Papisa

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Min observou os meninos irem atrás das duas irmãs, enquanto Suho, Kyung e Sehunnie permaneciam ali, com ele e com a irmã do meio. Ele tinha muitas perguntas, estava muito preocupado com toda a situação, tenso por causa do manager que ficou para trás agora talvez irreconhecível no avião destroçado.

Ele mal sabia como tinham saído vivos da queda, parecia de fato um milagre. Encontrar a jovem garota que trouxera eles em segurança até ali, também era outro milagre quase impossível. Para ele não importava se ela e as outras tinham hábitos estranhos, eles estavam ali, seguros da floresta, alimentados e Lay era cuidado atenciosamente, podia ser bruxaria, como Baek gritava aos quatro ventos, mas elas os ajudavam, muito, de uma maneira ou de outra.

Ainda assim ele precisava de respostas para muitas perguntas preocupantes e uma delas era com fariam para voltar para a Coréia sendo que todos os documentos explodiram junto com o avião. Onde seria a embaixada naquele país? Como chegariam lá sem falar nada do idioma? Elas fariam aquilo por eles também?

— Gente, eu vou dar uma volta.

— Se mantenha perto da casa, Sehunnie, não sabemos o que tem aí fora.

Suho disse preocupado. Min queria dizer que tinha quase certeza absoluta que estavam seguros ali, mas ele não disse, Suho estava preocupado, tenso e era desconfiado com estranhos, sempre foi. Ele poderia parecer um homem doce e tranquilo para a mídia, mas era desconfiado de natureza, totalmente e com a excessiva exposição da fama que fizeram ao longo dos anos, ficou ainda pior.

Sehun saiu da mesa se curvando suave para a irmã do meio antes de sair, ela fez movimentos de mão como se o incentivasse a ir mesmo e Min sorriu. Ele sentia a paz que imperava naquele lugar como se fosse uma energia espessa. Era um pouco mágico em sua opinião, quase como uma casinha de contos de fadas que saltava de algum livro e virava realidade.

Ela continuou a cozinhar alguma coisa e ele percebeu que toda vez que ela passava muito próximo do fogo, esse parecia brilhar mais, como se as chamas aumentassem na presença dela. Ele queria se oferecer para ajudar, mas não sabia falar o português. Será que ela falaria...?

— Do you speak...

— Sim, eu falo, você fala?

Ela respondeu direta e um pouco surpresa. Min assentiu, não falava muito bem, mas conseguia se virar no idioma.

— Um pouco, eu... Gostaria de saber se poderia ajudar?

— Sabe limpar peixes, Min?

E ele viu a irmã mais velha retornar à cozinha sem paredes.

Ela lhe sorriu, seu inglês também era carregado de sotaque, mas compreensivo. Era a segunda vez que ela o olhava diretamente e aquilo era um pouco estranho, os olhos verdes dela eram profundos, misteriosos, claros. Mas na noite anterior ele estava cansado, triste e com fome demais para se atentar aos detalhes, mas agora era dia, ele podia vê-la completamente e observar cada nuance daquele olhar.

— Então você assume aqui, Laine? Eu preciso ir organizar as coisas e ver se temos gasolina o suficiente para levarmos os japinhas de volta...

— São coreanos, Mônica, e sim, deveria verificar os motores também, só por precaução, a estrada é muito longa e difícil e vamos estar em muitos, eu sinto que podemos ter problemas na BR até Manaus. Precisamos estar prontas na manhã do quarto dia, porque no quinto irá chover de novo e temos de atravessar as regiões alagadas a tempo – Ela, para seu segundo assombro, o primeiro foi as duas continuarem a conversa em inglês, carregava um volume imenso de peixes na saia que deixou cair em uma bacia larga de canto. Então ela simplesmente mexeu na cintura e boa parte do pano caiu, deixando evidente que tinha mais saia por baixo. Ela o pegou, deixou de canto e ergueu a bacia apoiando em seus quadris – Qualquer coisa improvisamos, mas vamos partir em quatro dias, ok?

3º FilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora