Ruínas

Capítulo 3

Capítulo 3

1 ano depois

Candice olhava para o teto da sala, onde estava deitada no sofá, seus dedos tamborilando na beirada do centro de mármore enquanto seus pensamentos vagavam pelo lado de fora daqueles muros. A mansão era impressionante, um palácio de luxo que a maioria das pessoas só poderia sonhar. No entanto, para ela, as paredes douradas e os lustres brilhantes eram apenas os barrotes de uma cela dourada. Desde que Jimin a trouxera para viver com ele, sua liberdade havia sido restringida de maneira sufocante. O tédio havia se instalado em sua rotina, tornando-se insuportável. Já fazia um ano em que ela estava vivendo naquela prisão de luxo.

Candice estava jogada de qualquer maneira no sofá da sala, mas se sentou sobre os joelhos quando ouviu barulhos vindo lá de fora. Ao olhar na direção da porta de entrada, ela observou com curiosidade a movimentação lá fora e agora, dentro da mansão. Havia homens carregando caixas, decoradores ajustando arranjos florais e luzes sendo penduradas em todos os lugares. A mansão estava em plena atividade, algo que não era nada comum, e isso à intrigou. Claramente algo grandioso estava prestes a acontecer. Contudo, ela estava alheia aos detalhes, como sempre, trancada em sua rotina monótona e restritiva.

Decidida a descobrir o que estava acontecendo, Candice se levantou do sofá e foi na direção do escritório de Jimin. Ela sabia que ele não gostava que o perturbassem ali, mas sua curiosidade e frustração suprimiram qualquer hesitação. Ela empurrou a porta do escritório, entrando sem bater. O som de seus saltos ecoou na madeira polida, fazendo Jimin levantar os olhos de seus papéis. Sua expressão se endureceu ao vê-la ali.

Seu escritório era uma sala imaculadamente organizada e repleta de livros e documentos. As paredes eram um tom de vinho com detalhes dourados. Jimin sempre deixava claro que aquele era seu santuário privado, e ela era terminantemente proibida de entrar ali sem permissão, e ainda assim, lá estava ela, recebendo o olhar fulminante do moreno sobre si.

— O que você pensa que está fazendo? — A voz de Jimin era gelada, carregada de uma autoridade incontestável e de irritação.

— Eu quero saber o que está acontecendo lá fora, Jimin. — disse ela, cruzando os braços. — Há uma movimentação enorme na mansão, e ninguém me diz nada.

Jimin se levantou, a raiva evidente em cada movimento seu.

— Eu já te disse várias vezes para não entrar no meu escritório sem permissão. — ele disse, a voz aumentando. — Eu não devo explicações a você, putinha. Você não manda em nada aqui. Pelo contrário, você só obedece às minhas ordens. —Travou seu maxilar.

— Eu não aguento mais, Jimin! — começou Candice, a frustração evidente em cada sílaba. — Você me trouxe para cá, me colocou nesta mansão, mas me trata como uma prisioneira. Eu preciso sair, ver o mundo lá fora. Eu preciso viver! — Disse exasperada, soltando um longo suspiro.

Jimin se aproximou mais dela, cada movimento calculado, os olhos fixos nela como um predador encarando sua presa. Ele caminhou até ficar a poucos centímetros de distância, seu olhar penetrante cravado nos olhos dela.

— Candice... Me parece que você esqueceu qual é a sua posição aqui. — sua voz era um sussurro ameaçador. — Você não manda em nada. Quem dita as regras sou eu. Você está aqui para me obedecer, para seguir minhas ordens. Eu decido quando você sai, onde você vai e com quem você fala. Entendido? — Sua mão máscula e forte apertou o queixo pequeno e macio da garota de olhos azuis, agora, completamente assustados.