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- Você está com cara de babão

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- Você está com cara de babão. - Atlas diz ao meu lado. Me viro para ele com uma careta e vejo ele sorrindo como se soubesse de algo que eu não sei enquanto segura a mão do Sasha.

- eu não estou com cara de babão, isso é impressão sua Atlas.

-ah, não é mesmo, me diz o que aconteceu vai? Você foi ver aquele tal de Ivan Volkov e volta assim, eu nunca te vi assim desde que te conheço.

-ei! Isso é muito ofensivo, eu estava bem feliz e com cara de babão quando abri o processo de  adoção por você e seus irmãos moleque.

-que até agora não entregaram. - Atlas suspira com um ar triste e volta a me olhar. - mas ainda sim você está com cara de babão. Você é gay? Porque eu não me importo de ter outro pai sabe?

- o que é gay? - Sasha pergunta e eu olho para o pequeno. 

-eu não sou gay, e ser gay, Sasha, é...alguém muito feliz que...que...vive nas sombras da cidade porque aqui é proibido...e.... e só pra você saber Ivan Volkov é na verdade Ivanova, é uma mulher. - digo baixo para ele como se fosse um segredo de estado.

-é sério? É uma mulher? Agora entendi bem o porquê dessa cara. - Atlas ri e eu dou um tapa fraco em sua cabeça. - e Sasha, ser gay é uma pessoa que gosta de outra pessoa igual a ela, mas aqui isso não pode, por isso os gays são inteligentes, especiais e viajam muito, porque aqui eles são tristes. - Sasha acena entendendo tudo (do modo dele) e eu fico sorrindo que nem bobo para os irmãos.

- ja esta com cara de bobo de novo. Ta pensando na moça bonita? - Atlas diz rindo de mim e eu faço uma careta.

-me respeita moleque, e respeita ela também, você não tem nem 15 anos, é muito novo, não tem que entender nada não. Mas sim, Ivanova é muito bonita.

-eu entendo muito mais do que imagina Alek. - Atlas ri enquanto eu o olho surpreso.

-eu tenho que conversar com a diretora do orfanato, definitivamente. - troco a mochila de Atlas de mão e vamos andando até o orfanato onde ele mora atualmente até poder ir pra casa comigo.

O orfanato é simplesmente uma casa que foi adaptada para as poucas crianças que moram aqui. Sua pintura um pouco descascada em tons claros mas bem coloridos em laranja, amarelo e vermelho como o sol - já que o orfanato se chama raio de sol. Não era uma casa grande e era carente de muitas coisas para as crianças mas nenhuma delas poderia estar mais agradecida por um teto e um pouco de comida mesmo que algumas delas não saibam nem o que é isso direito.

Eu me lembro de quando entrei aqui pela primeira vez. Foi a 2 anos quando eu decidi pegar um pouco do meu dinheiro e fazer uma doação a uma instituição carente. Pesquisei vários orfanatos, asilos ou casas de acolhimento e visitei cada uma delas até que entrei no raio de sol. É o menor orfanato da cidade e ainda estava com pouca comida na dispensa sem falar que eles não compravam roupas para os meninos a um bom tempo. Eu já tinha decidido dar a minha doação para eles quando eu vi Atlas em um canto lendo Dostoiévski e me perguntei que tipo de criança de seis anos já lia um livro de um escritor como esse. Atlas é um pequeno garoto de cabelos escuros de uns olhos azuis que parecem ver sua alma e uma pele incrivelmente branca. É tão magro que posso pegar em seu tornozelo com apenas uma mão mas tão inteligente quanto eu atualmente. O garoto gosta de ler, sempre que eu o encontro no orfanato está com um livro na mão, e geralmente um diferente do outro já que ele lê incrivelmente rápido, é por isso que uma parte das vezes ele me ajuda a corrigir as provas dos meus alunos. Não que eu o obrigue a isso, não, longe de mim, ele que se senta ao meu lado, pega metade das provas, me pergunta as resposta e começa a corrigir como se ele fosse o professor. Eu só sei que desde que conheci esse garoto melhor, depois que minha noiva Giuliana me traiu, eu o queria como meu filho. Temos uma ligação muito louca e que só me faz querer protegê-lo de tudo.

O Protegido do Lobo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora