"Eu espero que você possa me desculpar"

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Narrador

Saint acordou na manhã de sábado disposto a tentar seu melhor para resolver seus atritos com o jovem estudante. Nas suas ideias, um dia com uma programação normal não seria interessante. O homem planejou tudo, desde o café da manhã até o jantar. Uma ida ao shopping, ao templo, como de costume para ele aos finais de semana, o Mercado de Chatuchak e, ao término do dia, ir ao Khaosan Road para irem ao karaokê. Ele estava curioso para ouvir o menino cantar.

Ele achava meio bobo o que estava acontecendo, mas estava ciente que cada um lida com a pressão de uma forma diferente. Sabendo que precisaria passar o final de semana com o menino, a primeira coisa que fez ao abrir os olhos, antes mesmo de escovar seus dentes, foi enviar uma mensagem para ele.

— Nong, bom dia. Você está acordado? — Ele tentou parecer natural, mas internamente, estava nervoso. A resposta não demorou a chegar.

— Estou. Temos que passar o final de semana juntos, não é? Como vamos nos encontrar? — O menino respondeu. Ele não estava com raiva, apenas chateado.

— Eu vou buscar você. Tenho planos para o dia e, se concordar, podemos começá-lo tomando café. Eu ainda não comi e minha mãe provavelmente não está em casa hoje, já que ela sempre vai ao templo nos sábados pela manhã. — O mais velho se sentiu indiscreto por falar tantas informações que não eram relevantes para o menino, nem ele mesmo sabia porque estava assim, desconfortável.

— Certo. Vou te mandar meu endereço.

A conversa se encerrou ali. Estavam ambos apreensivos, cada um por seus motivos. Na verdade, os dois se encontravam preocupados um com o outro, mas a falta de diálogo os atrapalhava. Saint se levantou, arrumou seu quarto e a si mesmo para buscar o rapaz. Como sempre, ele estava muito elegante. A camisa social cinza clara, levemente aberta em seu peito, em combinação com seu jeans e sapato casual pretos o fazia parecer um jovem da alta sociedade. Seus anéis de prata e seu relógio escuro, comumente utilizados por ele eram, como sempre, o seu próprio charme.

O mais velho pegou o carro e foi rumo à casa do rapaz. Mas ele inesperadamente se perdeu. O GPS o mandou quase para o outro lado da cidade e agora ele estava convicto de que não encontraria a casa de Perth sem a ajuda do menino. Apesar de seu orgulho querer falar mais alto, ele não havia pedido nenhum ponto de referência para o garoto. Então, sem o auxílio do mesmo, jamais conseguiria chegar ao destino. Ligar para ele era a sua única opção.

— Algum problema, P'? — A voz do menino soava trêmula.

— Nong, eu... Não ria de mim, certo? Pode parecer algo realmente idiota. Mas eu estou perdido. — O riso do outro lado da linha deixou o mais velho levemente envergonhado.

— P', onde você está? — O jovem estudante falou, enquanto continuava rindo.

— Eu passei de Thonburi. Só que agora, eu não tenho a menor ideia de para onde eu devo ir. — Ele ouviu o rapaz gargalhar do outro lado da linha. O menino, que na mente de Saint ainda estava bravo, estava se divertindo com a situação. Apesar de isso ferir o ego de quem estava perdido, causou uma sensação de alívio. Seria fácil lidar com o mais novo?

— P', você definitivamente está muito longe da minha casa. Acho que devemos cancelar o café da manhã e pularmos logo para o almoço. Até você chegar aqui, eu vou morrer de fome.

— Ah... Me desculpe, Nong. — Ele claramente não estava se referindo a estar perdido e parece que, instintivamente, o menino também reparou.

— Tudo bem, P'. Erros acontecem. Mas agora eu preciso que você venha até o Dream World. Sabe, o parque de diversões? Eu moro perto. Eu espero o P' na frente da entrada e assim podemos ir... — Depois de uma pequena pausa, o menino continuou. — Tomar café da manhã. Não temos pressa em almoçar.

It's Probably LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora