Capítulo 15

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Quando Callie finalmente desembarcou na Espanha, apertou sua pequena mala na mão e olhou ao redor.

Ali era tão diferente de seattle...

Cansada, com o pescoço doendo por ter dormido de mau jeito no navio, Callie começou a andar.

Logo uma charrete passou por ela, e a morena ergueu a mão.A charrete parou e ela subiu.

Agora tinha que procurar algum tipo de Hotel para ficar; pelo menos porenquanto.

Dizendo ser sua primeira visita ali, e precisando de um lugar para ficar, Callie pediu ajuda ao cocheiro.Ele disse que conhecia um ótimo lugar para hospedar turistas, e a viagem até lá foi meio demorada.

Quando desceu do coche, Callie tirou uma mexa do rosto e olhou pra frente.Viu uma Mansão enorme, com uma placa que dizia "Hotel Esp".

Gostando do que via, a morena sorriu de leve e foi na direção do portão do lugar.

Bateu em um tipo de sino que tinha lá para indicar sua presença, e alguns minutos depois um senhor veio abrir o portão.

-Boa tarde, senhorita.-Ele cumprimentou com um sorriso.

Callie pensou em corrigi-lo e dizer "Senhora", mas resolveu não dizer nada sobre ser casada, ou poderia ter muita dor de cabeça.

-Boa tarde.-Sorriu docemente, entrando.

-Eu a acompanho até a recepção.-O velho ofereceu, e Callie assentiu, seguindo-o.

Na recepção, Callie pediu um quarto não muito grande.Após acertar tudo, foi levada até a porta de seu dormitório, agradeceu à mulher que a levara ali e entrou no quarto.

Colocou a mala em um canto, acendeu uma luz e se jogou na cama.Era bem mais confortável do que a cama do navio.

Cansada pela viagem de muitas horas, e com a cabeça doendo por tanta coisa que lhe passara naqueles últimos dias, Callie pôs uma mão no rosto, ajeitou-se na cama e no segundo seguinte estava dormindo profundamente.

Acordou horas depois, totalmente sem noção de tempo e de espaço.

Apertando os olhos na escuridão, por um segundo ela não soube onde estava.

Mas então se lembrou que estava num quarto de Hotel, na Espanha.Olhou no relógio, na parede à sua frente, e viu que já passava da meia noite.

Tinha dormindo muito tempo!

A morena ia sentar-se na cama, quando sentiu uma presença no quarto e viu uma sombra se movendo.

Com o coração descompassado, Callie ia gritar, quando a sombra veio para frente.A luz da lua, que iluminava parte do quarto através da janela, mostrou aos poucos os traços da figura forte e alta.

O grito de callie morreu na garganta.Pálida, sem voz, ela observou a luz cinza da lua iluminando parte de um rosto másculo e feroz.A outra parte do rosto estava obscura, quando Arizona moveu de leve a cabeça, olhando para Callie com um leve sorriso perverso.

-Surpresa.-Ela murmurou, com a voz rouca, eriçando cada pêlo de Callie.

- Ari.. ..Arizona?-Callie praticamente gaguejou.

Não podia ser...estava tendo um pesadelo!Só podia ser isso.Aquela Mulher não podia estar ali!

-Em carne e osso.-Ela respondeu, a voz arrepiante.

Callie gritou. Arizona foi mais veloz e logo estava apertando Callie contra ela, 
tampando-lhe a boca.

-Achou que poderia fugir de mim, docinho?

Callie fechou os olhos, contorcendo-se nos braços dela, apavorada.

-Me solte!-Ela conseguiu tirar a mão dele da boca e em seguida lhe mordeu os dedos.

Arizona fez uma leve careta, tirando a mão de perto de callie.

-Sua pequena tigresa selvagem!Agora até morde?

-Não se aproxime!-Ela gritou, quando ele voltou a segurá-la.-Como entrou aqui?Como me achou?

-Achou mesmo que poderia fugir de mim?-Ela pareceu incrédula.-Calliope Iphiegeni, eu já falei e vou repetir: você é minha.Nunca vou deixá-la ir!

-Mas foi você mesmo que me pôs para fora e mandou-me embora!-Ela gritou, confusa.

-Fiz isso no fogo do momento, porque estava muito nervoso.-Ela disse com impaciência, apertando-a mais forte quando a morena tentou se desvencilhar.-Mas depois mandei Adelaide para ir te buscar!

-Sim, eu sei!- Callie o olhou com raiva.-Mas as coisas não serão sempre como você quer Robbins!Você mandou-me embora!!Fez sua escolha!Eu não quero voltar para você, irei começar uma vida nova bem longe de ti!

-Só por cima do meu cadáver.-Arizona endureceu a expressão.-Já disse que te coloquei para fora por impulso.Mas jamais pensei que deixá-la ir de verdade, no fundo só quis lhe dar um susto.

-Pois foi uma idéia muito cruel!Se não fosse por Meredith eu teria dormido na rua e sabe-se lá o que poderia ter acontecido!

Arizona soltou a respiração.

-Sim, eu pensei nisso logo depois que você saiu.Mas isto foi para você aprender a não me desobedecer.Agora acho que pensará duas vezes antes de me desafiar, não?

-Como chegou até aqui tão rápido?- Callie perguntou desesperada.Não queria ir com aquela mulher!Não de novo!

-Assim que descobri que tinha fugido, peguei o primeiro navio para cá que encontrei.Para ser sincera, cheguei no porto exatamente na hora em que seu navio saía.-Ela respondeu com desgosto, parecendo ter ficado muito irritada com aquilo.-Muito azar meu e sorte sua.Mas saí em um navio logo depois.

Callie gemeu.

-Quem lhe contou?

-O quê?

-Para onde eu vinha!

-Isso não importa.- Arizona deu de ombros.-O que importa é que eu descobri, pena que não rápido o suficiente para evitar esta sua viagem maluca.Mas mesmo se eu levasse dias, anos para saber...eu viria atrás de você, Calliope.Te encontraria de qualquer maneira, fosse no céu ou fosse no inferno.

A morena se estremeceu toda.

-Então quer dizer que nunca vou conseguir escapar de você, não é?Você nunca me deixará ir.

-Nunca.-O brilho perverso e possessivo nos olhos dela aumentou quando ela deu um leve sorriso.  -Iremos pra casa agora por isso levante-se e arrume-se.-Arizona ordenou, levantando da cama quando achou seguro se afastar de Callie sem que ela lhe golpeasse ou fugisse.

-Agora?-A morena balbuciou.-Mas é de madrugada!Não haverá navio nenhum...

-Oh sim, haverá.-Ela a olhou, indicando para que se levantasse logo da cama.-Eu já paguei uma quantia considerável ao dono do navio em que eu vim para que me esperasse para nos levar de volta.

-Está me dizendo que pagou para que o navio volte, à essa hora, para seattle somente com nós dois de passageiros?-Ela indagou incrédula.

-Exatamente.-Ela deu de ombros como se não fosse nada.

Minutos depois, o casal deixava o Hotel e ia em direção ao Porto.Assim como Arizona dissera, o navio os esperava para levá-los de volta.

Callie estava perdida com aquela Mulher, que além de cruel, era muito poderosa...jamais poderia escapar dela.

Amor demoniaco (versão calzona)Onde histórias criam vida. Descubra agora