Capítulo 33

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Dias depois...

-Clark, volte aqui!- Callie gritou, correndo atrás do gatinho branco que corria pelo 
jardim.
Já não era mais aquele filhote frágil que a morena acolhera.Clark agora estava 
crescido, mais forte e mais esperto.
Callie parou, rindo, enquanto observava o gato correr mais e escalar uma árvore.
-Espertinho...tudo isso para fugir do banho?-Ela murmurou com diversão.
Balançou a cabeça e resolveu andar de forma vaga, apreciando a grande mudança do lado de fora da Mansão desde que começara a trabalhar com o jardineiro para trazer vida novamente ao jardim.
Quem olhasse nunca iria acreditar na mudança.O lugar seco, árido, e sem vida 
alguma de antes, agora estava verde, com árvores e flores por todos os cantos.
Sorrindo, Callie suspirou e caminhou mais um pouco.Quando deu por si, estava na 
frente do Borboletário.
Nunca mais tinha entrado ali desde o último incidente.Mas viu que a porta 
estava aberta...
Havia alguém ali! Do contrário estaria trancado.
Seria Arizona? Mas Callie o vira na biblioteca antes de sair para os 
jardins...
-Bem, se está aberto e tem alguém aí dentro não há problema em entrar.- Callie
murmurou, um pouco temerosa, soltando o ar e entrando no Borboletário.
Imediatamente viu flashes coloridos por todos os cantos.As borboletas voavam 
alegremente ao redor.
Callie adentrou mais.De repente ouviu um barulho ao fundo.Curiosa, caminhou de forma lenta até o final do recinto.
Quem estaria ali?

Com a respiração rasa e os passos suaves, para que não notassem sua presença, Callie se aproximou do barulho que ouvia.
E então viu...Adelaide, segurando o quadro.A mesma pintura da moça loira que Callie vira da última vez, e que deixara a esposa tão furioso.
Adelaide parecia despreocupada, passava um pano seco por todo o quadro, 
retirando a poeira.Logo ela sorriu para a pintura, arrumando a moldura.
Callie estava confusa, não entendia...Então Adelaide sabia daquele quadro!Parecia tão familiarizada com o retrato, que a morena teve a certeza de que a mulher sabia do mistério que a pintura representava.
Mas porque nunca lhe contara nada?
Movida por uma decisão impressionante, sem se preocupar com mais nada, Callie
deu um passo para frente.Iria resolver aquele mistério agora mesmo.
-Adelaide.
A mulher empalideceu e olhou para trás no mesmo instante, quase deixando a 
pintura cair no chão.
-Senhora!Por Deus...não devia estar aqui!
-Porquê?- Callie a olhou, impetuosa.-Estou cansada de viver no escuro, 
Adelaide.Cercada de tantas mentiras.Quem é a mulher desta pintura?E não adianta fugir, ou negar nada, eu sei que você sabe.Só acabe logo com isto e me responda de uma vez o que este quadro representa.

Adelaide estava com a boca seca, pálida feito papel.

-S-Senhora...

-Fale, Adelaide.- Callie mandou.-Não deixarei que saia daqui antes de esclarecer de uma vez por todas tudo isto.Quem é a moça do quadro?
Após quase um minuto de silêncio, em que Adelaide parecia não fazer idéia do que fazer, a mulher recostou o quadro no chão e deu um profundo suspiro. Callie a 
encarava, imperturbável.
-Muito bem.-Adelaide ergueu os olhos.Sabia que não havia mais como fugir daquela situação, tampouco mentir iria ajudar.-Vou lhe contar a verdade, 
senhora Callie.A moça do quadro é...irmã da senhora Robbins.
-Quê?- Callie franziu o cenho.-Irmã?Mas você mesma me disse que ela não tem 
família, irmãos, nada!
-Realmente agora não tem mais. A senhora agora é sozinha.
-Então...esta moça...irmã dela...está morta?- Callie sussurrou.
-Sim.-Adelaide soltou o ar.-Já que não tenho saída, vou contar a história 
completa.
Callie assentiu, temerosa.
- Arizona perdeu os pais muito nova.-Adelaide disse.-Não devia ter sequer 
cinco anos.Por isso nunca pôde conhecer o amor fraterno.Porém, ela não estava 
totalmente sozinha.Tinha uma irmãzinha de um ano de idade.Se chamava 
Anahi. Anahi Robbins foi uma das mulheres mais bondosas e alegres que já 
conheci.-Adelaide assumiu ar nostálgico e triste.

Amor demoniaco (versão calzona)Onde histórias criam vida. Descubra agora