As superstições trazem má sorte.

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- "Você não precisa fazer isso." - eu digo.

- "Eu quero fazer." - ele me diz.

Uma parte de mim quer que ele faça, que confie em mim mas ao mesmo tempo me dá medo do que ele possa dizer e outra parte não quer que ele não diga nada, porque ainda não me sinto pronta para contar pra ele o meu segredo.

- "Emma, isso é difícil para mim." - ele me olha nos olhos e aperto ligeiramente a sua mão para que ele saiba que pode contar comigo. - "Minha mãe se chamava Ariana Maxwell, era a irmã mais nova do meu tio, o pai de Annie e Alan. Minha mãe não era casada com o meu pai, Antônio De Luca, mas viviam juntos. Ele não a amava, só queria o seu dinheiro e o poder que o sobrenome Maxwell representa. Quando Erick e eu nascemos, o meu pai se recusou a nos dar o seu sobrenome, nunca quis fazer. Meu pai agredia a minha mãe e sempre estava bêbado. Meu tio, Adriano decidiu nos levar com ele, mas eu não podia deixar a minha mãe sozinha, ela amava o meu pai com loucura e não queria abandoná-lo, por isso disse para levar Erick com ele. Naquela época eu tinha sete anos, minha mãe começou a sofrer de depressão por causa das agressões e dos insultos que recebia do meu pai. Um dia minha mãe acidentalmente derrubou café perto dele e meu pai enlouqueceu. Começou a bater em minha mãe e quando eu tentei pará-lo ele também bateu em mim. Ele não se confirmou em bater na minha mãe, então pegou uma navalha de sus calça e cortou o rosto da minha mãe. Minha mãe gritava, se remexia e implorava para que ele parasse, mas ele não parou e a estrupou na minha frente. Jamais poderei apagar esse momento da minha mente, jamais poderei esquecer os seus gritos ou o seu olhar. Jamais esquecerei que não fiz nada para ajudá-la. Na manhã seguinte a minha mãe se suicidou, cortou os deus pulsos dentro da banheiro. Eu a encontrei, é uma imagem que sempre aparece em minha mente. Jamais contei para alguém o que aconteceu e meu pai nunca pagou pelo que fez."

Isso é pior do que eu esperava. Jamais teria imaginado que Ian sofreu dessa forma. Imagino um pequeno menino de sete anos assustado e presenciando tudo isso, simplesmente era algo que eu não teria suportado.

- "Há noites que eu tenho pesadelos, sonho com ela, me recriminando por não ter ajudado ela. Às vezes me lembro dela morta na banheira e o sangue molhando os meus pés descalços aparece em minha mente e me tortura."

Eu o abraço, ele encosta a sua cabeça em meu peito. Acaricio com suavidade o seu cabelo. Me dói escutar tudo isso, Ian parece ser tão forte, jamais teria imaginado que algo assim aconteceu.

- "Mas isso não acontece quando estou com você. Quando estou só seu lado me sinto em paz, não quero perder isso. Não quero te perder."

Ele segura o meu rosto entre suas mãos e me olha como se tivesse pedindo permissão para me beijar, eu assinto levemente a cabeça e ele me beija.

É um beijo carinhoso, suave e cheio de diferentes emoções, uma delas é o perdão. Mas me assusta a ideia de perdoá-lo e que ele volte a me machucar. Com essa ideia em mente, me coloco de pé e me afasto dele.

- "Eu tenho que ir."

Ele me olha surpreso.

- "Mas estamos conversando." - ele diz enquanto tenta se aproximar de mim.

- "Sim mas." - pensa em algo Emma, pensa em uma boa desculpa. - "Hoje é domingo." - nossa as vezes eu sou idiota. Ian me olha confuso.

- "É por essas raras superstições. É sério que é da Grécia? Já fomos várias vezes para lá nas férias e nunca escutamos, sobre não jogar no mesmo mesmo time que o marido da sua irmã. Aliás eu não sabia que você era tão supersticiosa."

Isso nem eu sabia.

- "Sim, é uma superstição muito antiga. Agora tenho que ir porque hoje é domingo e nos domingos eu tenho que trocas todos os espelhos do meu quarto de lugar antes do entardecer ou terei má sorte a semana toda."

O Amor é uma Droga! (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora