Capítulo 18

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Dias depois...

Callie estava caminhando lentamente por fora da Mansão.Ainda era começo de tarde.

Caminhou até a Fonte Robbins, e sentou-se na beirada, colocando uma mão delicada dentro da água e começando a brincar com os dedos.

Estava pensativa...aqueles últimos dias tinham sido uma loucura, e até aquele dia 
Arizona e ela não estavam se falando normalmente.

Poucos minutos depois, Callie virou-se com sobressalto ao ouvir um barulho nas folhas secas do chão.

Não viu nada e franziu o cenho.Levantou-se, e ouviu um miado baixo.

-Mas..- Callie andou um passo, e quando olhou para sua baixa diagonal viu um pequeno gatinho branco miando e tremendo, escondido nas folhagens perto da Fonte.-Um gatinho!

Sorrindo,  Callie foi até ele e se abaixou.O gatinho se retesou todo, com medo.

-Não precisa ter medo...O que faz aqui?-A morena pegou o animalzinho com muito 
cuidado, acariciando-o.-Pobrezinho!Está tremendo.

O pequeno bichinho miou mais alto.

-Coitado do animalzinho...- Callie o observou, e viu que o gatinho estava todo sujo e parecia maltratado.Além de tudo, parecia estar faminto e frágil.-Não se 
preocupe, vou cuidar de você.Vamos para dentro.

Callie, com a pequena bola branca de pêlos em seus braços, voltou para dentro da Mansão.

Estava se dirigindo à cozinha, quando Arizona apareceu, descendo as escadas.

-Aonde estava, Calliope?Nem Adelaide sabia onde você estava!Eu vou precisar sair e...-Ela se interrompeu quando viu o gato, enroscado em callie, miando baixo e olhando ao redor. Arizona ergueu as sobrancelhas e olhou para callie .

-Robbins, eu encontrei o bichinho lá fora.Acho que escalou o muro e entrou aqui dentro das propriedades.- Callie explicou, fazendo carinho no animal.-Ele está ferido e frágil pobrezinho.É um filhote ainda.

-E o que você e eu temos a ver com este bicho?- Arizona perguntou, áspera e fria.

Callie apertou os olhos, incrédula com tamanha frieza. -Bem, você realmente não tem nada a ver.Mas eu tenho, não vou deixar o pobre animal lá fora para morrer de frio e de fome.

-Eu não quero animais aqui dentro, Calliope.-Ela apertou os dentes, lançando um olhar duro ao gato.-Ele está imundo, e deve estar cheio de doenças.Você sequer deveria tê-lo pegado nos braços.Deixe esse bicho lá fora e vá se lavar.

-Não vou deixá-lo lá fora!-Ela franziu o cenho.-Não se importa com nada que não seja você mesmo, não é Robbins?Sequer um bichinho doente te dá pena!

Arizona suspirou, parecendo entediado.

-Não vai fazer diferença se o gato morrer na porta da sua casa, vai?- Callie perguntou, já sabendo a resposta.

-A menor diferença.-Ela respondeu com ar gelado, quase divertida.-Pouco me importa se esse gato vai morrer de frio na rua, só não o quero aqui dentro!

Callie sentiu-se arrepiar como nunca havia sentido.Deus, aquela mulher era sem coração!Ela não era humano!

-Arizona, será possível você ter nascido com essa crueldade?Ou será que algo no seu passado o deixou assim, desumano?-Ela murmurou, olhando-o com uma seriedade quase pensativa.

As feições da esposa se viraram, ficaram duras, e Callie passou apressadamente por ela.

A morena foi até a cozinha, pegou um piris fundo e pôs leite morno dentro.Colocou no chão e pôs o gatinho na frente.

O animal foi com tanta gana ao piris que quase caiu dentro. Callie riu, acariciando o pêlo do gato enquanto ele lambia o leite desesperadamente.

-Pobrezinho, está faminto.Não se preocupe, eu não vou deixar ninguém colocá-lo para fora.Ficará aqui até se recuperar e engordar um pouco.

Quando o gato raspou o piris, se espreguiçou.

-Ótimo, agora precisa de um banho.

O pequeno animal a olhou quase que com repreensão.

-Não, não me olhe assim.Você está imundo e se bobear deve ter até pulgas.

O gato ronronou, como se resmungasse.Sorrindo, Callie o pegou no colo e o deixou seguro num braço, enquanto com a outra mão arrumava uma bacia com água morna, sabonete 
e um pano.

Deu um banho no gato (no começo ele estranhou, se eriçou todo e tentou fugir, mas no final deixou que Callie o limpasse), o enxugou e o olhou satisfeita.

-Agora está bem melhor, não?

O gatinho miou, se espreguiçando todo.

-Bom menino.Ou será menina?- Callie pegou o gato e foi conferir o sexo.-Não, é um menino mesmo.Você precisa de um nome, não acha?

Ele se recostou em Callie, miando.

-Vejamos...-A morena pensou, afagando o pêlo (agora macio) do gato.-Já sei, Clark!É a sua cara...

Clark miou, aparentemente tinha gostado.

-Pobrezinho, é filhote ainda..- Callie o observou.-Onde está sua mãe?Você ainda é tão pequeno.

-Senhora!-Adelaide apareceu de repente na porta.-O que é isso?Um....gato?

Callie sorriu.

-Este é o mais novo membro da família, Adelaide.Se chama Clark!

Adelaide arregalou os olhos.

-Quem se chama Clark?

-Como quem?- Callie girou os olhos.-O gatinho!

-Ah.Mas de quem é, senhora?

-Não sei.-A morena suspirou tristemente.-Achei-o lá fora, perto da Fonte.O pobrezinho tremia e mal se agüentava em pé de fome e cansaço.Trouxe-o aqui para dentro, lhe dei de comer e o limpei.Acredito que se perdeu na rua, ou o dono o abandonou, e ele acabou escalando o muro e vindo parar aqui.

-Que judiação.-Adelaide olhou para o pequeno animal.-Mas a patroa deixou a senhora ficar com ele?Que coisa mais gentil, o pobre gato devia...

Callie pigarreou, desviando os olhos.

-O que foi?-Adelaide arqueou as sobrancelhas grisalhas.-Oh, a senhora não a deixou ficar com o gato, verdade?

-Na verdade não, mas eu ficarei com ele.-Callie disse com impetuosidade.-Se Clarkvoltar para as ruas morrerá, está fraco.Eu tenho que cuidar dele, pelo menos até que se recupere.E nem mesmo a sua patroa poderá tirá-lo de mim, Adelaide.

A mulher suspirou, sem saber o que fazer.Ia discutir, mas o olhar de Callie mostrava que a morena estava com plena certeza do que fazia.

Amor demoniaco (versão calzona)Onde histórias criam vida. Descubra agora