Julgamento (Parte 1)

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Boa noite, lindezos!
Trago mais uma capítulo para a resolução de inesquecível.
O capítulo de hoje está grande, por isso, vou dividir em duas partes (ou três?).
Espero que gostem!
PS: Não manjo de direito, leis e tal, mas tentei ser o mais coerente possível dentro da história. Ok?
Bjo e aproveitem!

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Fazia tanto tempo que Sasuke não respirava ar puro que quando pôs o pé para fora da cela da prisão e pôde inspirar profundamente quase engasgou, mas permaneceu sereno – diria até um pouco feliz. Ainda que estivesse a caminho de seu julgamento, enfim seu tormento teria fim. Independente do veredicto, teria um ponto final. Sentia que após esse momento, sua alma poderia encontrar um pouco de paz antes de morrer. Pagar pelos crimes que cometeu – ainda que não pagasse toda a pena, pois, muito provavelmente morreria antes disso – ele teria dado o que podia como acerto de contas com as energias da vida. Tudo o que vai, volta. Ele estava colhendo o que plantou. Nada mais do que isso.

Podia dizer que estava preparado para o que viesse. E, se fosse sozinho nessa vida, ousava dizer que morreria de bom grado, mas ele não era sozinho. Não mais. Não depois de Sakura ter conseguido arranjar uma brecha em sua grande muralha e adentrado seu coração tão sorrateiramente como flor no asfalto. E assim, tão pura e simplesmente, ela brotou num local inóspito. Trazendo vida e amor à uma alma torturada como a dele. Chegara ao cúmulo de... de dar a ele o gosto da felicidade plena. Um vislumbre do que poderia ter se não tivesse feito tantas escolhas ruins na vida que convergiram neste momento.

O seu julgamento na corte de Konoha.

Seria julgado como ninja traidor, terrorista, assassino... a lista de delitos era tão longa que não compensa perder tempo pensando nela. Seria condenado sem sombra de dúvidas. A pergunta que ficava no ar era qual seria sua sentença? Prisão perpétua? Expatriado? Se fosse em outros tempos, a pena de morte certamente seria aplicada nele, mas Naruto abolira tal prática há muito tempo.

Naruto...

Pensou com sofreguidão que a filha no ventre de Sakura teria tido sorte muito maior se fosse, de fato, filha do Hokage, não dele, um nukenin que não bastasse estar prestes a ser sentenciado pela lei dos homens, estava com a foice da morte no cangote.

Suspirou longa e vagarosamente para conseguir organizar os pensamentos e aturar um pouco das dores físicas, a essa hora, foi brindado por uma brisa fresca que lhe acariciou os fios negros da cabeça. Permitiu-se um tímido sorriso.

Um dos guardas ninjas responsáveis pelo seu transporte, não gostou do que viu. Deu-lhe uma cotovelada forte nas costelas e falou ríspido:

— Tá rindo do que, desgraçado? Hoje a farra vai acabar! Entra no carro.

Sasuke foi empurrado violentamente para dentro do transporte que o levaria até à corte. Fraco como estava devido à doença, não conseguiu se estabilizar muito bem. Bateu a cabeça no chão imundo do local onde seria transportado como se fosse uma carga.

Resfolegou de dor enquanto tentava se levantar estando com o único braço preso aos pés com uma corrente específica que drenava chackra, o impossibilitando de lutar. Uma medida preventiva para criminosos de alta periculosidade – como ele.

Ao fundo, as portas foram fechadas com força, mas Sasuke pôde ouvir gargalhadas maldosas abafadas.

Trancafiado, mais uma vez, sem ar puro para lhe aliviar o peso do coração, restou-lhe somente a companhia da boa e velha escuridão, desde que perdera a visão.

***

No hospital, Naruto lutava contra o sono desde a noite anterior.

Ficara de prontidão desde o ocorrido no parto, o medo de perdê-la ainda latente em suas próprias veias. Apoiava a cabeça em uma das mãos e de tempos em tempos pescava de sono, acordava quando a cabeça tombava para trás, ocasionalmente tinha de limpar a babinha que escorria do canto da boca.

Inesquecível (Naruhina)Onde histórias criam vida. Descubra agora