It's Probably Love

"Aqui Estamos Nós De Novo"

Pov Perth

— Seja meu namorado, por favor. — Eu não podia acreditar no que estava ouvindo agora. Espera. Não é que eu esteja decepcionado, bem pelo contrário, isso me faz muito feliz. Mas eu não estava esperando. E como tudo que acontece quando não esperamos, eu estava incrédulo.

— P’... você… você… pode repetir? Espere, você não está brincando, está? Ou querendo dar uma de Ae, não sei. — Ele riu e segurou forte a minha mão.

— Eu nunca faria uma brincadeira com isso. Eu sei que, tecnicamente, nós já estamos levando as coisas dessa forma, mas… — Ele não me olhava. Na verdade, ele soltou levemente nossas mãos e começou a girar meu anel em meu dedo. Isso era uma forma de distração?

— De que forma? — Creio que ele esteja falando que agimos como se já namorássemos, mas eu não iria ser direto. Afinal, eu nem havia lhe respondido ainda.

— Você sabe, Perth. — Ora, ele estava deixando as formalidades de lado agora? — Nós agimos como namorados. Já tem um tempo que fazemos isso. A culpa pode ser minha e eu vou entender se você…

Ah, ele sempre fala demais. Quando eu percebi, já tinha avançado os limites de espaço e estava invadindo os dele. E isso inclui a sua boca. Seus lábios incrivelmente macios. Eu coloquei novamente minhas mãos em seu corpo, dessa vez por cima de sua roupa e o puxei para perto de mim. Provável que esse homem em minha frente não soubesse o quanto gosto de suas costas. Ele não se afastou e me devolveu o que tinha recebido, dando liberdade para que nossas bocas estivessem atadas.

Em um rápido movimento que sua língua fez, eu a segurei com meus lábios, sugando firmemente. A arfada que ele soltou fez meu corpo estremecer. O calor da sua boca com a minha sempre me fazia ter arrepios. Isso gerou uma moleza que percorreu desde as minhas pernas até minha cabeça. Por causa disso, eu deixei seu músculo quente escapar de mim. Eu gostaria de falar um palavrão agora, para expressar a irritação que senti comigo mesmo.

Ele movimentou sua cabeça lentamente, virando ela para o outro lado, soltando nossos lábios. O P’ afastou seu rosto, soltando um suspiro. Se era de alívio, recuperação ou qualquer outra coisa, eu não sei. Acabou de fugir das minhas capacidades de entendimento. Estranhamente, tudo que envolve esse homem, foge das minhas competências.

— Eu falei demais, não foi? — Eu sorri e assenti para ele. — Certo. Me desculpe. Mas e então? O que me diz?

— Eu quero, P’. Eu realmente quero ser seu namorado. — Meu rosto queimava com a vergonha pelo que falei. Mas realmente, quem liga para isso? Eu acabei de iniciar o primeiro relacionamento amoroso com uma pessoa que… que amo. Sim. Eu o amo.

— Me desculpe, por não ter feito isso antes. Eu já vinha pensando há algum tempo, mas tinha medo da sua reação. — Não entendo o motivo de ele ter que pensar tanto nas coisas. Mas isso não importa agora. Eu só quero estar próximo a ele.

— Não importa, P’. Eu estou muito feliz que você tenha feito isso. — Sorri para ele e me devolveu seus lábios quase rasgando suas bochechas, seus olhos tenros e uma leve inclinação na cabeça, que despertava em mim um sentimento de proteção.

Eu queria protegê-lo sempre. Eu não sei a razão de ter pensado nisso, mas não tem problema. Eu só quero dar o meu melhor para ele.

Neste momento, meu corpo já havia sido acalmado pelo episódio anterior à sua fuga. Imagino que o de P’Saint também. Afinal, toda a excitação que eu estava sentindo antes se transformara em um sentimento de carinho. Incrivelmente, agora, eu só consigo pensar em abraçá-lo e dormir sentindo seu cheiro invadindo todos os meus pensamentos. Inclusive, parece que ele os leu.