Amora Barbosa perdeu seus pais e namorado aos 17 anos, se vendo sozinha no mundo, sendo acolhida pelos pais de sua melhor amiga Alice. Hoje com 23 anos, trabalha e estuda para ter uma vida melhor. Após o trágico acidente de seus pais ela se fecha...
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Assim que falei com Amora pelo celular, ligue imediatamente para Ribeiro e passei o número para ser rastreado. O que não demorou muito, estava localizado na cidade de Osasco, mais ou menos uma hora de onde estamos. Ribeiro me pediu calma e disse que iria juntar a equipe para dar início ao resgate, e que era pra eu ficar em casa aguardando notícias.
- Seu Ribeiro com todo respeito que tenho pelo senhor mas vai a porra, eu vou atrás da minha mulher vocês querendo ou nao. Esperei muito por isso e nem que Deus descesse do céu e mandasse eu ficar em casa ainda assim eu nao ficaria. Dá seus pulos Ribeiro. Em dez minutos estou na porta da delegacia. E encerro a chamada.
Entro no carro que nem vejo, antes de sair peço a meu pai para que providencie uma ambulância com UTI móvel, mesmo Amora dizendo estar bem nao sei em que condições posso encontrar ela, então melhor ja ir preparado. Saio do Condomínio de meus pais e encontro Ribeiro ja com seus homens a postos.
Toma Rodrigo já que vai junto põe pelo menos o colete a prova de balas e você nao vai sair da viatura. Você entendeu?
- Sim senhor. Vamos logo. Quero minha mulher de volta.
Saímos em comboio de umas quinze viaturas rumo a zona oeste de são Paulo.
Meu coração erra uma batida cada vez que imagino que logo terei Amora em meus braços outra vez. Só consigo agradecer a Deus e ate mesmo ao rapaz que se sensibilizou e deu um jeito para que ela me ligasse.
Ribeiro me diz que estamos nos aproximando do cativeiro, pelo que pude verificar é um bairro se gente rica. Ele pensou em tudo, foi bem para nao levantar suspeitas.
Paramos em frente a uma casa bonita, bem conservada mas com pouca segurança, até uma criança conseguia abrir aquele portão. Para nossa surpresa estava apenas encostado.
Eu continuo ao lado de Ribeiro, enquanto seus homens invadem a casa. Vasculharam tudo mas nao encontraram ninguém no caminho. Ate que escutamos alguns gritos, e pela voz era da minha mulher. Ela pedia por socorro. Eu desesperado querendo entrar e não deixavam. Escutamos um tiro e meu coração saiu pela boca. Só consigo gritar por Amora, consegui me soltar do policial Almeida e foda-se vou até minha mulher.
Subo as escadas correndo e o que vejo partiu meu coração em mil pedaços, Amora estava desmaiada na cama, somente de roupas íntimas e com o rosto todo ensanguentado.
Saulo estava ferido no chão. Acredito que o tiro que ouvimos foi para ele, devia mesmo era estar morto esse tranqueira. Ele gritava que amava minha mulher enquanto os policiais prendia ele. Ele sangrava muito mas nao me importa. Quero que morra esse filho de satanás.
Vou até Amora e verífico se tem pulsação, gracas a Deus tem. Grito por meu pai para mandar o pessoal da ambulância subir e socorrer minha mulher. Eles chegam e começam a fazer a remoção dela, iam levar ao hospital da cidade, mas pedi que levasse para um particular que eu arcaria com os custos. Claro que vou junto com ela na ambulância e os policiais junto com meu pai ficam para resolver toda parte burocrática.
Chegando no hospital da cidade, ela foi logo atendida, enquanto eu fazia a ficha dela minha família chegou no hospital, demorou uma eternidade até alguem vir nos dar noticias sobre minha bebê.
Uma enfermeira pergunta por acompanhante de Amora Barbosa. Eu mais que depressa me levanto.
- Sou marido dela.
Me acompanhe senhor por favor. Vou te levar ate o medico que está tratando do caso. Nem pensei só acompanhei a enfermeira até a sala do médico.
Ela bate a porta e o doutor autoriza a entrada.
- Doutor Caio, este é o esposo da senhora Amora.
Entre por favor , ele diz.
- Sou Rodrigo doutor, pelo amor de Deus como está minha mulher?.
O quadro dela Rodrigo é estável, embora ela esteja anêmica, ela e o bebê estão bem.
O que? Bebê doutor. O senhor esta me dizendo que vou ser pai?. Ohhh meu Deus que notícia maravilhosa. Quando vou poder ver minha mulher. Doutor eu não a vejo a quinze dias, ela estava sequestrada, preciso vê-la e ter certeza que ela nao corre nenhum tipo de risco.
Está explicado o estado dela, vou encaminhar uma psicologa ate o quarto para avaliar o psicológico de sua esposa. A anemia está sendo tratada e assim que ela estiver controlada ela terá alta. Por hora nada de fortes emoções OK?.
Vou liberar sua entrada no quarto e poderá passar a noite com ela se assim desejar.
E parabéns ao casal, filhos sao sempre uma bênção. A enfermeira vai levar o primeiro ultrassom que foi feito e poderá ver com calma. E qualquer coisa estamos a disposição, só pedir para me chamar, hoje estou aqui a noite inteira.
Obrigado doutor e saio de sua sala.
Meu Deus um bebê. Nosso pedacinho de amor, vai ser o bebê mais amado desse mundo. Ahhh como eu já amo essa sementinha. Preciso contar pra minha bebê com calma, afinal ela passou por momentos terríveis.
A enfermeira me acompanha até o quarto de Amora, é o 505, abro a porta e ela dorme tranquilamente, avaliando seu rosto tem somente alguns machucados, aquele vagabundo a agrediu e ele vai pagar por tudo isso. Cada tapa que ele deu nela vai receber sete vezes mais. Desgraçado infeliz.
Ela dorme tao serena, me aproximou e dou um selinho em seus lábios e nao me contendo choro como um bebê, ponho toda minha angustia desses dias todos para fora. Levo minha mao ate seu ventre e começo a fazer carinho ali, nem cresceu e já amo tanto, ela está tao magra, nao deve ter se alimentado nada. O que será que ela passou. Quando a psicologa vir quero participar da sessão. Nao vou mais desgrudar do meu amor nunca mais.
Ela se mexe mas não acorda, meu telefone toca e saio do quarto para poder atender. É Ribeiro para saber o estado em que Amora está e pra avisar que vai colher o depoimento dela. Que Saulo está na cirurgia para retirar a bala da perna esquerda e que saindo do hospital vai direto para o presídio e fica na custodia do Estado até o F.B.I vir buscar ele. Foram encontrados três corpos na casa, Helloysa, Jamilly e um rapaz negro que ainda nao tinha sido identificado. Mas que no bolso dele foi encontrado o celular que rastreamos. Provavelmente foi morto por ajudar Amora.
Encerro a chamada e volto para o quarto, daqui nao saio de jeito nenhum, nem pra comer. Enquanto ela nao acordar nao vai ficar sozinha.
Puxo a poltrona para perto do leito e ali fico até o sono me pegar de vez.
