Capítulo 11

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Alguns dias se passaram...

Adelaide ajudava Callie a se vestir para o jantar, no quarto.

-Permita-me perguntar, madame.A senhora e a patroa já estão bem?-Adelaide perguntou, observando o reflexo de Callie através do espelho na frente da morena.

-Como assim?

-Esses dias passaram muito distantes...a senhora ficou até doente.Graças que está
melhor.

-Está tudo ótimo.Como eu sempre imaginei que seria.- Callie respondeu com amargura.

-Senhora, nao fale assim.-Adelaide a olhou com ar compadecido, parando de apertar o corpete do vestido.-Basta...

TOC TOC......

As duas olharam, quando Arizona entrou no quarto feito uma rajada de vento.

-Pode descer, Adelaide.-Ela ordenou, olhando implacavelmente para Callie.

A morena o encarou de volta, pelo reflexo do espelho.

-Mas eu ainda tenho que terminar de arrumar o vestido da senhora!-A mulher protestou.

-Deixe que eu faço isso.- Arizona a olhou.O olhar duro indicava que não queria discussões.

Adelaide, hesitante, assentiu e saiu do quarto. Callie apertou as mãos, temerosa, quando o marido (ainda encarando-a pelo espelho, os olhos brilhantes como os de uma gata maldosa) se aproximou.

-O que falta aqui?-Ela perguntou, observando as costas do vestido dela.

-Falta...- Callie pigarreou.-Falta amarrar o corpete e laçar.

Sem dizer nada, Arizona pegou os dois cordões da parte de trás do vestido e puxou-os com força, apertando o corpete.

Callie piscou.Ela foi puxando os cordões cada vez com mais força, fazendo o corpo pequeno de Callie se sacudir com os puxões.

-Amarre com menos força, ou eu vou ficar sem respirar.-A morena protestou, olhando para trás enquanto tomava fôlego por causa da roupa apertada.

Arizona da um sorriso cínico, e Callie franziu o cenho.Ela terminou o que fazia, e finalmente amarrou o laço.

Virou Callie de frente para ela de repente, com as mãos logo abaixo dos seios dela.

-Está parecendo uma princesa.-Ela disse, observando o vestido longo e azul celeste 
que ela usava.

-A princesa presa na torre pelo ser do mal.Ela atacou.

Ela sorriu.

-Sim.A bela e frágil princesa, em seu enorme castelo, ao lado de sua DONA.-Ela frisou a última palavra.

-Você não é, nem nunca será minha dona!

-Eu já sou, minha bela.-Com um olhar cruel, ela a puxou pelo braço para descerem para jantar.

O jantar daquela noite foi tenso.Até mesmo os criados que serviam a comida notaram o ar pesado.

-Quando vai me permitir uma visita aos meus pais, Arizona?- Callie perguntou, no meio da refeição.

Ela terminou de mastigar, observando-a com um olhar brilhoso e felino.

-Acho que agora não é a hora apropriada.

-Mas eu quero ir vê-los!-Ela disse meio indignada.

-Espere mais um pouco.-Ela se serviu de vinho, calmo.

-Esperar o quê?Eu não os vejo desde o casamento!!

-Sim, o que não se pode dizer que faz muito tempo, não é?Praticamente acabamos de casar, não é necessário você ir visitar seus pais toda semana, ainda mais agora no começo de nossa vida juntos.

-Mas você não pode me impedir se eu quiser ir!

-Posso sim.-Ela a olhou, com as feições duras.-Sou sua esposa agora.E você tem que entender isso, Calliope.Não é mais uma menininha que depende dos pais.Agora é uma mulher casada, não há necessidade de incomodá-los toda hora.

-Não é porque casamos que você vai me aprisionar, Robbins!-Ela gritou, largando o guardanapo.-Pretende afastar-me dos meus pais também?

Arizona se levantou da mesa, a figura alta e poderosa causando um impacto.

-Não grite, nem discuta nas refeições, Calliope!

-Faço o que eu quiser, não pode me controlar, Robbins!-Ela se levantou também.

Arizona passou a mão no rosto, como que para se acalmar, mas de repente caminhou até a esposa e a pegou pelo braço.

-O que está fazendo?

-Cale-se.-Ela ordenou entre dentes, subindo as enormes escadas da Mansão, arrastando Callie atrás de si sem a menor delicadeza..sem se importar se estava machucando-a.

-Vai me bater agora, sua animal??-Ela gritou.Mas estava com medo.

Ela a olhou com os olhos duros e gelados.

-Você está merecendo, Calliope, para aprender a me respeitar.Quem sabe um dia eu te dê uma bela surra...mas não hoje.

Ela abriu a porta do quarto brutalmente e jogou Callie lá dentro.A morena se desequilibrou e caiu no tapete.

-Vai ficar aí até que mude de atitude!-arizona disse, arrogante.-Cansei, Calliope Iphiegeni!Você não é mais uma menina...agora é uma mulher, e casada!Tem que se dar conta de que as coisas mudaram!

-Robbins!!- Callie se levantou com dificuldade, mas quando se aproximou, Arizona já tinha batido a porta e trancado à chave.-Robbins!!!Me tire daqui!Abra!

Nada. Arizona  já tinha ido.Desesperada, callie bateu forte na porta.

-Alguém!!Abra a porta!Por favor!

Ela começou a chorar, caminhou até a cama e sentou-se.Sua vida estava um verdadeiro inferno ao lado daquela mulher!!Tinha que sair dali!

No dia seguinte, Callie acordou toda dolorida por ter dormido de mau jeito na 
cama.Esfregou os olhos e sentou-se.Viu que tinha dormido com o vestido longo da noite anterior, e sapatos.

Ouviu o trinco da porta sendo aberto e ergueu os olhos na mesma hora, esperançosa.

Adelaide entrou, preocupadíssima.

-Senhora?

-Adelaide!- Callie, sem saber porquê, começou a chorar.

-Ahhh, senhora, não chore.-A mulher foi até a cama, pôs Callie no colo e a 
consolou.-Quando fiquei sabendo que a patroa havia trancando-a aqui, exigi que 
ela me desse a chave para que eu trouxesse algo para a senhora comer!

-Ela é uma mulher horrível!-Callie disse chorosa.-Quero ir embora daqui!

-Se acalme, senhora.Veja, eu trouxe uma comida deliciosa.-Adelaide indicou a bandeja.-Você precisa se alimentar direito, ontem mal jantou!E depois ficou aqui presa, pobrezinha.

Callie começou a comer.Estava faminta.Quando terminou, olhou para a criada.

-Obrigada.

-Imagine...Senhora, me escute por favor.Não discuta, nem provoque a senhora.Ela se torna impiedosa
quando fica com raiva!Por Deus!!Não o provoque!

Callie ia responder, quando um dos cozinheiros bateu na porta.

-Adelaide!A patroa está chamando-a!

A mulher acenou e depois olhou para Callie.

-Fique bem, senhora.E por favor, ouça o que lhe digo.

Adelaide saiu do quarto, e Callie suspirou enquanto olhava para a porta.

Amor demoniaco (versão calzona)Onde histórias criam vida. Descubra agora