Prometida

10. A traição de Freya

Agora o relógio marcava as uma da manhã, eu já havia me despedido de Freya, e estava esperando Gustavo no local marcado, pouco tempo depois ele chegou, nos beijamos, ele estava com uma mala, igual a mim.

Um príncipe não teria mais pertences? - perguntei

Bem, eu só peguei o nescessário, pra onde iria com tanta coisa? - ele brincou, nos beijamos mais uma vez, seguramos nossas mãos e nos olhamos

Está pronto? - perguntei a ele

Sim. - ele respondeu- está pronta?

Claro! -

Você realmente odeia esse castelo, não é? -

Não precisa ir se não quiser. - disse a ele

Eu não vou te deixar... - um pedaço de mim se partiu, bem, não era o previsto, mas, eu iria fazer de tudo para as emoções não ficarem a flor da pele, eu sei que quando se ama não se abandona, mas eu não podia amar ninguém se não estivesse em meu juízo perfeito, certo? Certo.

Saímos andando, nenhum guarda. Freya tinha feito o que pedi. Corremos pelo jardim, havia uma luz acesa de uma das janelas do castelo, acima de nós, nos abaixamos, esperamos ela desligar e voltamos a correr, corremos até a porta, a grande grade, estava aberta. Ela esta aberta!

Meu coração parou, olhei assustada para Gustavo, ele deixou sua mala cair e me olhou assustado também, a ficha caiu, eu fui traída.

Descobriram. - ele falou - pra quem contou? - ele parecia desesperado, segurou em meus ombros, as lágrimas desciam por seu olhos, acho que desciam pelos meus também - pra quem contou Amélia?! - ele me balançou

A Freya... Mas... Não deve ter sido ela... Ela é minha pessoa de confiança! - eu falei isso mais para mim do que para ele

Ela era sua pessoa de confiança! - disse Sidney, agora minha mala caía ao chão. Gustavo se pôs ao meu lado, e segurou minha mão - Que bonito, amor adolescente, de um pebleia por um príncipe!

Todos ficaram quietos, eu só conseguia olhar para Freya, ela parecia nenhum pouco abalada.

Por que fez isso? - perguntei indo direto a ela - POR QUE FEZ ISSO FREYA?! EU CONFIEI EM VOCÊ! - gritei

Ela diz ser sua mãe. - o rei falou calmo, olhei para ele incrédula

minha mãe? MINHA MÃE ESTÁ MORTA! VOCÊ NÃO É MINHA MÃE! -

EU SOU! SOU SIM! VOCÊ É A ALMA DE MINHA FILHA! E EU SOU A ALMA DA SUA MÃE! -

NÃO! NÃO É! EU NÃO SOU A ALMA DE NINGUÉM! VOCÊ É MALUCA FREYA! VOCÊ ESTRAGOU TUDO! AGORA EU VOU TER QUE CASAR COM ESSE VELHO BABACA! E VOU TER QUE SER MÃE! MÃE DELE! - apontei para Gustavo, comecei a chorar, eu não aguentei a dor.

Mãe do seu grande amor! - o rei gargalhou - parece delicioso! - fui até ele e lhe entreguei um murro em seu rosto. O rei cambaleou, o golpeei novamente, ele cambaleou de novo, um dos guardas me segurou pela cintura, eu me debati, consegui escapar, e quando pisquei estava eu e Gustavo lutando com aqueles brutamontes, notei um deles correndo, recuando, era Charles... Ele havia descoberto...

Quando todos estavam caídos corri para fora do castelo, a porta estava aberta, e eu saí, ao me virar vi Gustavo, ele me olhou confuso.

Amélia? -

Venha! -

Não. -

Por que não? -

Por que... Eu te amo, se fugirmos juntos será pior, vá sozinha! - ele falou, fiquei um tempo o encarando - VÁ! - ele gritou, quando me virei para correr, ouvi mais um grito, o grito dele.

GUSTAVO! - virei-me rapidamente vendo ele imobilizado, dois guardas o segurava enquanto o rei, ainda sangrando pelo nariz colocava uma faca perto de seu pescoço - SOLTE-O! SOLTE-O AGORA!

Proponho um acordo. Você foge e eu mato meu filho. - como um homem poderia ser tão ruim assim, ao ponto de matar o próprio filho? eu não entendia... - ou...

Ou?! - eu estava ficando estressada, e ansiosa.

Ou, você fica, Gustavo fica a salvo, você se casa comigo amanhã e poderão se ver, apenas se ver. - ele falou

NÃO! não faça isso! Corra! Corra agora! - ele falava com ódio

A escolha é sua. Amélia. -

Certo... Então... Eu... - eu estava nervosa, muito nervosa - eu fico com você, mas como disse, não matará Gustavo, e me deixará vê-lo.

Claro. Promessa é dívida, não? - ele sorriu, depois virou e jogou a faca em Freya, eu gritei, e cai ao chão de joelhos.

POR QUE FEZ ISSO?! - eu estava incrédula, estava totalmente sem rumo, e com muita, muita dor

Traidores. Eles não merecem viver. - foi tudo o que ele disse, enquanto Freya estava de joelhos ao chão, com um poça de sangue ao seu lado, seu sangue - levem ele! - ordenou, levaram Gustavo, eu via os levarem para dentro do castelo, corri até Freya. Ela caiu deitada, não se mexia.

Não. Não. Não. Não quero que morra. Fica aqui. Fica aqui Freya. Por favor! - eu a segurava em meu colo, meu vestido agora era puro sangue, e infelizmente o tal sangue não era o meu.

Tudo bem, está tudo bem, eu... Vou ficar bem... Me desculpe... -

Eu te perdôo, eu te perdôo... Mas... Me perdoe também, me perdoe por tudo! - disse a ela

É claro... Claro... Que... - ficava cada vez mais difícil dela respirar. Freya me puxou, com a pouca força que restava - pelo menos... Eu... Eu estarei com... Com sua irmã... - ela ainda acreditava nisso, como? Como podia? Era completa insanidade.

Claro... Mande um oi para a Gabriela por mim... -

É... Ela vai gostar... -

Minha mãe... - ela assentiu, assentiu várias vezes, até... Até fechar os olhos e... Morrer...

Senti um forte impacto em minha cabeça, muito forte mesmo.

A prendam no quarto. Ordens do rei. - foi tudo que escutei, antes de apagar e cai por cima daquele corpo.