feitas contra Lúcia. Posso dizer com todas as letras que aquilo me deixou igual a um demônio de tanta raiva e ao ver aqueles dois tratarem além dela, as crianças que ainda são bebês daquela forma me deixou fora de mim. Agora é o momento em que eles podem me processar por ter destruído o nariz – e o resto do rosto – daquele homem e quase ter dado uns tapas na cara daquela mulher, porque eu não estou nem aí e a única sensação que eu tive foi de dever cumprido.

Eu conheci a Lúcia quando a mesma se mudou para a minha rua há uns dois anos atrás e desde o princípio eu fiquei amigo dela. No começo foi um pouco difícil, porque ela chegou muito preconceituosa e dizia coisas que eu nem consigo mencionar aqui de tão pesado e quando eu me aproximei foi bem duro. Não entendia por qual motivo ela tinha todo aquele ódio por pessoa como eu e na minha condição, mas aquele foi um pensamento que – pasmem – o próprio marido colocou na cabeça dela e ela como uma esposa que segue tudo o que dizem na igreja que ela participava, aceitava, ficava calada e depois apenas reproduzia as baixarias.

A história deles é muito diferente da história de outras pessoas, pelo que vejo e pelo que vivi, quando comecei minha relação com Adriano. A dela não começou com um bombom, ou uma flor e muito menos com um sorriso... ela foi estuprada por ele. Mas aí vem a parte difícil, ela engravidou e como morava no interior do interior, foi obrigada por seus pais a casar-se com o mesmo crápula que fez aquilo com ela. Quando a mesma me contou isso, a minha sensação era de asco por conta do mesmo ser uma pessoa "da igreja" que era "intocável" por ser um "homem de Deus.

Eu sabendo disso, quis ir com ela tomar as medidas cabíveis em um lugar que poderia ajuda-la com isso, mas pelo que ela me disse, não teria como ser provado porque já fazia muito tempo e ela também não queria que sua família fosse destruída por conta de coisas assim. Mas voltando, a gravidez que a mesma teve não foi para frente e ela perdeu o bebê com mais ou menos três meses que ela tinha engravidado. Após isso foi uma sequência de tortura com ela, com a mesma sendo agredida todos os dias e eu sempre tentando ajuda-la de alguma forma, mesmo ela nunca querendo denunciar ele e muito menos separar.

Até que... nessa hora eu estou respirando fundo porque não tem como ficar calmo, a mesma sofreu outro estupro e desta vez foi bem mais sério, por conta de a mesma ter sido agredida, além de sexual, fisicamente. Mesmo não tendo nenhum resultado, eu denunciei e o que eu ouvi foi que "não poderiam fazer nada porque era coisas de marido e mulher, e como isso era corriqueiro, não mandariam nenhuma viatura até o local". Esse foi o dia que eu propus a ela para que nós o matássemos e queimássemos o corpo em algum local...

Sim gente, eu propus isso e só não o fizemos porque a mesma não aceitou e quis continuar vivendo seu relacionamento abusivo. Aliás, no caso ela nem podia decidir, porque ele não deixaria a mesma em paz depois disso e então desistimos. Eu já tinha falado com os meninos que eram traficantes e que moravam lá na comunidade o que eu queria fazer e claro que só contei porque pedi a ajuda deles, que depois de saberem de tudo, aceitaram fazer o serviço conosco.

Seria melhor se ela tivesse aceito, mas como não, o jeito foi desistirmos da morte e passarmos para algo mais humanitário – até demais, ao meu ver -. Os meninos bolaram um esquema de tortura, se assim eu possa dizer que isto é... pegaram ele quando estava voltando do culto, levaram ele para cima, onde eles ficavam e depois de amordaça-lo, começaram a fazer as coisas bem direitinho e do jeitinho que eu gostaria.

Ele passou a noite tendo suas mãos quebradas, osso por osso, bem devagar, até que ele não aguentasse mais a dor e pedisse para morrer, como no caso ele não iria morrer, só quebrariam mais algumas partes do corpo dele. Quando foi de manha cedo, eu já estava na casa de Lúcia muito antes das sete horas, apenas esperando que o mesmo chegasse, para eu ver o estado que ele estava e quando chegou, foi um dos dias mais alegres que já vivi em toda a minha vida. Era só para quebrarem as mãos e os dedos, mas eles ainda arrancaram todas as suas unhas, estava cheio de sangue e com seu rosto inchado de apanhar.

Lúcia ficou estática, vendo aquele homem em sua frente, todo ensanguentado e com um rosto espantado que demonstrava todo o medo que estava sentindo. Quando o mesmo passou para o quarto para trocar de roupa e ir para o hospital e Lúcia continuou na mesa sem falar nada, sai em direção ao quarto e peguei o mesmo apenas de cueca. Sorri ao ver o estado em que seu corpo estava... inchado e roxo era apenas um pouquinho daquilo que me enchia de alegria.

FLASHBACK

- O que você está fazendo aqui? – Ele me olha e eu levanto a cabeça, para olha-lo nos olhos, já que o mesmo sempre foi um pouco mais alto do que eu.

- Vim só te dar um aviso e eu espero que você entenda. – Ele olhou para mim e parece que entendendo o que eu queria dizer com aquilo, sua feição se tornou agora de raiva. – A próxima vez que você tocar nela, seja para bater, fazer uma coisa pior ou até mesmo fazer apenas um carinho, só espero que saiba que vai ficar muito pior do que agora, para o seu lado.

- Você acha que eu tenho medo de você? Aqueles drogados só me pegaram desprevenido, porque se eu tivesse com minha arma, eu acabaria com eles e agora eu estou a ponto de acabar com você também. – Sorri com sua afirmação. Ele era bom em jogar com o psicológico da pessoa com quem dividia seu teto e o que era para ser seu 'amor', mas comigo esta conversinha para boi dormir não ia para frente.

- Sério? Que triste... da próxima vez eu aviso para eles deixarem uma cartinha do lado da sua cama e com alguns corações. Bebêzão! – Como meu aviso já havia sido dado, não tinha de ficar mais um segundo ali.

FLASHBACK OFF

Depois deste dia, nunca mais ele havia a tocado e outra vez ela tinha engravidado e o estupro havia dado "frutos". Desde esse dia ele começou a andar pianinho comigo e ela começou a ter uma vida mais saudável, mesmo com todos os traumas que isso pode ter acarretado em sua vida. Os bebes nasceram grandes e saudáveis, sendo o maior amor da vida dela desde este dia... o que mais me toca saber é que ela nem tem ódio dele, inclusive ainda tem sentimentos bom, pois ele quem lhe deu seus presentes – os bebês - , mesmo eles sendo frutos de todas as coisas ruins que ele fez contra a mesma.

Ele, com toda certeza, não merecia isso!

Ela só pode ser uma alma muito evoluída!

O destino de um amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora