O rio

366 61 1
                                    


Kai não acreditava no que seus olhos viam e sabia que o sentimento era geral. Primeiro que ela de repente mandou eles se afastarem da margem, daí ela tirou a bota e foi para a água, se ajoelhou e começou a... Cantar.

Certo, aquilo foi sinistro, a voz era linda, verdade, mas a música parecia uma oração ou algo assim, e então a mulher esquisita surgiu lá do outro lado, dentro da floresta, a mulher alta e negra e muito, mas muito mesmo bonita. Só que ela brilhava, não aquele brilho de cegar, mas parecia algum tipo de pessoa de filme, tipo os elfos do 'Senhor dos anéis' e ele pensou que estava delirando, até que Kyung que estava ao seu lado resmungar um "Isso é alguma pegadinha?".

Aí ele se deu conta que não, não estava delirando, aquilo estava acontecendo.

E foi ficando cada vez mais assustador já que a garota passou a falar com ela em uma língua e ela em outra, uma ele quase reconheceu, deveria ser português porque parecia com o espanhol que lembrava ter visto os membros estudarem para cantar no Music Bank, mas a língua da mulher era estranha, cantada.

Como podiam se entender falando duas línguas diferentes? E foram uma em direção a outra no meio do rio. Ele era tão raso como parecia? A água nem chegava nos joelhos da garota.

O sol nascente iluminava as duas e parecia sinceramente algo surreal, então ela voltou a cantar e o rio passou a correr mais rápido. Ele esfregou os olhos, não conseguia entender nada daquilo e ouviu Baek falar irritado que sabia que ela era estranha. Então Suho mandou ele ficar quieto e foi nessa hora que Kai viu o barco vir em direção a eles. Vazio.

— Fala sério, estou vendo o que estou vendo?

Sehunnie perguntou chocado e Kai o encarou.

Ele estava pálido, será que Kai estava também? Então ele se voltou para o rio a tempo de ver a mulher mergulhar no rio teoricamente raso e desaparecer na água. Ok, aquilo foi a coisa mais sinistra de toda a cena.

A garota entrou no barco em um salto de atleta e se ergueu finalmente os encarando. O sorriso dela morreu.

É parecia que ela estava se divertindo falando com uma mulher esquisita que brilhava e que depois bancou a sereia do rio. O pior era o barco vir para a margem sozinho. A garota não estava fazendo nada, só ficou em pé dentro dele. Encarando ele e os membros do seu grupo muito séria.

Suho passou por ele e foi até a beira para pegar a ponta do barco. A garota saltou dele e ficou de frente ao Suho, que de todos, parecia o menos afetado pela loucura da manhã.

— Eu arrumei um barco para que chegássemos mais rápido, Lay não vai suportar, ele pode acordar a qualquer momento e não vai suportar a dor, eu não tenho morfina comigo, nem nada que pode fazer a dor parar, sei que parece esquisito, mas precisam confiar em mim. Eu vou levar vocês para um lugar seguro. Apenas ignorem as coisas estranhas.

— Quem é você, Luana?

Ela fechou os olhos e suspirou.

— Olha, eu sou uma garota comum ok? E sou legal, vou ajudar vocês, acontece que eu conheço a floresta e tenho afinidades com os protetores dela, coisa de família, nada demais. Não precisam ficar com medo. Só isso – E ela encarou Suho – Não temos tempo, precisamos ir. Podemos discutir no caminho?

— Essa conversa não terminou.

— É, eu sei. Vamos colocar Lay no barco.

Ela passou por Suho e foi até Lay que naquele momento tinha Dae ao lado. Dae estava muito preocupado com Lay e se mantinha ao lado dele quase como uma sombra.

3º FilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora