Capitulo 1 - Concrete Jungle 🗽

10.5K 646 473
                                    

Capítulo um: Concrete jungle

Aeroporto JFK, Nova Iorque - EUA. Maio de 2017.

Todo mundo tem uma história. Aeroportos são o lugar favorito de muitas pessoas no mundo, muita gente aprecia observar o vai vem dos aviões, os passos apressados pelo saguão, as despedidas e lágrimas de quem vai e a alegria e os sorrisos de quem chega depois de uma longa viagem. Abraços, beijos, diversão, trabalho...tanta gente passando pelos portões de embarque e desembarque por motivos impossíveis de se definir.

Todo mundo tem uma história.

Aproximadamente às 8 da manhã, o voo 2707 da companhia Delta AirLines preparava-se para aterrizar na pista 4 do aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque. O piloto dava as últimas instruções de pouso e as boas vindas aos passageiros vindos de Bogotá, na Colômbia.

- Senhoras e senhores, estamos nos aproximando do aeroporto John F. Kennedy. Em Nova Iorque a temperatura é agradável e o céu está limpo, sugiro que apreciem a vista da Big Apple nessas primeiras horas do dia. Permaneçam com o cinto afivelado até que os avisos sejam desligados. A Delta Airlines agradece a sua preferência e deseja uma boa estadia nos Estados Unidos.

Na poltrona C3, um coração ansioso e uma cabeça com pensamentos e sonhos a mil por hora observa perdidamente a cidade se aproximar. Lauren chegava com apenas uma mochila, levando umas poucas roupas e alguns objetos pessoais, o passaporte com um visto de turista e alguns dólares, o suficiente para no mínimo um mês na selva de concreto, tempo que ela julgava suficiente para conseguir um emprego e começar a fazer seu próprio caminho na terra dos sonhos. O coração já apertava de saudade de sua família, no entanto, batia acelerado ao observar Nova Iorque ficar cada vez maior a medida que a aeronave se aproximava do seu destino.

- Olá, Nova Iorque.... - suspirou e disse em voz baixa enquanto observava pela pequena janela. Mais do que tudo, Lauren trazia em sua bagagem sonhos e a pensamentos sobre as inúmeras possibilidades que eventualmente a esperavam.- O que será que você reserva pra mim?- perguntou a si mesma.

- Falando sozinha de novo, doente? - perguntou a jovem mulher na poltrona ao lado.

- Será que eu não posso nem nutrir as minhas expectativas em paz, Verônica?- ralhou a jovem de olhos verdes.

- Você não devia ter tantas expectativas, Laur, isso te impede de se surpreender.

- Claro que não! Se eu tenho expectativas é por que tenho planos e espero que eles dêem certo! Eu não sei o que pode acontecer no caminho, isso é verdade... mas eu tenho os meus objetivos bem claros na minha cabeça e não pretendo deixar nada me atrapalhar.

- Tem uma música maravilhosa que você devia ouvir, migs, ela que fala sobre você não ter expect... - Verônica não completou a frase, logo foi interrompida pela voz do piloto avisando a tripulação que se preparasse para o pouso, olhou para Lauren, que respirou fundo e voltou novamente sua atenção para a janela do avião. - Meu Deus, nós chegamos Laur! A gente está mesmo aqui! - disse Verônica com certa euforia em sua voz e recebendo um sorriso largo de Lauren, seguido de um aperto em sua mão em sinal de confirmação.

Elas haviam chegado onde sonharam por tanto tempo.

Alguns poucos minutos depois, as rodas do trem de pouso encostaram no chão. Assim que o veículo parou, o aviso de que podiam desafivelar o cinto foi liberado e os passageiros começaram a se movimentar. Como estavam nas primeiras fileiras, as jovens mulheres pegaram suas bagagens de mão e voltaram a se sentar para esperar que as portas fossem abertas. Lauren nunca entendeu o por quê da pressa das pessoas em se levantar, afinal as portas demoravam para abrir e não é como se o corredor do avião fosse grande o suficiente para sair correndo por entre os passageiros.

Adorável babáOnde histórias criam vida. Descubra agora