Andei com Aué por um bom tempo. Estávamos as duas preocupadas porque eu não era uma caçadora. E ela, que tinha nos seguido rio acima, pela margem, não tinha visto nenhum animal de médio porte que pudesse alimentar um jacaré grande. E eu tinha pouco tempo, precisava encontrar um.
Estava nervosa por vários motivos, preocupada também, mas tentava a todo custo manter minha mente concentrada, eles dependiam do meu êxito. Eu precisava fazer aquilo.
— Não sei não, filhote, não vejo comida aqui.
—Temos de achar Aué, precisamos.
— Obtusa, é isso o que é, obtusa, vai arrumar problemas.
— Já arrumei, é tarde demais para voltar atrás.
E continuamos pela floresta, não muito longe da margem esperando algum desavisado vir beber água no rio. Meu tempo escoava, eu precisava mais uma vez de sorte. Muita sorte.
Baek evitava olhar para fora do barco, porque de fato era assustador ter três grandes pares de olhos te encarando como se você fosse o jantar, e ter ouvido a garota falar que ela ia buscar algo para trocar por um deles tornou tudo ainda pior. Agora sabia como os caras dos filmes se sentiam quando estavam em um bote no meio do mar cercado por tubarões.
Como ela teve coragem de pular no rio? Mesmo que ela falasse com os bichos, o que já era ilógico e macabro, ainda assim como ela podia?
Chan começou a cantarolar uma música do repertório antigo do nada e Baek pensou se ele estava tão nervoso quanto parecia.
Agora todos eles estavam sentados no barco, quase um de frente para o outro e ali ele podia ver o estado de ânimos geral. Era tenso e ele não se lembrava de já ter passado por aquilo daquela forma, quer dizer, passaram por coisas tensas nos tantos anos de carreira, mas aquilo era pior, bem pior.
— Acha que ela vai voltar, young?
Sehunnie perguntou a Min que olhava para Lay muito preocupado.
Ele deu de ombros.
— Eu não sei, Sehunnie, mas espero que sim, as coisas podem parecer loucas agora, mas não sei, há algo nela que me faz ficar um pouco tranquilo. Não sei explicar. Se fosse outra pessoa não sei se iria saltar em um rio cheio de jacarés.
— Isso se ela foi fazer o que disse que ia fazer mesmo.
Kyung estreitou os olhos. Baek conhecia aquela expressão possessa.
— E por que motivo ela não faria? Ela é só uma garota, eu acredito nela – O mais velho suspirou – Só uma criança.
— Ela fala com animais, é uma sei lá... Bruxa?
Baek entrou na conversa, meio que concordava com Kyung e Min. Estava confuso e se sentia sobre o muro, ela parecia legal, mas era louca, ela FALAVA como bichos!
— Bruxa ou não é a única que pode nos tirar daqui, então é melhor começarmos a para de deixá-la nervosa, certo Suho?
— Estou preocupado Ok? Estamos no meio do nada!
— Eu sei, e por isso é melhor parar de explodir, sério, eu sei que não é assim, então volte ao seu normal, as coisas vão dar certo, respire.
— Estou respirando, estou.
Ele parecia dizer isso a si mesmo, tentando se convencer e Baek estremeceu, Suho não perdia a mente, nunca, se ele estava nervoso, era porque a situação estava feia, mas isso ele já sabia né, três bichos enormes lá fora eram a prova de que nada naquele lugar era seguro. Aliás, ele detestava a selva, essa era a conclusão, nunca, mas nunca mesmo voltaria para uma.

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3º Filha
Fiksi PenggemarEla seria uma garota comum, se não pertencesse a uma família tradicional de bruxas e se não acabasse sem querer salvando o EXO de uma queda de avião no meio da floresta amazônica. Eles cruzavam o seu destino ou ela entrava no deles para mudar a vida...